16/10/2014

Contos de Fadas Marvel








É distribuído hoje com o Público o 15.º tomo da colecção Universo Marvel, que merece destaque especial pelo facto de cerca de dois terços das suas páginas serem desenhados por portugueses.
Já a seguir descubra um pouco mais acerca deste projecto que levou os mais conhecidos super-heróis da Casa das Ideias a revisitar alguns dos mais famosos contos infantis, através de entrevistas com João Lemos e Nuno Plati, efectuadas aquando do lançamento original nos Estados Unidos, e de algumas páginas do livro.


Autores portugueses ganham espaço no mercado dos EUA
(Excerto do texto publicado no Jornal de Notícias de 12 de Março de 2008)
É lançado hoje [12 de Março de 2008] nos Estados Unidos o primeiro número de “Avengers Fairy Tales”, um projecto que cruza contos tradicionais infantis e super-heróis do universo Marvel. Este número inicial, que revisita o Peter Pan de J.M. Barrie, tem o Capitão América no lugar do herói tradicional, Thor e o Homem-de-Ferro como dois dos Meninos perdidos, a Vespa como a fada Sininho, e é desenhado pelo português João Lemos. Há semanas, C. B. Cebulski, argumentista e editor da casa das Ideias, apresentava-o “como um livro único, dos mais belos que a Marvel tem lançado”.
Ao JN, João Lemos, nascido em 1977, com formação em Animação e BD, conta que esta aventura começou “em 2005, quando encontrei, por acaso, Joe Quesada, director da Marvel, no Festival de BD de Angoulême, e lhe entreguei o meu portfolio”, para ter “umas dicas dele enquanto desenhador”. Depois, “num suspeito 1 de Abril, recebo um mail do Cebulski a perguntar-me se estaria interessado em trabalhar com ele”. Admitindo influências de “Jeffrey Jones, Claire Wendling (que assina a capa), Mike Mignola, Hugo Pratt, Kent Williams ou Jon J. Muth, entre tantos outros”, percebeu que o seu traço “não se enquadrava na actual tendência da Marvel, pelo que (…) só com o aparecimento da linha fairy-tales é surgiu o convite para a Marvel”.
Não adiantando muito da história (…) avisa os fãs de Peter Pan que os “Avengers Fairy Tales” partem de “premissas com qualquer coisa de herético, pelo que deverão avançar com a noção de que não é nem uma adaptação rigorosa nem mais uma visita ao universo Marvel, apesar de piscar os olhos a ambos”. Mas acrescenta que enquanto “fã da peça e do romance originais (mais densos que a adaptação Disney), dei por mim a desenhar como que citações ao longo da história”. Esta, foi trabalhada de “um modo bastante orgânico, numa relação de ping-pong que preveniu grande parte das eventuais correcções, pois todas as partes estavam, mais do que a par dos avanços dos outros, envolvidos nos mesmos desde o início”.
Responsável pelo desenho a lápis e pela arte-final, Lemos, embora conhecedor que “Cebulski deposita uma esperança imensa na reacção do público”, sabe “que vai haver bastantes gregos a odiar o resultado”, restando saber “quantos troianos lhe mostram os dentes”.

Super-heróis invadem contos para a infância
(Excerto do texto publicado no Jornal de Notícias de 6 de Abril de 2008)
(…) é distribuído na próxima quarta-feira no mercado norte-americano o segundo dos quatro fascículos previstos para "Avengers Fairy Tales".
(…) no segundo tomo, Gepeto e o seu boneco de madeira darão lugar ao gigante inventor Hank Pym e ao Visão, um robot por ele construído que quer ser como os outros meninos, o que se torna possível graças à Fada Azul, agora colorida de (Feiticeira) Escarlate! [No volume final] (…) previsto para Junho [de 2008], (…) na versão de O Feiticeiro de Oz o papel que Judy Garland interpretou no cinema é agora da Mulher Hulk, acompanhada por um Homem (de Lata) de Ferro!
Uma das particularidades do projecto é que [estes] três números são desenhados por autores portugueses - João Lemos (#1), Nuno 'Plati' Alves (#2) e Ricardo Tércio (#4) - tendo o restante sido entregue ao canadiano Takeshi Miyazawa. Tércio participara já, no ano passado, num outro projecto similar de Cebulski, os "Spider-Man Fairy Tales, no qual o Homem-Aranha encarnava o Capuchinho Vermelho.
(…) Cebulski referiu-se a “Avengers Fairy Tales #1”, desenhado por João Lemos, como “um livro único, dos mais belos que a Marvel tem lançado", e, nalguns sites especializados, críticas bastante entusiastas classificavam-no entre 7 e 9 numa escala de 10.

Nuno Plati Alves realiza um sonho de criança
(Excerto do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Abril de 2008)
É distribuído hoje [9 de Abril de 2008] nos Estados Unidos "Avengers Fairy Tales #2", projecto de C. B. Cebulsky, que faz de alguns super-heróis da Marvel protagonistas de contos infantis. Depois de Peter Pan, desenhado por João Lemos, agora foi Nuno 'Plati' Alves, nascido em 1975, a dar nova vida a Pinóquio.
Ilustrador, com experiência em BD limitada a "8 páginas publicadas pela Image Comics", cita influências "como Toth, Moebius, Mignola, Jacobs ou Franquin" e revela o desejo "de desenhar, numa onda retro, uma mini-série de Thor ou do Silver Surfer, clássicos com universos muito ricos, da mitologia à ficção-científica".
De "Created Equal" [Criados iguais na actual edição portuguesa], diz ser "a história de um inventor caído em desgraça ", o gigante Hank Pym, "que deixou de acreditar em finais felizes", lê-se logo na primeira prancha de uma versão mais negra do que a original. E "que cria um filho de metal, no qual descobre rapidamente uma forte rebeldia". Este, o Visão, não quer ser humano mas é empurrado pelo pai/inventor para "aceitar o mundo em que vive e tentar ser aceite por ele", envolvendo-se assim "em acontecimentos extraordinários", que demoraram "dois meses e pouco" a colocar no papel.
Começou por "receber a sinopse e criar as personagens. Após aprovação, chegou o guião e desenhei as 22 páginas de layouts, que, novamente aprovados, foram desenhadas de seguida e pintadas", adaptando-se "à ideia que o produto final nunca fica como idealizamos. Mas para todos os efeitos estava a realizar o meu sonho de criança!". Talvez por isso, "não alterava nada no livro; devemos conviver com os erros e fazer melhor na próxima vez".
E conclui, "o projecto é um híbrido, inspirado em Pinóquio, com os heróis Marvel, que, encarado de forma leve e divertida, poderá agradar a gregos e troianos" (os fãs de Collodi e os da Marvel). "Espero que seja bem recebida pelos leitores e que divirtam".

Nota de imprensa da Levoir
Era uma vez... os contos de fadas e infantis tradicionais, como o Capuchinho Vermelho, Peter Pan, Pinóquio, Cinderela, ou o Feiticeiro de Oz, mas desta vez protagonizados pelos principais heróis da Marvel! O Capitão América como Peter Pan, a Vespa como Sininho  e os Vingadores como os Rapazes Perdidos, o andróide Visão como Pinóquio ou Magneto como o Feiticeiro de Oz são algumas das surpresas que este volume nos reserva.
C. B. Cebulski, editor-chefe e grande caçador de talentos da Marvel, imaginou e escreveu estes contos de fadas Marvel, ilustrados por grandes talentos como Niko Henrichon e Mike Allred, a que se juntam os portugueses João Lemos, Nuno Plati e Ricardo Tércio, que têm nesta série os seus primeiros trabalhos para a Casa das Ideias.
Com quatro (de seis) histórias ilustradas por autores portugueses, este é também um dos mais relevantes livros de banda desenhada nacional a ser lançado este ano, um verdadeiro mostruário do melhor que os artistas nacionais têm produzido. E por esse motivo, a Levoir e o Público decidiram apostar num caderno especial dedicado ao trabalho de João Lemos e Nuno Plati, em que se desvendam os processos por trás da criação destas histórias para a Casa das Ideias. Preparado por João Miguel Lameiras, este caderno inclui esboços, estudos para personagens várias, pranchas nos vários estágios de desenvolvimento e muito mais, fazendo deste volume, não só mais um volume da colecção Universo Marvel, mas também uma celebração dos autores portugueses que nele participaram.

 

 

 

Universo Marvel #15
Homem-Aranha e Vingadores: Contos de Fadas Marvel
C. B. Cebulski (argumento)
Ricardo Tércio, Niko Henrichon, Nick Dragottta, João Lemos e Nuno Plati (desenho)
Levoir + Público
Portugal, 15 de Outubro de 2014
170 x 260 mm, 168 p., cor, cartonada

8,90 €

3 comentários:

  1. epha..gosto muito das colecções da Levoir, mas à coisas que não se percebe!!

    Se as duas mini-series são composta por 4 revista cada(Avengers-Fairy Tales #1 a #4 e Spider-Man-Fairy Tales #1 a #4), por que raio os dois números 3 da respectivas series não foram publicados neste tpb?

    Se fosse para terem um livro apenas co os artistas nacionais ainda se precebia! Era por mais umas paginas que perdiam lucro?!

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    Respostas
    1. Head-Jam,
      Observação pertinente, mesmo podendo ter em conta que as histórias desta mini-série são completamente independentes.
      Suponho que a resposta é a que adiantas: seriam páginas a mais (no entender da Levoir)...

      Boas leituras!

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  2. Foram economicistas com este livro. Má política de lançar um livro e decidir ignorar 2 issues.

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