O dia de hoje, em termos cinematográficos, fica marcado pela
estreia de Tartarugas Ninja: Heróis
Mutantes, que marca o regresso aos ecrãs de Miguel Ângelo, Donatelo,
Leonardo e Rafael, as mais famosas tartarugas da BD e do cinema.
Para ver já a seguir.
O filme, com direcção de Jonathan Liebesman, que entre
outros já tinha realizado Massacre no
Texas: O Início (2006), Invasão
Mundial: Batalha Los Angeles (2011) ou Fúria
de Titãs (2012), era considerado um dos grandes blockbusters do passado Verão,
mas os 190 milhões de dólares conseguidos nas bilheteiras norte-americanas (300
milhões a nível mundial), fizeram dele apenas o 11.º mais visto do ano nos EUA,
distante dos 328 milhões (752 milhões a nível global) angariados por Guardiões da Galáxia que lidera o
ranking de 2014.
Nesta quinta longa-metragem, depois das três películas em
live-action (em 1990, 1991 e 1993) e de uma versão em animação computorizada
(2007), o tom leve, bem-humorado e predominantemente adolescente herdado das
sucessivas séries animadas (em exibição desde 1987) e distante do clima negro e
violento com que nasceram na BD (ver texto no final), acaba por chocar com a
caracterização demasiado realista feita de Miguel Ângelo, Donatelo, Leonardo e
Rafael (respectivamente interpretados por Noel Fisher, Jeremy Howard, Pete
Ploszek e Alan Richson).
Essa caracterização está muito bem conseguida e a passagem
das duas dimensões desenhadas para as três dimensões do filme é um dos seus
pontos fortes. Isso fica-se a dever em grande parte à utilização de uma técnica
avançada de captação de movimentos dos actores, conseguida com a aplicação de
sensores em número mais elevado que o habitual, o que confere aos movimentos
das tartarugas – e também do seu mestre Splinter (Danny Woodburn), um rato, e
do robot Destruidor (Tohoru Masamune) – naturalidade, humanidade e
credibilidade.
A história, escrita por Josh Appelbaum, André Nemec e Evan
Daugherty, perde-se, por vezes, em explicações e na revisitação das origens do
quarteto, que quebram a sequência narrativa, e mostra uma Nova Iorque
mergulhada no crime e na corrupção, situação que se irá inverter quando as
quatro tartarugas mutantes ninja adolescentes saírem dos esgotos onde vivem
para descobrirem a sua vocação de heróis e derrotarem o plano urdido pelo
vilão.
O elenco inclui ainda Megan Fox, no papel de April O'Neill,
a jornalista amiga das tartarugas, a quem foi atribuído um protagonismo
excessivo não justificado, William Fichtner (Prison Break, Crossing Lines),
como Eric Sacks, um dos parceiros do vilão, e Whoopi Goldberg, directora do
canal noticioso onde trabalha April.
Apesar de tudo, os resultados globais do filme foram
suficientemente interessantes para a Paramount ter anunciado logo
após a estreia norte-americana uma sequela, com o segundo dos três filmes
previstos agendado para Junho de 2016, de novo produzido por Michael Bay, a
partir de um argumento de Josh Appelbaum e André Nemec.
A estreia em Portugal coincide com o lançamento nos Estados
Unidos do primeiro número de Teenage Mutant Ninja Turtles/Ghostbusters (edição
da IDW Publishing), mais um dos estranhos crossovers que abundam nos
quadradinhos norte-americanos, numa história escrita por Erik
Burnham e Tom Waltz e desenhada por Dan Schoening, cuja acção decorre
em Nova Iorque e em que as tartarugas ninja unem forças com os (velhos)
Caça-Fantasmas cinematográficos, para derrotarem um antigo inimigo.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 29 de Outubro de 2014)
Tartarugas Ninja: Adolescentes com 30 anos
Tartarugas Ninja: Adolescentes com 30 anos
(versão adaptada do
texto publicado no Jornal de Notícias de 26 de Maio de 2009, a propósito do
25.º aniversário das TMNT)
Há 30 anos, corria Maio de 1984, eram publicadas pela
primeira vez aquelas que seriam um dos maiores sucessos da história da BD e da
animação: as Tartarugas Adolescentes Mutantes Ninja (Teenage Mutant Ninja
Turtles) que tornaram os seus autores milionários.
Elas tinham sido criadas um ano antes, por dois jovens norte-americanos, Kevin Eastman e Peter Laird, que então (sobre)viviam de ilustrações publicitárias e part-times, que desenharam quatro tartarugas antropomórficas e decidiram fazer delas homenagem e paródia aos comics que mais apreciavam: Daredevil e Ronin, ambos de Frank Miller. Por isso, na sua origem, as tartarugas são um dano colateral do acidente que cegou Matt Murdock, ampliando os seus sentidos e transformando-o em Daredevil. Deram-lhes carácter adolescente, nomes de grandes artistas renascentistas: Miguel Ângelo, Donatelo, Leonardo e Rafael, uma ratazana especialista em artes marciais como mestre e mutantes e extraterrestres como inimigos.
Elas tinham sido criadas um ano antes, por dois jovens norte-americanos, Kevin Eastman e Peter Laird, que então (sobre)viviam de ilustrações publicitárias e part-times, que desenharam quatro tartarugas antropomórficas e decidiram fazer delas homenagem e paródia aos comics que mais apreciavam: Daredevil e Ronin, ambos de Frank Miller. Por isso, na sua origem, as tartarugas são um dano colateral do acidente que cegou Matt Murdock, ampliando os seus sentidos e transformando-o em Daredevil. Deram-lhes carácter adolescente, nomes de grandes artistas renascentistas: Miguel Ângelo, Donatelo, Leonardo e Rafael, uma ratazana especialista em artes marciais como mestre e mutantes e extraterrestres como inimigos.
Como o traço de Eastman e Laird era semelhante, ambos
escreveram e desenharam as primeiras histórias, que enviaram para diversas
editoras, sem qualquer resultado. Por isso, entre uma restituição fiscal e um
empréstimo de um tio, juntaram 1200 dólares e imprimiram 3000 exemplares, a
preto e branco, sob o selo Mirage Studios.
A ideia era vender as revistas pelo correio, mas uma página paga numa revista especializada e um dossier enviado para estações de televisão e agências noticiosas, originaram artigos sobre as TMNT em todo o país e inúmeras encomendas de lojas especializadas. As sucessivas reedições rapidamente ultrapassaram os 100 mil exemplares e tornaram-nas o maior sucesso das edições independentes nos EUA.
A ideia era vender as revistas pelo correio, mas uma página paga numa revista especializada e um dossier enviado para estações de televisão e agências noticiosas, originaram artigos sobre as TMNT em todo o país e inúmeras encomendas de lojas especializadas. As sucessivas reedições rapidamente ultrapassaram os 100 mil exemplares e tornaram-nas o maior sucesso das edições independentes nos EUA.
Mark Fredman, entretanto entrado para a Mirage, conseguiu
contratos para uma mini-série televisiva de 5 episódios e o fabrico de figuras
de acção pela Playmates Toys, e o êxito junto dos jovens repetiu-se, tendo sido
realizados 194 episódios, entre 1987 e 1996. Neles, a violência da BD foi
atenuada e as tartarugas, agora devoradoras compulsivas de pizza,
distinguiam-se pela cor das máscaras. Seguiu-se "Ninja Turtles: The Next
Mutation (1997), uma série live-action de má memória com uma quinta tartaruga
fêmea, Vénus de Milo, voltando às boas graças dos fãs em 2003, com mais cinco
temporadas em desenho animado.
Eu gostei muito,até adaptou bem a serie da decada de 80/90 com a April de amerelo a homenagear o desenho e outros momentos.E um Vernom que não é chato
ResponderEliminar