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21/10/2024
Dia Nacional da Banda Desenhada Portuguesa - entrevistas
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09/10/2023
Banda Desenhada reconhecida como forma superior de expressão da cultura
A Academia Nacional de Belas Artes, pela primeira vez, reconhece oficialmente a banda desenhada como uma forma superior de expressão cultural.
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19/12/2021
03/09/2021
Paulo Monteiro: "O regresso do Festival de BD de Beja é voltar à vida, a uma certa normalidade, de podermos fazer as coisas que nos apaixonam."
O XVI Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja é inaugurado hoje, às 21 horas, e Paulo Monteiro, o seu director falou um pouco sobre o regresso do mais estimulante festival de BD português e também dos destaques da programação (que pode ser consultada aqui).
O essencial das suas palavras pode ser lido aqui.
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22/12/2019
Os autógrafos do Pedro: Filipe Abranches e Paulo Monteiro
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24/09/2015
Paulo Monteiro na Sérvia
Paulo Monteiro, autor de banda desenhada e director do
Festival Internacional de BD de Beja é um dos convidados do Salon Stripa, que decorre
de 24 a 27 de Setembro em Belgrado, na Sérvia.
14/09/2014
Leitura Nova: O Amor infinito que te tenho e outras histórias (3.ª edição)
Este é o primeiro livro de banda desenhada de Paulo
Monteiro [ver aqui]. Reúne um conjunto de histórias curtas efectuadas entre 2005 e 2010 e
mostra de forma clara e concisa o percurso de maturação de um autor que vive
intensamente as histórias que conta e desenha.
Já se tornou, com toda a justiça, no livro mais traduzido de
sempre da bd portuguesa. A 3ª edição inclui, como novidade, um álbum de
fotografias do autor.
Mais informações já a seguir.
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31/01/2014
Paulo Monteiro: prémio e edição no Brasil
O amor infinito que
tenho por você é outras histórias foi o título escolhido para a edição
brasileira do livro mais traduzido da história da banda desenhada portuguesa.
A edição, da responsabilidade da Balão Editorial, terá lugar
entre Fevereiro e Março, e segue-se a edições da mesma obra em Espanha,
Polónia, Inglaterra, Irlanda e França.
Neste último país, o livro valeu a Paulo Monteiro, neste
momento no festival de BD de Angoulême, onde tem agendadas várias sessões de
autógrafos, o prémio Sheriff d’Or, atribuído pela livraria Esprit-BD. A obra,
que tem sido bem recebida pela crítica (especializada ou não) é ainda candidata
a duas outras distinções francófonas.
O amor infinito que te tenho e outras histórias (Polvo, 2011), na sua versão portuguesa tinha sido já consagrado como Melhor
Álbum Português, no AmadoraBD (2011), e como Melhor Edição Independente pelos
Troféus Central Comics (2012).
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16/11/2013
Paulo e Susa Monteiro na Mundo Fantasma
Histórias da Planície
Data: 16 de Novembro de 2013 a 5 de janeiro de 2014
Local: Galeria Mundo Fantasma, loja 509/510, Centro Comercial Brasília, Avenida da Boavista, 267, Porto
A Inveja é Uma Coisa
Muito Feia
Eu e a Susa vivemos e trabalhamos juntos há muito tempo. Não é por isso de
estranhar que haja muitos pontos de contacto entre as nossas histórias e o
nosso desenho. Afinidades que podem ser encontradas na utilização dos
materiais, na expressão do próprio traço, e até nas temáticas que escolhemos (a
solidão, o amor). Mas essa aparente “harmonia” fica-se por aqui.
A Susa desenha como quem respira: desenha directamente, sem esboço, quase
sempre sem saber o que vai surgir no papel. O desenho vai-se revelando aos
poucos, vai-se mostrando. E muitas vezes também acaba por a surpreender. É como
se o desenho vivesse dentro dela. Só tem que o deixar correr pelo lápis e
desaguar na folha branca…
Comigo é ao contrário: desenhar é sempre penoso e cansativo! Tenho uma imagem na cabeça e é essa imagem que persigo. Horas a fio! Faço esboços, esboços e esboços. Rasgo, deito fora, encho o caixote do lixo com papéis. Para chegar ao desenho é sempre uma luta esgotante e muitas vezes um processo doloroso. É quase obsessivo! Nunca nada está bem! E saio muitas vezes de casa para não rasgar o que já está feito!
Quem vê as nossas pranchas juntas, como nesta exposição na Mundo Fantasma, não imagina que tentemos chegar ao mesmo objectivo através de caminhos tão diferentes. Há tantos pontos de contacto no nosso trabalho... Bom, na verdade também nos complementamos a desenhar. Mas pelo oposto: Ela encontra. Eu procuro.
Comigo é ao contrário: desenhar é sempre penoso e cansativo! Tenho uma imagem na cabeça e é essa imagem que persigo. Horas a fio! Faço esboços, esboços e esboços. Rasgo, deito fora, encho o caixote do lixo com papéis. Para chegar ao desenho é sempre uma luta esgotante e muitas vezes um processo doloroso. É quase obsessivo! Nunca nada está bem! E saio muitas vezes de casa para não rasgar o que já está feito!
Quem vê as nossas pranchas juntas, como nesta exposição na Mundo Fantasma, não imagina que tentemos chegar ao mesmo objectivo através de caminhos tão diferentes. Há tantos pontos de contacto no nosso trabalho... Bom, na verdade também nos complementamos a desenhar. Mas pelo oposto: Ela encontra. Eu procuro.
E procuro, e procuro… Que inveja!
Paulo Monteiro
Nasceu em Beja em 1979, cidade onde reside. Estudou Realização
Plástica do Espectáculo na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa, e
Cinema de Animação no CITEN. Trabalhou durante vários anos como figurinista e
aderecista para o teatro e o cinema.
Em 2002 integrou o Colectivo Toupeira, passando a dedicar-se principalmente à
banda desenhada e à ilustração. Em 2005, com a criação da Bedeteca de Beja,
passou a colaborar com todas as iniciativas da instituição, fazendo ainda a
direcção adjunta do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. É também
a responsável pela linha gráfica da Bedeteca e do Festival.
Tem publicado bandas desenhadas curtas nos fanzines Venham
+5 e Efeméride (Portugal), Barsowia (Espanha) e Café Espacial (Brasil) e
publicou os livros A Carga (Bedeteca de Beja, 2008) e Jorge Palma (Editora
Tugaland, 2009). Participou ainda nos livros colectivos Vencer os Medos, com
argumento de João Paulo Cotrim (Assírio & Alvim, 2008) e Portimão – Como se
faz uma cidade (Câmara Municipal de Portimão, 2010).
Fora da área da banda desenhada, ilustrou os livros
Breviário das Almas, de Joaquim Figueira Mestre (Oficina do Livro, 2009),
Cartas Portuguesas, de Soror Mariana Alcoforado (Cocas Produções, 2011), Uma
História de Amor no Casal da Eira Branca, de Tomás Vasques (abysmo, 2012), e
Sem óculos cor-de-rosa, de Ana Paula Figueira (Calendário de Letras, 2013).
Participou também no livro colectivo Sérgio Godinho e as 40 ilustrações
(abysmo, 2011).
Desde o início de 2008 que ilustra a crónica de António Lobo Antunes para a
revista Visão, desenhando também regularmente para os jornais Público e Diário
do Alentejo.
Entre as muitas exposições que realizou ou em que participou, destacam-se as
seguintes: Ilustra 33 (XV Festival CCP, Lisboa, 2013), Sérgio Godinho e as 40
Ilustrações (4 A Fábrica, Lisboa, 2011 – e em itinerância pelo país), Tinta Nos
Nervos (Museu Colecção Berardo, Lisboa, 2011), Salão Europeu de Banda Desenhada
de Bucareste (Roménia, 2011), Cor – 15 Ilustradores Portugueses (Ar.Co /Casa da
Cerca / Centro Português de Serigrafia, Lisboa, 2008), Susa Monteiro (IV FIBDB,
Beja, 2008), e 17 Autores Portugueses Contemporâneos (17º FIBDA, Amadora,
2006).
Entre outros prémios, venceu em 2011 o Prémio Stuart de
Desenho de Imprensa, com um trabalho realizado para o Diário do Alentejo. Foi
também nomeada em 2012 para os Troféus Central Comics - HD: Melhor Artista
Nacional 2001-2012.
Neste momento Susa Monteiro encontra-se a preparar a
exposição Um T-0 Com Vista Para o Esgoto – 167 Desenhos, que terá lugar na
Bedeteca de Beja. Prepara ainda 3 álbuns de desenho, com base nos trabalhos
expostos, a publicar em 2014 (edição de autor).
Paulo Monteiro
Nasceu em Vila Nova de Gaia em 1967. A partir dos 13 anos
começou a ilustrar fanzines de poesia, cartazes e murais. Em 1987 matriculou-se
em Letras, na Universidade de Lisboa. Durante esse período estudou Pintura e
Cenografia para Teatro. Quando se licenciou, em 1991, foi viver para Beja, no
Sul, onde ainda vive.
Teve (e tem) interesses e actividades muito diferentes:
trabalhou nas vindimas, passou filmes de Buster Keaton e Charlie Chaplin de
terra em terra, escreveu para a rádio e para os jornais como jovem jornalista,
trabalhou no Cais Marítimo de Alcântara (Lisboa), compôs músicas, tocou
guitarra em casas de repouso para idosos, foi professor de Geografia e Ciências
da Natureza, fez cenários e figurinos para teatro, fez teatro de sombras
chinesas e teatro de fantoches, participou em escavações arqueológicas, etc.,
etc. Também fez a curadoria de dezenas de exposições de escultura, ilustração,
pintura antiga e contemporânea, etc.
Escreveu e publicou três fanzines de poesia: Poemas (1988),
Poemas a andar de carro (2003) e Poemas Japoneses (2005).
Desde 2005 que faz a direcção da Bedeteca de Beja e do
Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, por onde têm passado alguns
dos mais excitantes autores de banda desenhada da actualidade como Craig
Thompson, Dave McKean, David B., Fábio Moon e Gabriel Bá, Lorenzo Mattotti,
Lourenço Mutarelli, Miguelanxo Prado, entre muitos outros.
Viaja regularmente pelo Sul de Portugal visitando escolas em
pequenas vilas e cidades para falar de banda desenhada.
A partir dessa altura publicou várias histórias em Portugal
(Venham + 5, Café e Cigarros, Efeméride, BDLP), no Brasil (Café Espacial), na
Colômbia (Comic Road) e em Espanha (Barsowia).
Em 2010 publicou o seu primeiro livro, O Amor Infinito que te tenho (Edições
Polvo), editado também em Espanha (Edicions de Ponent), França (Six Pieds Sous
Terre), Polónia (Timof Comics), e brevemente no Brasil (Balão Editorial), no
Reino Unido (Blank Slate Books) e na Sérvia (Komiko).
O livro ganhou o Prémio Melhor Álbum Português Amadora BD
2011, e o Prémio Melhor Publicação Independente Central Comics 2011.
Encontra-se neste momento nomeado para o Prémio Sheriff d’Or 2013 - Librairie
Esprit BD, em França.
Tem realizado e participado em várias exposições ou mostras
principalmente em Portugal, mas também no Brasil, Espanha, França, Itália,
Polónia e Roménia.
Neste momento encontra-se a trabalhar no seu segundo livro,
que deverá estar pronto no final de 2015.
Tem um filho: Manuel…
(Texto da responsabilidade da organização)
Leituras relacionadas
BD para ver,
Mundo Fantasma,
Paulo Monteiro,
Susa Monteiro
21/06/2013
Paulo Monteiro editado em Espanha
Depois de ser considerado o Melhor Álbum de 2011 pelos
Prémios Nacional de BD e a Melhor Edição Independente pelos Troféus Central Comics,
e após as edições na Polónia e na França,
“O Amor Infinito que te Tenho e Outras Histórias”,
de Paulo Monteiro, fica hoje também disponível em espanhol, pelas Edicions de Ponent, sob o título “El Amor Infinito que te Tengo y Otras Historias”.
Em andamento estão as edições no Reino Unido e Irlanda - já em Julho? - e no Brasil - lá mais para o final do ano…
Leituras relacionadas
Ediciones del Ponent,
Paulo Monteiro
17/05/2013
Paulo Monteiro editado em França
(informação da editora em francês)
O álbum português: O amor infinito que te tenho e outras histórias
05/04/2013
Paulo Monteiro editado na Polónia
O álbum de
banda desenhada “O amor infinito que te tenho e outras histórias”,
da autoria do português Paulo Monteiro, acaba de ser editado na Polónia,
noticia o boletim electrónico do Camões, IP em Varsóvia.
O livro,
editado em Portugal em finais de 2010, foi traduzido por Jakub Jankowski e dado
à estampa pela editora "timof comics".
Esta
extraordinária colectânea de contos de tom poético, que estavam dispersos por
fanzines e outras publicações antes de reunidos e editados pela editora Polvo
em Portugal, é o quinto livro de BD portuguesa a ser editado na Polónia,
segundo o boletim electrónico do Camões, IP de Varsóvia.
Paulo
Monteiro é um autor português de BD e, desde 2005, director do Festival de
Banda Desenhada de Beja. Em 2011, o álbum agora publicado na Polónia foi
galardoado com o prémio para o melhor álbum de banda desenhada, no Festival
Internacional Amadora BD. Em 2012, Paulo Monteiro foi o autor em destaque na
23.ª edição do mesmo festival.
(Texto retirado do site do Instituto Camões, com alteração da grafia para a versão pré-acordo ortográfica da
responsabilidade de As Leituras do Pedro)
17/11/2012
Café Espacial #11
Vários autores
(Brasil, Outubro de 2012)
140 x 210 mm, 100 p., pb, brochado
R$ 15,00
Hoje a
proposta é diferente, é para um café. Duplo.
(estranho
para quem nem gosta de café…)
Um Café
Espacial. Sim, leram bem, Espacial. Mas também especial.
Para saborear
sozinho, num fim de tarde outonal, frio e chuvoso, no sossego do nosso canto
preferido.
Só nós e a
revista. O seu peso e a textura do papel nas mãos, o cheiro a tinta pelo ar, o som
do virar das páginas, qual música, nos ouvidos, os quadradinhos a desfilar
perante os nossos olhos…
(Sim, é
verdade, o tom marcadamente intimista que era seu apanágio perdeu-se um pouco
desta vez, talvez porque outros colaboradores surgiram, O que não tem que ser
obrigatoriamente mau, embora eu preferisse o meu café dessa outra forma… No seu
lugar, curiosamente, surgiram relatos em que predominam o fantástico e um certo
terror…)
Um café,
para desfrutar sozinhos, escrevi, mas na companhia de Laudo Ferreira, do nosso Paulo
Monteiro, do Sérgio Chaves e do Allan Ledo, do DW…
Em BD,
prosa, fotografia…
O outro
café é também Espacial. E é também (este) Café Espacial.
Desta vez um
café longo, mais demorado, para desfrutar acompanhado, de preferência com
muitos amigos, na Bedeteca de Beja, a partir de hoje às 17h30 e até 31 de
Dezembro.
“Prova um
gole de Café Espacial” é a exposição comemorativa dos 5 anos do Café Espacial,
a exposição das pranchas que já lemos, descobertas na sua versão original.
Para desfrutar
igualmente, mas de outra forma.
Na beleza
da sua arte, talvez sem o suporte da(s) sua(s) história(s).
Mais bonitas?
A preto e branco ou a cores? Retocadas? Em computador? A pincel ou
esferográfica? Pequenas, médias, grandes, enormes?
Só poderá responder,
quem lá for ver.
Antes ou
depois de ler. Ou antes e depois de ler.
Leituras relacionadas
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Laudo Ferreira,
Paulo Monteiro
21/05/2012
Autores portugueses mostram-se ao mundo
O que há de comum entre o Homem-Aranha, Gog Mendonça e Pizza
Boy, John Carter de Marte e relatos autobiográficos? A resposta tem tanto de
simples quanto de surpreendente: são desenhados por autores portugueses e estão
a ser publicados no estrangeiro.
E se a publicação de autores nacionais de banda desenhada fora
de portas, nomeadamente nos EUA, já não é novidade, não deixa de surpreender a simultaneidade
num espaço de tempo curto de várias publicações numa mão cheia de países.
Uma delas é a nova revista “Marvel Universe: Ultimate
Spider-Man”, lançada nos EUA no final de Abril e acabada de chegar às lojas
especializadas portuguesas.
Baseada nas aventuras animadas do Homem-Aranha tem como um
dos desenhadores o português Nuno Plati que, após diversas colaborações soltas
com a Marvel, surge aqui como artista regular da revista “a desenhar uma das
histórias todos os meses” tendo já 3 histórias entregues.
Plati confessa-se triplamente satisfeito porque “para além
de estar a trabalhar regularmente, estou a trabalhar para um publico mais
jovem, o que me agrada, porque não sou fã do chamado grim and gritty, e
confesso que estar a trabalhar em algo relacionado de alguma maneira com animação,
é algo que me dá bastante gozo”.
E acrescenta: “o facto de poder mostrar à minha filha daqui
a um anito ou dois (ela tem 2 anos), os comics que desenho, diz-me muito. Não
passam de histórias divertidas, muito light e sem o mínimo de pomposidade, e
isso satisfaz me plenamente”.
Também para a Marvel trabalha Filipe Andrade, o desenhador
português com maior número de obras publicadas naquela editora, cujo trabalho mais
recente foi “John Carter: A Princess of Mars”, cuja edição terminou nos EUA em
Março último e que serviu de introdução ao filme da Disney, baseado no universo
criado por Edgar Rice Burroughs.
Andrade considera este o seu trabalho “mais importante em termos criativos, artísticos e de impacto público até hoje”, apesar de “a nível de carreira” ainda não ter tirado “grandes dividendos; veremos o que o futuro trará”.
Andrade considera este o seu trabalho “mais importante em termos criativos, artísticos e de impacto público até hoje”, apesar de “a nível de carreira” ainda não ter tirado “grandes dividendos; veremos o que o futuro trará”.
Bem acolhido pela crítica norte-americana, os 5 tomos desta
mini-série foram compilados num único volume, recentemente editado nos EUA,
França e Espanha, tendo neste último país a Panini disponibilizado uma longa
entrevista com o desenhador português
.
Trajecto diferente é o de Dog Mendonça e PizzaBoy,
personagens criadas por Filipe Melo e desenhadas pelo argentino Juan Cavia.
Depois do sucesso em Portugal, onde os dois volumes com as suas aventuras editados
pela Tinta-da-China já vão em 2ª edição, a Dark Horse Comics encomendou-lhes
histórias curtas inéditas, “porque John Landis, o autor do nosso primeiro
prefácio, enviou uma cópia do livro ao Mike Richardson, presidente da editora.
Quando recebi um mail com o convite não podia acreditar e pensei sempre que
algo correria mal e que não aconteceu”.
As referidas histórias curtas, inseridas nos números 4 a 7
da nova vida da revista “DHP - Dark Horse Presents” no final de 2011, tiveram boa
aceitação dos leitores, o que possibilitou que no início de Junho surja nas
livrarias especializadas norte-americanas “The Incredible Adventures of DogMendonça and Pizza Boy”, já “com algumas "advance reviews" que,
felizmente, têm sido boas. É bom saber que estamos a ser bem recebidos e que
querem mais trabalhos nossos, especialmente em tempos difíceis como estes”.
A edição brasileira correspondente, da responsabilidade da
Devir Livraria, “está prevista para o fim do Verão”, devendo na mesma altura sair
nos EUA "The Untold Tales of Dog Mendonça and Pizzaboy", a compilação
“com as histórias escritas para a DHP”, revela Melo que adianta estar já a
escrever o argumento do terceiro volume, que deverá estar pronto “para 2014”.
Finalmente, longe deste circuito mais comercial, pelo seu
tom autobiográfico e intimista, apresenta-se "O Amor Infinito que tetenho e outras histórias" (da Polvo, já em 2º edição), distinguido como Melhor Álbum de 2011 pelos Troféus Central Comics
e pelo Amadora BD.
Da autoria de Paulo Monteiro, que admite estar “muito feliz”
e a viver “uma fase muito mágica da vida enquanto autor”, será em breve
“publicado no Brasil pela Balão Editorial” e “em Fevereiro do ano que vem, no
Reino Unido e na Irlanda, pela Blank Slate Books” onde Paulo Monteiro já tem “página
e tudo! ,
caraças!!!!”
Isto, não impede que o autor, também director do Festival de
BD de Beja, já esteja a “trabalhar num novo livro, que ainda não tem nome, mas
será uma história com cerca de 120/130 pranchas” que pensa concluir “para o
final de 2014”.
No entanto, as propostas de autores portugueses de BD para fora
de portas não se esgotam nos livros apresentados.
Filipe Andrade, depois de “John Carter” e de uma paragem
forçada de três meses devido a um braço partido, vai voltar “aos contactos estabelecidos
em Angoulême, em Janeiro” havendo “algumas hipóteses de edição tanto em França
como nos EUA”.
Jorge Coelho, que há dois anos participou em “Forgetless”, uma
mini-série da Image, trabalha neste momento “para a italiana Passenger Press,
em “Odisea Nera", uma BD escrita por Valentino Sergi, que será publicada
em Novembro, no Festival de Lucca” e, em paralelo, desenha “a série
"Suckers", a partir de um argumento de Eric Skillman”, que surgirá “primeiro
em versão webcomic no site Trip City”, adiantando que “depois se verá quanto a uma
versão impressa. Começará a ser publicada em Agosto e terá episódios mensais de
6/8 pranchas”.
Quanto a Ricardo Tércio, já com trabalhos publicados nos EUA
e em França, dedica-se de momento “a um livro da colecção Dofus Monster,
escrito por Olivier Dobbs, para a editora francesa Ankama, que deverá sair em
2013”.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de
21 de Maio de 2012)
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06/11/2011
Tintin por... (III)
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23/12/2010
L’Assassinat du Pére Nöel
Éric Adam e Didier Convard (argumento)
Paul (desenho)
Glénat (França, Dezembro de 2010)
240 x 320 mm, 72 p., cor, cartonado
Resumo
Mortefond é uma pequena aldeia cuja economia assenta no fabrico artesanal de brinquedos e que se distingue pelo facto de na véspera de Natal todos os habitantes se fantasiarem de personagens de contos infantis, para participarem num baile intitulado “Era uma vez…”, que lhes permite, por uma noite, saírem da realidade.
É o que acontece na noite em que a história começa, em que tudo corria bem, até alguém anunciar que o Pai Natal tinha sido assassinado.
Desenvolvimento
Ou talvez não fosse o Pai Natal – quem o costumava encarnar… - mas sim alguém que se aproveitou do seu disfarce para conseguir outros intentos. Porque, conta uma lenda local, na pequena localidade repousa escondido um tesouro de enorme valor, que muitos procuraram em vão durante decénios, um braço em ouro e pedras preciosas, de que se possui apenas um dedo com um valioso rubi, mostrado uma vez por ano, na tal noite especial. E que, como não podia deixar de ser, desapareceu.
A narrativa, começa com o clímax que culmina com o assassinato do Pai Natal, para depois recuar 15 dias, para um trecho bem mais pausado, que narra a chegada de um “estrangeiro” a Mortefond e prepara o caminho para a tal morte. Que tem lugar numa noite em que a neve isolou a localidade de todo o resto do mundo.
É por isso que o tal “estrangeiro”, Prosper Lepicq, detective/advogado como saberemos mais tarde, cujas razões para a busca de isolamento e fuga do seu meio habitual não nos são reveladas, assume o protagonismo. De forma discreta, privilegiando a observação e a dedução.
História policial de contornos tradicionais – a grande novidade é mesmo a noite do “Era uma vez…” – cujo desenrolar contém algumas revelações até chegar ao habitual final com algumas surpresas, permite-nos acompanhar o inquérito levado a cabo por Lepicq, ouvir as suas indagações, apreciar os indícios que recolhe e que lhe permitirão chegar até ao culpado, encontrando pelo caminho gente apaixonada, outros que não são quem parecem ser, um cura com queda para a bebida e alguns mais, numa galeria bem construída e caracterizada, apropriada a um meio pequeno como Mortefond.
Como curiosidade, desta narrativa bem estruturada, de ritmo pausado para permitir pesar os factos que vão sendo revelados e encaixar as sucessivas peças do puzzle que vão sendo encontradas, fica o facto de o protagonista ser não só detective como também advogado, começando por investigar e descobrir o assassino, para depois o defender no tribunal, onde a história terminará.
Para a forma agradável como a história se desenvolve, captando a atenção do leitor, contribui também a linha clara de Paul, suave e luminosa – fruto da luz reflectida pela neve que tudo cobre…? – com a qual, em belas pranchas – especialmente quando os cenários assumem maior destaque - traça o retrato de Mortefond e dos seus habitantes.
Curiosidade
- Esta é uma adaptação muito livre de um romance de Pierre Véry publicado pela primeira vez em 1934 e levado ao cinema por Christian Jaque em 1941.
Paul (desenho)
Glénat (França, Dezembro de 2010)
240 x 320 mm, 72 p., cor, cartonado
Resumo
Mortefond é uma pequena aldeia cuja economia assenta no fabrico artesanal de brinquedos e que se distingue pelo facto de na véspera de Natal todos os habitantes se fantasiarem de personagens de contos infantis, para participarem num baile intitulado “Era uma vez…”, que lhes permite, por uma noite, saírem da realidade.
É o que acontece na noite em que a história começa, em que tudo corria bem, até alguém anunciar que o Pai Natal tinha sido assassinado.
Desenvolvimento
Ou talvez não fosse o Pai Natal – quem o costumava encarnar… - mas sim alguém que se aproveitou do seu disfarce para conseguir outros intentos. Porque, conta uma lenda local, na pequena localidade repousa escondido um tesouro de enorme valor, que muitos procuraram em vão durante decénios, um braço em ouro e pedras preciosas, de que se possui apenas um dedo com um valioso rubi, mostrado uma vez por ano, na tal noite especial. E que, como não podia deixar de ser, desapareceu.
A narrativa, começa com o clímax que culmina com o assassinato do Pai Natal, para depois recuar 15 dias, para um trecho bem mais pausado, que narra a chegada de um “estrangeiro” a Mortefond e prepara o caminho para a tal morte. Que tem lugar numa noite em que a neve isolou a localidade de todo o resto do mundo.
É por isso que o tal “estrangeiro”, Prosper Lepicq, detective/advogado como saberemos mais tarde, cujas razões para a busca de isolamento e fuga do seu meio habitual não nos são reveladas, assume o protagonismo. De forma discreta, privilegiando a observação e a dedução.
História policial de contornos tradicionais – a grande novidade é mesmo a noite do “Era uma vez…” – cujo desenrolar contém algumas revelações até chegar ao habitual final com algumas surpresas, permite-nos acompanhar o inquérito levado a cabo por Lepicq, ouvir as suas indagações, apreciar os indícios que recolhe e que lhe permitirão chegar até ao culpado, encontrando pelo caminho gente apaixonada, outros que não são quem parecem ser, um cura com queda para a bebida e alguns mais, numa galeria bem construída e caracterizada, apropriada a um meio pequeno como Mortefond.
Como curiosidade, desta narrativa bem estruturada, de ritmo pausado para permitir pesar os factos que vão sendo revelados e encaixar as sucessivas peças do puzzle que vão sendo encontradas, fica o facto de o protagonista ser não só detective como também advogado, começando por investigar e descobrir o assassino, para depois o defender no tribunal, onde a história terminará.
Para a forma agradável como a história se desenvolve, captando a atenção do leitor, contribui também a linha clara de Paul, suave e luminosa – fruto da luz reflectida pela neve que tudo cobre…? – com a qual, em belas pranchas – especialmente quando os cenários assumem maior destaque - traça o retrato de Mortefond e dos seus habitantes.
Curiosidade
- Esta é uma adaptação muito livre de um romance de Pierre Véry publicado pela primeira vez em 1934 e levado ao cinema por Christian Jaque em 1941.
Leituras relacionadas
Adams,
Convard,
Glénat,
Paulo Monteiro
09/12/2010
O amor infinito que te tenho e outras histórias
Paulo Monteiro (argumento e desenho)
Polvo (Portugal, Outubro de 2010)
165 x 225 mm, 70 p., pb, brochado com badanas
Conheci o Paulo Monteiro há seis anos, no 1º Festival de Beja – director de um festival e também autor de BD, uma dualidade que raras vezes tem funcionado bem entre nós. Depois de uns parcos mails e alguns telefonemas trocados ao longo destes anos, reencontrei-o em Maio último, no mesmo local.
A impressão que tinha dele fortaleceu-se. Alguém dedicado, empenhado no mais estimulante festival de BD do país – isto sou eu que afirmo – mas que não gosta das luzes do estrelato, mesmo que elas sejam apenas os pirilampos que alumiam a BD neste país.
Agora, com a biografia inserida neste seu primeiro livro, descubro que também escreveu para a rádio e jornais, passou filmes de terra em terra, compôs música, tocou guitarra, foi professor de Geografia, participou em escavações arqueológicas, fez teatro de sombras e de fantoches e mais um largo etc. Mas de que destaco novamente: é director do Festival de BD de Beja e autor de BD. Mas agora com uma variante, ligeira mas fundamental: sensível. Um autor de BD sensível; de uma sensibilidade e uma capacidade de transmitir aos seus relatos um tom poético, íntimo, frágil, que raras vezes tenho encontrado em BD. De uma sensibilidade única que as poucas histórias desenhadas que tinha lido dele, soltas e esparsas em publicações diversas, não me tinham permitido descobrir, confesso.
Por isso, o meu obrigado à Polvo, do Rui Brito, pela edição deste livro.
E, claro, ao Paulo, também, por não ter desistido em nenhuma das muitas vezes que isso lhe passou pela cabeça, como desvenda – expondo-se duplamente – nos (poucos…) excertos do seu diário que concluem o livro e que permitem intuir, sentir a sensação de angústia que tantas vezes o atacou face ao papel em branco ou já rabiscado.
Volto ao livro, justificação destas linhas, para dizer que sim, Paulo; ele, o livro, faz todo o sentido, a sua linha condutora é forte e perfeitamente perceptível, feita do amor, da ternura, dos sentimentos fortes e nobres que nutre pelos que lhe são próximos. E que o Paulo soube expressar magnificamente – e, sim, sem ser lamechas! - numa linguagem mista de texto e desenho que poucas vezes vi assim (tão bem) usada neste registo.
E volto ao livro, mais uma vez, para destacar, porque é de inteira justiça fazê-lo, entre a dezena de histórias incluídas, a que dedicou ao pai – “Porque este é o meu ofício” – súmula do que atrás ficou escrito, dedicatória em vida a alguém que lhe é muito importante, exposição extrema (mas pudica e contida, como tudo no livro) do autor perante o pai, perante os leitores. Uma narrativa que toca, que mexe com os sentimentos e que faz pensar o que fazemos nós com os nossos pais, com aqueles que amamos.
Polvo (Portugal, Outubro de 2010)
165 x 225 mm, 70 p., pb, brochado com badanas
Conheci o Paulo Monteiro há seis anos, no 1º Festival de Beja – director de um festival e também autor de BD, uma dualidade que raras vezes tem funcionado bem entre nós. Depois de uns parcos mails e alguns telefonemas trocados ao longo destes anos, reencontrei-o em Maio último, no mesmo local.
A impressão que tinha dele fortaleceu-se. Alguém dedicado, empenhado no mais estimulante festival de BD do país – isto sou eu que afirmo – mas que não gosta das luzes do estrelato, mesmo que elas sejam apenas os pirilampos que alumiam a BD neste país.
Agora, com a biografia inserida neste seu primeiro livro, descubro que também escreveu para a rádio e jornais, passou filmes de terra em terra, compôs música, tocou guitarra, foi professor de Geografia, participou em escavações arqueológicas, fez teatro de sombras e de fantoches e mais um largo etc. Mas de que destaco novamente: é director do Festival de BD de Beja e autor de BD. Mas agora com uma variante, ligeira mas fundamental: sensível. Um autor de BD sensível; de uma sensibilidade e uma capacidade de transmitir aos seus relatos um tom poético, íntimo, frágil, que raras vezes tenho encontrado em BD. De uma sensibilidade única que as poucas histórias desenhadas que tinha lido dele, soltas e esparsas em publicações diversas, não me tinham permitido descobrir, confesso.
Por isso, o meu obrigado à Polvo, do Rui Brito, pela edição deste livro.
E, claro, ao Paulo, também, por não ter desistido em nenhuma das muitas vezes que isso lhe passou pela cabeça, como desvenda – expondo-se duplamente – nos (poucos…) excertos do seu diário que concluem o livro e que permitem intuir, sentir a sensação de angústia que tantas vezes o atacou face ao papel em branco ou já rabiscado.
Volto ao livro, justificação destas linhas, para dizer que sim, Paulo; ele, o livro, faz todo o sentido, a sua linha condutora é forte e perfeitamente perceptível, feita do amor, da ternura, dos sentimentos fortes e nobres que nutre pelos que lhe são próximos. E que o Paulo soube expressar magnificamente – e, sim, sem ser lamechas! - numa linguagem mista de texto e desenho que poucas vezes vi assim (tão bem) usada neste registo.
E volto ao livro, mais uma vez, para destacar, porque é de inteira justiça fazê-lo, entre a dezena de histórias incluídas, a que dedicou ao pai – “Porque este é o meu ofício” – súmula do que atrás ficou escrito, dedicatória em vida a alguém que lhe é muito importante, exposição extrema (mas pudica e contida, como tudo no livro) do autor perante o pai, perante os leitores. Uma narrativa que toca, que mexe com os sentimentos e que faz pensar o que fazemos nós com os nossos pais, com aqueles que amamos.
17/06/2010
BD nacional cresce à margem das grandes editoras – Inquérito a Paulo Monteiro*
- Qual o objectivo das vossas edições?
Paulo Monteiro - Com a edição do Venham +5 temos essencialmente dois objectivos: por um lado divulgar o trabalho dos autores, dentro das limitações impostas por este tipo de publicações ao nível da divulgação e da distribuição; por outro, incentivar a própria produção artística, já que a publicação, para os autores, é sempre essencial e motiva sempre novos projectos. A edição constitui, em si mesmo, um incentivo à produção. E isso é muito importante...
- Até onde conseguem chegar/que visibilidade têm estas edições?
Paulo Monteiro - Têm grande visibilidade dentro do meio ligado à banda desenhada: autores, críticos, pequenos editores, etc. (basta consultar os blogs e sites da especialidade, para termos essa noção). Fora deste nicho, acho que a visibilidade é muito reduzida, ou quase nula. Aliás, isto não se passa apenas com as pequenas edições ou com a edição de fanzines. Passa-se a uma escala mais alargada, mesmo com as grandes casas editoras. A banda desenhada não abre os noticiários nem é primeira página de jornal, salvo em raras ocasiões (não obstante o esforço levado a cabo por muitos jornalistas). As redacções raramente destacam a banda desenhada. Basicamente: a banda desenhada constitui um nicho de leitores. Como constitui um nicho não tem visibilidade. Como não tem visibilidade não "merece" destaque. É um círculo vicioso que vamos tentando anular (instituições ligadas à banda desenhada, autores, jornalistas, etc.). Mas nem sempre é fácil contrariar esta situação.
- Nestes moldes, que futuro antevês para a BD nacional?
Paulo Monteiro - Se nos quisermos circunscrever a um pequeno nicho (como sucede, de certa forma, com a poesia ou com o cinema de animação), antevejo um futuro relativamente tristonho. Faltam-nos leitores... (Teremos que os ir buscar a outros sítios, nomeadamente à literatura).
Ao nível artístico, que considero verdadeiramente surpreendente na banda desenhada portuguesa (há de tudo para todos os gostos), acredito que os autores continuem a criar obras absolutamente excepcionais, como sucede de quando em quando. Todos os anos surgem novos projectos. Mas falta-nos estratégia. Falta-nos agregar gente à volta da banda desenhada. Há muitas ideias, muitas intenções, mas uma falta de visão estratégica que só se resolve juntando autores, críticos e editores para estabelecer um plano de divulgação e leitura.
*Director do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja e editor do Venham +5 e da colecção Toupeira
Paulo Monteiro - Com a edição do Venham +5 temos essencialmente dois objectivos: por um lado divulgar o trabalho dos autores, dentro das limitações impostas por este tipo de publicações ao nível da divulgação e da distribuição; por outro, incentivar a própria produção artística, já que a publicação, para os autores, é sempre essencial e motiva sempre novos projectos. A edição constitui, em si mesmo, um incentivo à produção. E isso é muito importante...
- Até onde conseguem chegar/que visibilidade têm estas edições?
Paulo Monteiro - Têm grande visibilidade dentro do meio ligado à banda desenhada: autores, críticos, pequenos editores, etc. (basta consultar os blogs e sites da especialidade, para termos essa noção). Fora deste nicho, acho que a visibilidade é muito reduzida, ou quase nula. Aliás, isto não se passa apenas com as pequenas edições ou com a edição de fanzines. Passa-se a uma escala mais alargada, mesmo com as grandes casas editoras. A banda desenhada não abre os noticiários nem é primeira página de jornal, salvo em raras ocasiões (não obstante o esforço levado a cabo por muitos jornalistas). As redacções raramente destacam a banda desenhada. Basicamente: a banda desenhada constitui um nicho de leitores. Como constitui um nicho não tem visibilidade. Como não tem visibilidade não "merece" destaque. É um círculo vicioso que vamos tentando anular (instituições ligadas à banda desenhada, autores, jornalistas, etc.). Mas nem sempre é fácil contrariar esta situação.
- Nestes moldes, que futuro antevês para a BD nacional?
Paulo Monteiro - Se nos quisermos circunscrever a um pequeno nicho (como sucede, de certa forma, com a poesia ou com o cinema de animação), antevejo um futuro relativamente tristonho. Faltam-nos leitores... (Teremos que os ir buscar a outros sítios, nomeadamente à literatura).
Ao nível artístico, que considero verdadeiramente surpreendente na banda desenhada portuguesa (há de tudo para todos os gostos), acredito que os autores continuem a criar obras absolutamente excepcionais, como sucede de quando em quando. Todos os anos surgem novos projectos. Mas falta-nos estratégia. Falta-nos agregar gente à volta da banda desenhada. Há muitas ideias, muitas intenções, mas uma falta de visão estratégica que só se resolve juntando autores, críticos e editores para estabelecer um plano de divulgação e leitura.
*Director do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja e editor do Venham +5 e da colecção Toupeira
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