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27/03/2018

Olimpo Tropical


Regresso à favela



Tal como André Diniz, aqui (bem) acompanhado por Laudo Ferreira - dois autores cujas obras tenho tentado acompanhar - regresso ao Rio de Janeiro.
Eu, depois de ontem ter destacado Carnaval Sauvage, Diniz após o seu premiado Morro da Favela e Que Deus te abandone.
Em comum a estas obras, as favelas do Rio como local da acção - e pouco mais.

30/01/2017

Cadernos de Viagem

As viagens da vida

 “Todas as experiências, boas ou ruins, de algum modo acabam nos fazendo entender que elas fazem parte do caminho para nosso crescimento. (...) A experiência de viver é a maior de todas”
In Cadernos de Viagem

Geralmente associamos a expressão “cadernos de viagem” a um conjunto de esboços feitos durante visitas a algum lugar pelo autor. Aqui, Laudo Ferreira utiliza-a para dar título a uma viagem pelas memórias de Miguel, o protagonista - ou será que são mesmo dele, Laudo?

25/01/2016

Café Espacial #15






‘Surpresa’ não tem sido, de forma alguma, o adjectivo que eu escolheria para definir o trajecto editorial da Café Espacial – embora ele venha a ser tudo menos monótono - mas, neste seu décimo-quinto número, parece que o conteúdo foi seleccionado em função de um objectivo: surpreender.

29/05/2014

Yeshuah III: Onde tudo está













13 anos depois, Laudo Ferreira (com Omar Viñole) conclui a tarefa (hercúlea) a que se propôs: contar em quadr(ad)inhos uma versão humanizada da vida de Jesus Cristo.
O resultado, lido já a seguir.

20/05/2014

Leituras Novas Brasil – Maio 2014

Esta é uma nova secção aperiódica que surgirá sempre que se justificar.
Pretendo com ela divulgar alguma da informação que me chega regularmente do Brasil, até porque uma parte significativa dos visitantes de As Leituras do Pedro estão naquele país.
Como habitualmente, os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras e, no caso presente, optei por os manter em brasileiro.

Assim, já a seguir descubram as primeiras Leituras Novas provenientes do Brasil.

17/11/2012

Café Espacial #11




  
  

Vários autores
(Brasil, Outubro de 2012)
140 x 210 mm, 100 p., pb, brochado
R$ 15,00



Hoje a proposta é diferente, é para um café. Duplo.
(estranho para quem nem gosta de café…)

Um Café Espacial. Sim, leram bem, Espacial. Mas também especial.
Para saborear sozinho, num fim de tarde outonal, frio e chuvoso, no sossego do nosso canto preferido.
Só nós e a revista. O seu peso e a textura do papel nas mãos, o cheiro a tinta pelo ar, o som do virar das páginas, qual música, nos ouvidos, os quadradinhos a desfilar perante os nossos olhos…
(Sim, é verdade, o tom marcadamente intimista que era seu apanágio perdeu-se um pouco desta vez, talvez porque outros colaboradores surgiram, O que não tem que ser obrigatoriamente mau, embora eu preferisse o meu café dessa outra forma… No seu lugar, curiosamente, surgiram relatos em que predominam o fantástico e um certo terror…)
Um café, para desfrutar sozinhos, escrevi, mas na companhia de Laudo Ferreira, do nosso Paulo Monteiro, do Sérgio Chaves e do Allan Ledo, do DW…
Em BD, prosa, fotografia…

O outro café é também Espacial. E é também (este) Café Espacial.
Desta vez um café longo, mais demorado, para desfrutar acompanhado, de preferência com muitos amigos, na Bedeteca de Beja, a partir de hoje às 17h30 e até 31 de Dezembro.
“Prova um gole de Café Espacial” é a exposição comemorativa dos 5 anos do Café Espacial, a exposição das pranchas que já lemos, descobertas na sua versão original.
Para desfrutar igualmente, mas de outra forma.
Na beleza da sua arte, talvez sem o suporte da(s) sua(s) história(s).
Mais bonitas? A preto e branco ou a cores? Retocadas? Em computador? A pincel ou esferográfica? Pequenas, médias, grandes, enormes?
Só poderá responder, quem lá for ver.
Antes ou depois de ler. Ou antes e depois de ler.

14/03/2012

Yeshuah









Assim em cima assim embaixo
O círculo interno o círculo externo
Laudo ferreira (argumento e desenho)
Omar Viñole (arte-final)
Devir Livraria (Brasil, Dezembro de 2009 e Agosto de 2010)
165 x 240 mm, 160 p. e 136 p., pb, brochado
R$ 23,00 / R$ 22,50



Resumo
Biografia ficcionada da vida de Jesus Cristo, assenta numa profunda pesquisa bibliográfica não só das tradições católicas e dos evangelhos canónicos mas também de escritos apócrifos.
O primeiro tomo aborda desde a concepção e nascimento de Cristo até ao seu encontro com João Baptista e o segundo mostra a sua permanência no deserto durante 40 dias, o estabelecimento e consolidação do seu ministério e o seu primeiro encontro com Judas Iscariotes.

Desenvolvimento
São muitas as biografias de Jesus Cristo existentes, umas mais romanceadas do que outras, o que não deve surpreender numa sociedade ocidental que se diz cristã e seguidora dos seus ensinos - embora a prática o demonstre muito pouco…
E nos últimos anos, de forma recorrente, também por culpa do sucesso mediático de algumas delas, temos mesmo assistido a uma proliferação de obras, potencialmente polémicas, que, mais do que colocar em causa Cristo, têm questionado a imagem que ao longo dos séculos a Igreja Católica foi (de)formando dele.
Este tríptico de Laudo Ferreira e Omar Viñole – o terceiro tomo e último tomo deverá ser editado no segundo semestre do corrente ano – pode bem encaixar-se nesta (abrangente) corrente criativa.
Não porque se adivinhe ou perceba nele a vontade de chocar, não porque se apreenda alguma intenção de polemizar, mas porque, para o preparar, Laudo Ferreira documentou-se - de forma série e aprofundada – em grande número de obras – históricas, canónicas e apócrifas - indo bem mais além da visão tradicional de todos mais ou menos conhecida, ao mesmo tempo que contextualiza a sua narrativa numa época histórica precisa, da qual faz uma boa recriação gráfica.
Até porque, o seu intuito era – e conseguiu-o – humanizar as personagens ligadas aos eventos de que Jesus foi protagonista, primeiro Maria, a sua mãe, depois o próprio Jesus. Não só porque os apresenta como seres humanos com fraquezas, hesitações, problemas, questões e dúvidas em relação ao que deles é exigido, mas também porque os despoja dos traços místicos e/ou divinos que normalmente lhe estão associados.
Para isso, sem entrar em pormenorização de explicações para o que de sobrenatural existe na história tradicional cristã, Laudo Ferreira leva as personagens a procurarem no seu interior a força, as razões, as motivações para realizarem – nem sempre linearmente – os feitos que lhe são atribuídos – embora nalguns casos fique a dúvida de como conseguiram lá chegar, como no caso da cura do cego.
Com isso, consegue uma obra de grande densidade emocional, muito estimulante – que deve ser lida de espírito aberto, sem preconceitos – cujo conteúdo não é preciso aceitar mas cuja leitura pode até ajudar a afirmar as crenças daqueles que têm fé.

A reter
- O dinamismo gráfico de uma obra que obriga a leitura atenta e ponderada.
- A consistência da narrativa, apesar de afrontar questões profundamente enraizadas na cultura e no senso comum ocidentais.

Menos conseguido
- Apesar de contribuir para a credibilização da obra, a utilização dos nomes originais dos diversos intervenientes, se não fará grande diferença à maioria dos leitores - dado o desconhecimento geral da cultura bíblica nos nossos dias - poderá causar alguma confusão – e quebra do ritmo de leitura - àqueles que estão mais familiarizadas com a Bíblia.
- O baptismo de Jesus por João Baptista, no final do primeiro tomo, segue o modelo católico, com o despejar de algumas gotas na sua cabeça. Algo pouco credível, ainda mais devido à investigação e à contextualização da acção na sua época histórica, sabendo que a palavra “baptizar” no original significa “imergir, mergulhar”…


29/02/2012

Histórias do Clube da Esquina











Laudo Ferreira (argumento e desenho)
Omar Viñole (arte-final e cor)
Devir Livraria (Brasil, Agosto de 2011)
160 x 230 mm, 48 p., cor, brochado com badanas
R$ 22,50



Resumo
O Clube da Esquina foi o nome dado  à “esquina que ficava no cruzamento da rua Divinópolis com Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte”, local de encontro de gente jovem, entre os quais alguns músicos que, com as suas melodias e as suas letras, haveriam de fazer história na música popular brasileira.
Nomes como Lô Borges, Toninho Horta ou Milton Nascimento, aos quais outros se haveriam de juntar.

Desenvolvimento
Histórias do Clube da Esquina é um álbum que evoca a sua história, as suas histórias, combinando excertos de entrevistas, pequenas anedotas, episódios reais e o respectivo enquadramento histórico.
Aparentemente denso – o pequeno formato do álbum contribui para essa ideia (errónea) de pranchas cheias e com muito texto – Histórias do Clube da Esquina revela-se um surpreendente documentário em BD, bem estruturado e desenvolvido, sem momentos mortos nem palavras a mais, pelo equilíbrio que Laudo Ferreira conseguiu entre os diversos momentos apresentados, apesar da sua forte carga informativa.
Retrato emocional – da parte do autor, da parte dos entrevistados - de um momento único da música, da cultura brasileira, terá para além da sua consistência enquanto obra narrativa, um significado especial para a geração - as gerações – que cresceram a ouvir Milton Nascimento e os outros membros do Clube da Esquina, sim, mas também Chico Buarque, Maria Bethânia, Simone ou tantos outros que de uma ou outra forma foram por ele influenciados ou cantaram as suas canções.
Por isso, obrigado Laudo, obrigado Omar, pelas memórias que a sua leitura evocou, pelas memórias futuras que a sua leitura criou.

 A reter
- A conseguida ligação entre os vários registos do relato, cuja estrutura apresenta um dinamismo insuspeito à partida.
- A justa evocação de músicos e canções que marcaram gerações. E a mim!



10/01/2012

Auto da Barca do Inferno






Gil Vicente (texto original)
Laudo Ferreira (desenho)
Omar Viñole (cor)
Colecção Clássicos em HQ
Editora Peirópolis (Brasil, Agosto de 2011)
200 x 270 mm, 56 p., cor, brochado com badanas
R$ 35,00


1.       Confesso que não sou fã da utilização do texto integral de uma obra original numa adaptação em banda desenhada.
2.      Ou em qualquer outro meio, refira-se.
3.      Porque literatura, teatro, cinema ou banda desenhada são géneros narrativos díspares, com regras e códigos próprios – apesar de alguns pontos de contacto.
4.      Por isso, a transposição do texto integral de uma obra em qualquer daqueles géneros para outro, implica sempre a quebras das tais regras e códigos, provocando – no mínimo – estranheza e prejudicando a sua legibilidade.
5.      No caso do álbum presente, a situação agrava-se pois estamos a falar de um texto – magnífico! - com cerca de 5o0 anos, com todas as diferenças de significado e de grafia que facilmente se imaginam.
6.      Não quero com isto dizer que não entendo o conceito – que até pode ser louvável – que preside a esta opção: chamar a atenção dos leitores actuais para obras clássicas.
7.      Mas, mesmo tendo isso em conta, não me parece que a opção tomada seja a mais indicada. Passo a explicar porquê:
8.     Primeiro, porque o esforço a que obriga a leitura do português antigo, facilmente desencorajará o leitor de hoje. O ganho seria evidente, se a linguagem fosse actualizada e adaptada ao género narrativo escolhido, respeitando o espírito e os princípios do magnífico original de Gil Vcente.
9.      Depois, porque se um leitor comum tiver o desejo de descobrir o original videntino, dificilmente o procurará numa edição aos quadradinhos.
10.  Feito este preâmbulo, que já vai demasiado longo, passemos então à obra em si, a meu ver demasiado penalizada pela opção editorial de base, uma vez que, graficamente, Laudo Ferreira desenvolveu um trabalho que (quase) só merece elogios.
11.   Desde logo pela dinâmica e pela cadência de leitura impostas que – a espaços – conseguem contrariar as limitações de ritmo provocadas pelo português arcaico.
12.  Assente na expressividade física e gráfica das personagens, na planificação diversificada e no bom trabalho de cor de Omar Viñole.
13.  Também - e muito - porque o seu estilo caricatural se adequa às mil maravilhas ao tom mordaz e crítico do original de Gil Vicente, acentuando as características, qualidades e defeitos de cada uma das personagens-tipo – fidalgo, onzeneiro, parvo, sapateiro, padre, Brísida Vaz, judeu, etc. - falecidas que buscam a barca que as conduzirá ao paraíso (ou, na maior parte dos casos) ao inferno.
14.  Na verdade, vale a pena perder – ganhar, sem dúvida – algum tempo a apreciar com mais pormenor cada uma das personagens, com especial destaque para o barqueiro diabólico.
15.   Veja-se o seu olhar trocista e malévolo, o ar com que contesta as razões daqueles que recusam entrar na sua barca, a sua figura imponente, distinta e enganadoramente acolhedora, o ar triunfal após cada embarque no seu navio…
16.  O que no seu conjunto faz dele – bem como de muitos dos outros - uma personagem extremamente conseguida e que encarna na perfeição – acredito eu – o que o mestre português tinha em mente quando escreveu a sua peça teatral.
17.   E esse é outro trunfo desta adaptação, a forma como Laudo Ferreira conseguiu “encenar” no palco que são os quadradinhos da sua história, o texto teatral vicentino…
18.  … conferindo à BD um invulgar mas estimulante tom teatral – no excesso dos gestos, na pose declamatória tantas vezes assumida, na importância dada às expressões, na sua divisão em “actos”...
19.  Por isso, apesar do texto integral original, confesso que foi um prazer recordar desta forma o “Auto da Barca do Inferno”, embora reste a sensação de que, tendo sido outra a opção, esta adaptação poderia ter-se tornado uma obra de referência…
20.  Por isso, acredito que o aplauso à obra expresso por Gil Vicente, no final da “peça encenada” a que assiste ao lado de Laudo Ferreira, tem toda a justificação e teria certamente lugar se ele a tivesse podido ler, assim existissem já histórias aos quadradinhos quando escreveu a sua peça.
21.  A finalizar, fica a estranheza pelo facto de, num tempo em que (supostamente) existe um Acordo Ortográfico que (supostamente) serve para uniformizar a escrita entre os países lusófonos, uma obra baseada num clássico da literatura portuguesa, apoiada pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas portuguesa e pelo Ministério da Cultura português, não esteja disponível em Portugal…
22. (A exemplo do que acontece, a outro nível, com outros contornos, com  a ausência, no Brasil, das edições portuguesas de BD (da ASA) do grupo Leya, e na ausência, em Portugal, das edições de BD da filial brasileira da Leya…)


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