13/06/2011

As Águias de Roma #1

Marini (argumento e desenho)
ASA (Portugal, Maio de 2011)
240 x 320 mm, 60 p., cor, cartonado
16,50 €

Há autores de banda desenhada que caíram no goto dos leitores portugueses. Vá lá saber-se porquê. Apesar da sua indiscutível qualidade ou de outros predicados que lhes são reconhecidos.
Possivelmente, porque neles o editor apostou, insistiu, até ter resultados. O que devia, merecia, se justificava, acontecer com todos. Pelo menos com bastantes mais. Porque, se assim fosse, possivelmente não haveria nos catálogos dos editores portugueses de BD tantas séries deixadas incompletas…

Vou recomeçar.

Há autores de banda desenhada que caíram no goto dos leitores portugueses. Vá lá saber-se porquê.
Apesar da sua indiscutível qualidade ou de outros predicados que lhes são reconhecidos.
É o caso de Bourgeon, Bilal, Prado, Jodorowsky, Manara… E, mais recentemente, de Marini.
Neste caso, há razões evidentes. Que saltam à vista. Gráficas.
O seu traço é agradável, interessante, uma boa súmula do semi-realismo franco-belga – rigoroso na anatomia e nos cenários, convincente, credível – e da banda desenhada asiática – no dinamismo, nas sucessivas mudanças de enquadramento, na transmissão da ideia de movimento… Ao que alia um óptimo trabalho ao nível da aplicação da cor.
E isto é evidente num western como “A Estrela do Deserto”, na aventura histórica medieval de “O Escorpião” ou nos futuros mais ou menos próximos de “Rapaces”, “Gipsy” e (no menos interessante) “Os Dossiers de Oliver Varese”.
Ou, agora, no passado mais distante de “As Águias de Roma”, na transição entre o antes e o depois de Cristo, a época áurea do império romano, hoje na moda, e que a BD já tratou muito bem, do classicismo do “Alix”, de Jacques Martin, à magnífica ficção histórica de “Murena”, de Dufaux e Delaby.
No caso de “As Águias de Roma”, o contexto histórico surge leve e diáfano, apenas para situar a acção, dividida entre Roma e a Germânia bárbara…
É nelas que Marini, agora também argumentista, depois de já ter trabalhado com nomes como Desberg, Dufaux e Smolderen, situa a sua história, onde se destaca o dinamismo das cenas de acção, as belas mulheres, a facilidade de distinção das personagens, o à-vontade tanto nas cenas exteriores como nas interiores, no tratamento da figura humana ou animal, nos cenários urbanos como nos campestres ou selvagens.
É a história de Ermanamer, um jovem príncipe bárbaro (germânico), levado como refém/garantia para Roma onde rapidamente desenvolve uma inimizade/rivalidade com o filho do seu tutor, Marco.
Ambos avessos à autoridade, senhores do seu nariz, verão com o tempo esse sentimento transformar-se em amizade sólida, alicerçada no facto de Marco salvar a vida a Ermanamer durante uma caçada, tornando-se os dois inseparáveis. Juntos vão crescer, fortalecer o corpo e o espírito, descobrir o amor, o prazer e a volúpia, viver intensas aventuras.
Pelo meio há ainda tempo para a paixão entre o bárbaro e a irmã de Marco, prometida a um velho romano, e o ódio daquela à sua mãe adoptiva (dois aspectos que, refira-se acabam por não ter o desenvolvimento que possivelmente justificavam – bem como a relação de Marco (e de Ermanamer) com o pai - a não ser que venham a ser explorados – tardiamente…? - em tomos futuros).
Futuro no qual, não custa adivinhar mesmo sem ter lido o volume 2, os dois jovens se virão a defrontar no campo de batalha – e talvez não só…
Porque, se a história está bem narrada, bem planificada e bem desenhada e tem bases para ser interessante, assenta num estereótipo muitas vezes explorado, o que a torna previsível e lhe retira encanto. Porque Marini, sem dúvida melhor desenhador do que argumentista, até agora ainda não conseguiu dar-lhe o toque que faça a diferença, que a torne diferente e capaz de surpreender o leitor.
Apesar disso, e se no final da (re)leitura deste álbum, essa previsibilidade provoca uma ligeira amargura, ela não é suficiente para deixar de ler o segundo tomo, que a ASA deve fazer chegar às livrarias durante este mês de Junho.

12/06/2011

Selos & Quadradinhos (51)

Stamps & Comics / Timbres & BD (51)
Tema/subject/sujet: Fête du Timbre - Tintin
País/country/pays: França / France
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2000

11/06/2011

Selos & Quadradinhos (50)

Stamps & Comics / Timbres & BD (50)
Tema/subject/sujet: Journée du Timbre - Astérix
País/country/pays: França / France
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1999

10/06/2011

VII Festival de BD de Beja (IV)

Fim e balanço
Foto de Jorge Machado Dias
Para descanso (bem merecido) de Paulo Monteiro e da sua equipa, mais uma vez francamente de parabéns, termina no próximo domingo o VII Festival de BD de Beja.
Para quem (ainda) não foi lá, há motivos mais que suficientes para justificar a deslocação, como pode ser visto nas reportagens fotográficas do Tex Willer Blog, do Kuentro (em dose dupla), do Leituras de BD ou do Notas Bedéfilas, já que a minha máquina fotográfica ficou em casa…
Da programação paralela para este fim-de-semana, para além da visita às 17 exposições de originais patentes – que se aconselha vivamente –, constam concertos hoje e amanhã, às 23h30 na Galeria do Desassossego, e a Festa de Encerramento, no domingo, às 19h30, onde será lançado o fanzine Café e Cigarros #2.
E, chegados ao fim, já a salivar pelo Festival de 2012, aqui ficam alguns apontamentos em jeito de balanço.
Fotos de Jorge Machado Dias

A reter
- A hospitalidade do Paulo Monteiro em particular e do festival em geral. Porque Beja, hoje, antes de ser um festival, é uma enorme tertúlia, um indispensável convívio com autores, críticos, divulgadores e simples leitores de BD, que facilmente se perdem em conversas apaixonadas ou interessadas, acabando por passar ao lado de alguns com quem até se queria falar. Por isso, àqueles que defendem um crescimento do evento, eu digo não, para não se perder este aspecto tão único. Aliás, já repararam como Beja também se está a transformar num festival familiar (e por mim falo…), com a presença crescente de maridos, esposas e filhos dos “protagonistas”?
Foto de Jorge Machado Dias
- O bom gosto evidente na progra-mação, que permite confirmar ou descobrir talentos.
- A qualidade e sobriedade das exposições.
- A presença de autores como Loustal e Milazzo.
- A justificada aposta no “quarteto fantástico” português da Marvel, de quem muito há a esperar… fora dela!
- A (re)descoberta de Relvas.
- O grande número de lançamentos que lá tiveram lugar.
- A oferta variada que o mercado do livro proporciona, este ano a obriga à montagem de uma tenda para albergar todas as bancas, embora alguns teimem em manter-se à margem dos locais onde a BD se vende, vá lá entender-se porquê…
- A programação paralela, aliciante e diversificada.

Foto de Jorge Machado Dias
Menos conseguido
- Apesar de tudo, o layout das exposições, que talvez merecesse ser repensado. Sei que o principal são as pranchas – e elas eram muitas e muito boas mais uma vez… - mas a arquitectura era sensivelmente a mesma de todos os anos…
- Falo só pelo sábado de abertura, sem ideia do que aconteceu depois, mas não tenho dúvida que o festival, nesse dia, merecia mais visitantes.
- A distância de Beja a Gaia. Vou lançar um abaixo-assinado para puxar a cidade mais para cima ou, em alternativa, façam o favor de abrir o aeroporto ao tráfego aéreo civil, pelo menos no fim-de-semana de abertura do festival!

09/06/2011

Leituras de Banca

Junho de 2011
Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.
Deixo desde já alguns destaques: pela positiva, o regresso de J. Kendall, Mágico Vento e das Tiras Clássicas da Turma da Mônica, e, pela negativa, a ausência dos habituais títulos da Marvel, que no entanto regressarão em Julho.

Mythos
TEX 468 - A Sentinela do Passado
TEX COLEÇÃO 260 - Ninho de Serpentes
OS GRANDES CLÁSSICOS DE TEX 26 - Na Trilha de Laredo
TEX EDIÇÃO HISTÓRICA 78 - São Francisco
ZAGOR 117 - Justiceiro Implacável
ZAGOR EXTRA 81 - O Esquadrão de facínoras
ZAGOR ESPECIAL 29 - Uma Tribo em Perigo
MÁGICO VENTO 102
J. KENDALL, AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA 73 - A Teia se Fecha

Panini
Turma da Mónica
Almanaque da Magali #24
Almanaque do Chico Bento #24
Almanaque temático Mônica – Vampiros #16
Cascão #48
Cebolinha #48
Chico Bento #48
Magali #48
Mônica #48
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #48
Tiras Clássicas da Turma da Mônica #6
Turma da Mônica – Clássicos do Cinema #23 – As Panterelas
Turma da Mónica – Saiba mais #39 – Aleijadinho
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #48
Turma da Mônica Jovem #30
Turma da Mônica Jovem Revista Poster #1

DC Comics
Batman #96
Liga da Justiça #95
Superman #96
Universo DC #5

Marvel
Este mês não serão distribuídos os habituais títulos da Marvel.



Manga
Vampire Knight #3

08/06/2011

Theodore Poussin

L’intégrale #1
Dupuis Patrimoine
Frank Le Gall (argumento e desenho)
Yann (argumento)
Dupuis (Bélgica, Junho de 2010)
218x230 mm, 240 p., cor, cartonado, 24 €


Resumo
Primeiro tomo da reedição integral de Theodore Poussin, série estreada por Frank le Gall na revista Spirou, em Outubro de 1984, inclui os álbuns Capitaine Steene, Le Mangeur d’Archipels, Marie Vérité e Secrets, complementados por um pormenorizado dossier inicial que explica e situa cada um deles.


Desenvolvimento
Esta é uma história – ou várias, muitas histórias? - de encontros e desencontros, de mistérios (muitos) e descobertas (bastantes), uma história – ou várias, muitas histórias? – densa e com muitas pontas soltas. Que aos poucos vão sendo atadas.
É uma história – ou várias, muitas histórias? – de um tempo muito diferente daquele a que chamamos hoje, em que todos os sonhos se podiam realizar, todos os mistérios ser desvendados, todas as aventuras podiam ser vividas. No planeta Terra. Neste planeta Terra onde, há menos de 100 anos, ainda havia tanto por descobrir…
Uma história – ou várias, muitas histórias? – na senda das grandes aventuras narradas por grandes romancistas: Verne, Stevenson, London, Conrad…
Mas uma história – ou várias, muitas histórias? – também dourada (?), atenuada (?) pela poesia de Baudellaire.
Porque esta história – estas várias, muitas histórias? - têm com a literatura – com o romance, a aventura, o policial, a poesia… – múltiplos pontos de contacto, feitos de citações, de referências, de piscares de olho, de nomeação, directa e indirecta, de autores e personagens.
O seu protagonista – nunca o seu herói – é Theodore Poussin, alguém “a quem os sarilhos perseguem”, alguém que mais do que motor de acção é só, quase, simples observador, um ponto (ínfimo…) em redor do qual tudo acontece.
Ao seu lado – a sua sombra? – está Novembro, presença misteriosa (indesejada por Poussin), em simultâneo anjo da guarda e demónio tentador. Com eles - em torno deles - por causa deles - apesar deles? – cruzam-se aventureiros e piratas, colonizadores e colonizados, brancos e asiáticos, políticos corruptos e políticos viciados, belas mulheres, mulheres misteriosas… Numa história – ou várias, muitas histórias? – cuja cenário de acção é maioritariamente a Ásia – misteriosa, sedutora, perigosa – da Indochina, de Singapura, da China, os seus mares traiçoeiros, as suas terras recheadas de perigos, o exotismo, a cultura própria, o desconhecido.
Ao longo desta história – destas várias, muitas histórias? – assistimos ao crescimento de Poussin, à sua auto-(re)descoberta, passando de simples empregado de uma empresa de transportes marítimos a viajante, aventureiro, capitão de navios, resgatador de prisioneiros, salvador de mulheres, rebelde…
Com ele Le Gall, com o precioso contributo de Yann a partir do segundo tomo, desenvolveu uma belíssima banda desenhada, densa – já o escrevi, eu sei – complexa, que implica (re)leitura atenta e a capacidade de nos deixarmos cativar, apaixonar por Poussin, Novembro e os outros, reflexos – fortes e credíveis – de seres de um outro tempo, que já não existe mas que ainda podemos reviver.


A reter
- A bela edição deste integral da Dupuis. Mais uma.
- A força da história – das várias, muitas histórias?
- A consistência e qualidade do dossier inicial, em muitos momentos narrado na primeira pessoa por Le Gall.
- A possibilidade de apreciarmos o crescimento de Poussin em paralelo com o de Le Gall, tanto gráfica como narrativamente.


Curiosidade
- Theodore Poussin, aliás Teodoro Pintainho teve direito a ver a sua história de estreia – Capitão Steene – editado em português pela Meribérica/Líber, no já distante ano de 1988. Foi, infelizmente, uma das muitas séries que a editora deixou pelo caminho…

07/06/2011

Jayme Cortez


Intitula-se apenas Jayme Cortez e é um blog que tem por objectivo “tornar acessível ao maior número de pessoas a obra do Mestre Cortez”, escrevem na sua apresentação Jayme Cortez Filho e Fabio Moraes, responsáveis pela iniciativa. Em entrevista recente, este último revelou que “o blog faz parte de um projecto maior que é a publicação de um livro de arte que estou a escrever sobre a vida e, principalmente, a obra de Jayme Cortez, ainda sem data de lançamento”.
Jaime Cortez Martins nasceu em Lisboa, a 8 de Setembro de 1926. Depois de curtas investidas nas histórias aos quadradinhos no Pim-Pam-Pum!, suplemento de O Século, em 1941, estreou-se no Mosquito em 1943 com “Uma Estranha Aventura”. Naquele jornal infantil, que marcou uma época e várias gerações, publicaria mais uma mão cheia de bandas desenhadas, com incursões no fantástico, no western e na ficção-científica, entre as quais “Os 2 amigos na cidade dos monstros marinhos” e “Os Espíritos assassinos”. Comum a todas elas era o protagonismo entregue a miúdos – inspirados nos seus amigos do Bairro Alto –, o realismo do traço baseado em modelos vivos e o grande dinamismo das histórias cujo argumento também assinava.
Em 1947, partia para o Brasil, em busca de melhores oportunidades e do sonho da quadricromia. Para ultrapassar as dificuldades, Cortez foi jornalista, ilustrador, cartoonista, autor, professor e autor de livros sobre ilustração e histórias aos quadradinhos, director de Arte dos Estúdios Maurício de Sousa e fez parte da organização da “Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos”, que teve lugar em São Paulo, em 1951, e ficou como primeiro evento de género realizado em todo o mundo.
Tendo adoptado a nacionalidade brasileira em 1957, é considerado um dos grandes mestres dos quadradinhos do Brasil, onde, entre outras, criou “O retrato do mal” ou “Zodíaco”. Distinguido com o troféu Caran d’Ache, pelo Festival de Banda Desenhada e Cinema de Animação de Lucca (Itália), na categoria Uma vida dedicada à Banda Desenhada, Jayme Cortez viria a falecer a 4 de Julho de 1987, em São Paulo.
O blog, disponível desde há poucas semanas, é actualizado diariamente e destaca-se pela divulgação de documentos inéditos ou pouco conhecidos, que podem ser divididos em dois grandes grupos. Por um lado, os que estão relacionados com a sua vida pessoal: fotos de várias épocas, em que se destacam aquelas em que surge com autores de renome mundial como Stan Lee ou Maurício de Sousa, ficheiros de áudio ou vídeo com entrevistas.
A par deles, uma vez que o blog pretende ser essen-cialmente visual, com os textos reduzido ao mínimo indispensável, surgem as reproduções de aspectos diversos da sua obra multifacetada, dividida entre a banda desenhada, a ilustração, a publicidade, a televisão e o cinema. Em muitos casos – capas de livros, ilustrações, desenhos publicitários, pranchas de BD - são mostradas as várias fases do seu labor criativo, desde os primeiros estudos até ao desenho definitivo e posterior aplicação da cor. São igualmente referidas algumas curiosidades, como o facto de ter sido Cortez a desenhar a capa do nº 1 da revista de Bidu, um dos primeiros heróis de Maurício de Sousa.
Os autores do blog, que o actualizam diariamente, solicitam a colaboração de todos os que possuam documentos ou publicações relacionados com Cortez, pois a intenção é que ele se transforme se num autêntico museu virtual.




(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 26 de Maio de 2011)

06/06/2011

Um lugar nos olhos

Luís Miguel Gaspar (argumento e desenho)
João Paulo Cotrim (introdução)
Ao Norte (Portugal, Maio de 2011)
150 x 210 mm, 40 p., cor, brochado com badanas


Resumo
Catálogo da exposição com o mesmo título, promovida no âmbito dos XI Encontros de Viana – Cinema e Vídeo, entre 2 e 9 de Maio de 2011, inclui diversas bandas desenhadas que têm por base obras ou poemas de autores literários como Vitorino Nemésio, Alexandre O’Neil, Aquilino Ribeiro, Sophia de Mello Breyner, Ruy Belo, Raúl Brandão, Almada Negreiros ou Fernando Pessoa, originalmente publicadas (quase todas na década de 1990) nas revistas Ler e Viva Voz.


Desenvolvimento
Um lugar nos olhos. Ou os olhos em muitos lugares. Nos lugares (portugueses…) que os textos, os poemas evocam, dos Açores ao Continente, do Norte ao Sul, da montanha à planície, do campo à cidade.
Lugares que (re)conhecemos, lugares que (re)descobrimos no traço fotográfico, hiper-realista, sensível e rugoso, de texturas que impressionam pela sensação de real, pelas cores belíssimas, intensas, os brilhos, as sombras…
Pormenores ou vistas de conjunto, que obrigam a demorar os olhos na apreciação, a apreciar as palavras que ecoam na mente enquanto os olhos – os nossos olhos – nos arrastam pela memória – nossa ou dos outros – e (nos) descobrem novos rumos, novos lugares.
Se é banda desenhada (e são vários os exemplos de dinâmica entre vinhetas, de movimento e deslocação) ou só ilustração de poema, dividida em quadros isolados (ou talvez nem tanto…) é uma discussão vazia e sem interesse, secundária perante a necessidade de olhar, de sentir, quase apalpar, cheirar os lugares onde o olhar de Luis Miguel Gaspar pousou.
Para nosso deleite.

05/06/2011

Selos & Quadradinhos (49)

Stamps & Comics / Timbres & BD (49)
Tema/subject/sujet: Las Aventuras del Capitan Alatriste
País/country/pays: Espanha / Spain / Espagne
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2002

04/06/2011

VII Festival de BD de Beja (III)

Foto de Jorge Machado Dias
O VII Festival Internacional de BD de Beja, que está a decorrer naquela cidade alentejana até 12 de Junho, para além da qualidade das suas exposições e da presença de alguns nomes sonantes dos quadradinhos – Jacques de Loustal, Ivo Milazzo, Aleksandar Zograf… - afirma-se cada vez mais como montra por excelência da banda desenhada portuguesa. Não só porque lhe dedica 11 das 17 exposições patentes, mas também porque tem sido escolhido pelos editores independentes para aí lançarem as suas novidades editorais. Este ano não foi excepção, com a apresentação de oito novos títulos.
Se formatos e conteúdos são díspares, de comum a todos é a assinatura portuguesa, as tiragens geralmente baixas e a opção pela distribuição em eventos do género, algumas lojas especializadas e a venda mão a mão, como forma de contornar os altos custos associados à distribuição.
Entre as novidades agora apresentadas, destaca-se “Li Moonface” (pedranocharco), uma novela gráfica de Fernando Relvas, um autor que marcou a BD nacional nos anos 80 e 90 do século passado, nas páginas da revista Tintin e do semanário Se7e. A mesma editora publicou também o 27º número do “BDJornal” que, a par de crítica e actualidade, inclui uma longa entrevista com Relvas e diversas bandas desenhadas.
As edições colectivas marcaram também presença em Beja com o lançamento da “Zona Gráfica” #2 (oitavo volume lançado pela Associação Tentáculo em menos de dois anos), “Venham +5” #8 (da Bedeteca de Beja, que engloba maioritariamente trabalhos dos membros do atelier Toupeira que funciona na cidade durante todo o ano) e “Futuro Primitivo” (da Chili com Carne). Quanto à El Pep regressou à edição com três títulos: “Mocifão: Dia a dia, com azia!”, de Nuno Duarte, “Cidade suja”, de Pepedelrey e “Sketchbook”, de Pedro Poitier.
São propostas diversas que mostram a actual vitalidade da BD nacional, embora à margem das principais editoras.
Quanto ao festival propriamente dito, tem no seu programa para este fim-de-semana, uma “Maratona de 12 horas a desenhar ao vivo”, entre as 14h de hoje e as 2h de amanhã, domingo, dia em que está prevista, para as 21h30, a exibição do filme “O enigma do portal – thru the Moebius strip”.

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