Fábio Moon e Gabriel Bá (argumento e desenho)
Devir Livraria (Brasil, Outubro de 2007 e Dezembro de 2006)
165 X 240 mm, 216 p. / 56 p., pb, brochado
Nasceram em 1976, são gémeos, brasileiros e desde sempre quiseram fazer banda desenhada. A esse sonho dedicaram energia e vontade, escrevendo e desenhando quando podiam divertir-se (de outra forma), estudando arte para serem melhores, auto-editando-se, quando essa era a única alternativa, num fanzine semanal (!), cumprindo (os seus próprios) prazos por respeito por aqueles que os liam, cumprindo (os) prazos (dos outros), nos primeiros contratos profissionais, mesmo quando a obra já não os motivava...
A história desse(s) percurso(s) – primeiro separados, depois em duo – está contada na primeira pessoa, de forma notável, em “10 Pãezinhos - Fanzine”, que compila, explicando, elementos diversos das suas carreiras ao longo de uma década iniciada em 1991. E que, para além de permitir a descoberta da “pré-história” de Moon e Bá e a sua evolução no domínio das técnicas narrativas próprias dos quadradinhos, é uma magnífica declaração de amor pela arte de narrar em imagens sequenciais.
Dessas narrativas, do tom poético de muitas delas, aqui e ali com um toque de humor, ironia, amargura ou ternura, quase sempre inspiradas nas suas vidas ou nas daqueles com quem se cruzam, destaca-se uma sensibilidade fora do comum e uma capacidade invulgar para exprimir aos quadradinhos sentimentos, emoções e dúvidas bem humanas.
O que está também patente em “10 Pãezinhos - Mesa para dois”, a história (mais longa, o que permite aprofundar o carácter das personagens, explorá-las melhor…) de um escritor em crise criativa, bloqueado face ao papel em branco, que contrata uma assistente para conversar, ajudando-o assim a terminar o seu romance, e que na prática é uma metáfora sobre as coisas e as pessoas que não conseguimos ver apesar de estarem mesmo à nossa frente. Mas também uma história sobre relacionamentos difíceis – ou sobre a dificuldade de nos relacionarmos? - num mundo globalizado, regido pela comunicação, em que estamos cada vez mais sós e isolados, fechados na nossa própria concha, narrada de forma sensível e pausada, num preto e branco delicado e expressivo.
(Versão revista e aumentada do texto publicado originalmente a 18 de Outubro de 2008, na página de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
Devir Livraria (Brasil, Outubro de 2007 e Dezembro de 2006)
165 X 240 mm, 216 p. / 56 p., pb, brochado
Nasceram em 1976, são gémeos, brasileiros e desde sempre quiseram fazer banda desenhada. A esse sonho dedicaram energia e vontade, escrevendo e desenhando quando podiam divertir-se (de outra forma), estudando arte para serem melhores, auto-editando-se, quando essa era a única alternativa, num fanzine semanal (!), cumprindo (os seus próprios) prazos por respeito por aqueles que os liam, cumprindo (os) prazos (dos outros), nos primeiros contratos profissionais, mesmo quando a obra já não os motivava...
A história desse(s) percurso(s) – primeiro separados, depois em duo – está contada na primeira pessoa, de forma notável, em “10 Pãezinhos - Fanzine”, que compila, explicando, elementos diversos das suas carreiras ao longo de uma década iniciada em 1991. E que, para além de permitir a descoberta da “pré-história” de Moon e Bá e a sua evolução no domínio das técnicas narrativas próprias dos quadradinhos, é uma magnífica declaração de amor pela arte de narrar em imagens sequenciais.
Dessas narrativas, do tom poético de muitas delas, aqui e ali com um toque de humor, ironia, amargura ou ternura, quase sempre inspiradas nas suas vidas ou nas daqueles com quem se cruzam, destaca-se uma sensibilidade fora do comum e uma capacidade invulgar para exprimir aos quadradinhos sentimentos, emoções e dúvidas bem humanas.
O que está também patente em “10 Pãezinhos - Mesa para dois”, a história (mais longa, o que permite aprofundar o carácter das personagens, explorá-las melhor…) de um escritor em crise criativa, bloqueado face ao papel em branco, que contrata uma assistente para conversar, ajudando-o assim a terminar o seu romance, e que na prática é uma metáfora sobre as coisas e as pessoas que não conseguimos ver apesar de estarem mesmo à nossa frente. Mas também uma história sobre relacionamentos difíceis – ou sobre a dificuldade de nos relacionarmos? - num mundo globalizado, regido pela comunicação, em que estamos cada vez mais sós e isolados, fechados na nossa própria concha, narrada de forma sensível e pausada, num preto e branco delicado e expressivo.
(Versão revista e aumentada do texto publicado originalmente a 18 de Outubro de 2008, na página de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
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