Mostrar mensagens com a etiqueta André Coelho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta André Coelho. Mostrar todas as mensagens

07/11/2014

Sepulturas dos Pais













Por vezes há obras que deixam uma sensação quase indefinível, um misto de satisfação e desapontamento que nem sempre é fácil de explicar.
Aconteceu comigo em relação a Sepulturas dos Pais.
Pormenores adiante.

10/10/2014

Leitura Nova: Sepulturas dos Pais





O lançamento de Sepulturas dos Pais (Kingpin Books), o novo livro de banda desenhada, escrito por David Soares e desenhado por André Coelho, com legendagem de Mário Freitas, ocorrerá no próximo dia 25 (sábado) no Amadora BD deste ano (Fórum Luís de Camões, Brandoa).
Até lá, poderão ler as primeiras onze pranchas de Sepulturas dos Pais e criar as vossas expectativas: preparem-se para magia e miséria – sendo que delimitar onde uma começa e a outra acaba é algo que deixo à vossa posterior interpretação.
As primeiras 4 pranchas para ler, já a seguir...

16/09/2011

É de noite que faço as perguntas

David Soares 8argumento)Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Daniel da Silva e Richard Câmara (desenho)
Saída de Emergência (Portugal, 16 de Setembro e 2011)
210 x 297 mm, 64 p., cor, brochado com badanas
18,00 €

Chega hoje às livrarias o álbum “É de noite que faço as perguntas”, numa bela edição da Saída de Emergência, na qual o (também) romancista David Soares revisita a génese da Primeira República, partindo da sua cronologia e dos factos históricos para desenvolver uma observação sobre a vida, a política e o modo como ambas se influenciam.
Jorge Coelho
Passado num tempo indefinido, em que o nosso país está sob uma ditadura asfixiante, que coarcta qualquer forma de liberdade ou de expressão, a história tem como base uma carta escrita por um pai a um filho que há muito não vê, adivinhando-se que a falta de comunicação e algumas escolhas levaram a esse afastamento. Contando a sua própria relação com o seu pai (avô do filho), o homem – creio que não involuntariamente – de alguma forma traça um paralelo entre o percurso dos dois, tentando mostrar como o filho está a repetir os erros que ele já cometera. Como tempo da acção, David Soares escolheu o período que conduziu à implantação da Primeira República em Portugal e os anos que se lhe seguiram até ao início do Estado Novo, partindo da sua cronologia e dos factos históricos para desenvolver uma observação sobre a vida, as relações, a política e o modo como se influenciam.
João Maio Pinto
Esta escolha surgiu porque este álbum é resultado “de um convite conjunto do Centro Nacional de Banda Desenhada e da Imagem da Amadora e da Comissão Nacional Para as Comemorações do Centenário da República, que tinha como objectivo criar uma banda desenhada que contasse a história da Primeira República portuguesa”. No entanto, revelou o escritor, “desde o início que foi intenção de todos os envolvidos não incorrer num registo "pedagógico", normalmente associado a trabalhos desta natureza, mas num mais contemporâneo, mais sofisticado”. Propósito plenamente conseguido, pois os factos históricos surgem como elementos coerentes da narrativa principal, que ajudam a situar e a explicar a acção.
André Coelho
Daniel da Silva
Por isso, apesar de ser uma “encomenda, trabalhar neste álbum foi maravilhoso porque tive liberdade absoluta para escrever a história que achasse mais indicada”. Dessa forma, acrescenta, este livro “não se distancia em muitos graus dos meus restantes trabalhos, sendo mais um ensaio que questiona conceitos como liberdade, democracia, autoritarismo e livre-arbítrio, do que "apenas" uma história sobre o período da nossa primeira república”.
Aos temas indicados pelo argumentista, poder-se-ão também acrescentar outros, que suscitam igualmente reflexão demorada: a inevitabilidade da guerra apesar da sua inutilidade, a importância da informação – da sua busca, da sua disponibilização, da sua partilha -, a necessidade de entendimentos – a nível pessoal tanto quanto a outros níveis mais alargados -, a omnipresença televisiva em detrimento da comunicação pessoal, a necessidade (histórica) de cortes (aparente mas enganadoramente) bruscos com o passado, apesar da linearidade da passagem do tempo.
Richard Câmara
Richard Câmara
O desenho foi entregue a “cinco desenhadores, cujo trabalho admiro”, pois “considerou-se que deveria mostrar novos grafismos e novos artistas”. Apesar disso, de já terem dado (outras) provas noutros registos gráficos, de haver claramente diferenças – em termos de segurança, à-vontade, traço, sequência… - entre eles, há uma assinalável homogeneidade gráfica entre as pranchas de Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Daniel da Silva e Richard Câmara. Isto acontece quer em termos cromáticos, quer em termos de estilo, o que contribui para que a leitura se faça sem quebras, que o relato, em que predomina um tom intimista, que propõe/impõe silêncios reflexivos, não pede.
Agora, com a edição finalmente disponível nas livrarias e com o distanciamento que o tempo permite, o autor de “O Evangelho do Enforcado” e “Lisboa Triunfante” considera-o “um álbum importante” pois, “ao mesmo tempo que dá a conhecer um período crucial da nossa história, muitas vezes tão mal entendido, ainda coloca questões cada vez mais pertinentes nos tempos em que vivemos”.
Depois de os seus originais terem estado expostos no AmadoraBD 2010, o álbum terá uma sessão oficial de lançamento na edição deste ano do festival, em Outubro próximo.

(Versão revista e alargada do texto publicado no Jornal de Notícias de 16 de Setembro de 2011)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...