Colecção
100% Marvel
Ed
Brubaker (argumento)
Butch
Guice e Michael Lark (desenho)
Stefano
Gaudiano, Brian Thies, Tom Palmer (arte-final)
Bettie
Breitwiser, Jordie Bellaire, Mathew Wilson (cor)
Panini
Comics
Espanha,
Janeiro de 2013
170
x 260 mm, 200 p., cor, brochado com badanas
15,00
€
Resumo
A
“descoberta” de que Bucky Barnes não tinha morrido durante a Segunda Guerra
Mundial e tinha adoptado a identidade de Soldado Invernal, acabando mais tarde por
se transformar no novo Capitão América após a “morte” de Steve Rogers no final
da Guerra Civil - como visto em “La muerte del Capitán América”,
“El peso de los sueños” e “El hombre que compró América” - abriu uma ampla janela para novas
histórias em torno do seu passado.
Esta compilação, que reúne os comics originais
norte-americanos “Winter Soldier” #1 a #9 (Abril a Outubro de 2012) é o
primeiro passo nesse sentido. Com Barnes de volta ao uniforme de Soldado
Invernal, ela revela como ocorreu a sua transformação numa máquina assassina ao
mesmo tempo que o mostra, no presente, juntamente com a Viúva Negra, a
enfrentar uma ameaça em solo norte-americano causada pelo despertar de agentes
(ex-soviéticos) adormecidos e que ele próprio treinou.
Desenvolvimento
Desta forma, embora possa soar um pouco
anacrónico, a história assume em grande parte um tom de espionagem mais próprio
do período da Guerra Fria, com os protagonistas, escudados pela SHIELD, a
enfrentarem mercenários que compraram os códigos necessários para despertar
três agentes em animação suspensa, escondidos nos Estados Unidos.
Brubaker, que começou a sua carreira como escritor
de histórias policiais, mais uma vez expõe o seu talento nesta área, com uma
narrativa densa, bem sustentada, onde os períodos de investigação, perseguição
(muitas vezes na sombra) e de suspense, onde a aproximação ao objectivo parece
ficar sempre um pouco aquém do esperado, estão entremeados com aqueles em que a
acção explode, de forma ampla e violenta, num contraste bem doseado.
A par dos desenvolvimentos no presente, que
predominam, Brubaker vai inserindo alguns flashbacks que aos poucos vão
revelando o passado “russo” de Bucky Barnes e da Viúva Negra, ajudando a contextualizar
o relato actual.
As diferentes personagens estão bem
desenvolvidas e caracterizadas, evoluindo de forma natural no contexto em que o
argumentista as colocou.
O traço de Guice, primeiro, e de Lark, nos
quatro capítulos finais, se não tem a capacidade de deslumbrar do desenho hiper-realista
de Steve Epting nos arcos da morte e substituição do Capitão América já
referidos, pelo tom sombrio e menos definido adoptado, cria o ambiente ideal
para o tom da narrativa que, sendo na sua base uma história de super-heróis,
possui mais do que o necessário para cativar os apreciadores de narrativas
policiais e de espionagem.
Como único senão – compreensível – fica o arco
em aberto no final deste tomo, o que leva a desejar que a Panini (espanhola)
edite rapidamente – logo que possível dada a proximidade entre esta edição e a
original norte-americana – o tomo seguinte.