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06/01/2019

2018: As escolhas de Maria José Pereira (grupo Babel)


As Leituras do Pedro pediram a vários editores de BD nacionais que sugerissem aos seus leitores (até) três dos livros que editaram em 2018 e, em contrapartida, outros tantos livros de outros editores portugueses.
Essas sugestões serão publicadas por ordem de recepção das respostas.
A abrir, as escolhas de Maria José Pereira, do grupo Babel, que inclui a Verbo e arcádia.

04/05/2011

Astérix, 50 anos em Portugal (III)

Maria José Pereira: “Astérix está associado ao nascimento do meu filho”
“Tenho muitas histórias "curiosas" em relação ao Astérix, mas a edição de que guardo maior memória, é a do título “A Rosa e o Gládio”.
Era a primeira novidade que Portugal lançava em simultâneo com todos os outros países da Europa, incluindo a França, e era um privilégio poder trabalhar nela a partir da tradução. Estávamos no Verão de 1991 e tanto eu como a Paula Caetano - há vários anos que traduzimos juntas os livros do Astérix -, estávamos grávidas.
O nervosismo era grande: tínhamos muito pouco tempo para fazer a tradução - o livro tinha lançamento mundial em Outubro - e estávamos no final de Julho quando trabalhámos os textos. Faltava cerca de um mês para ter o livro pronto para ir para a gráfica (e ainda faltava aprovar a tradução e passar o texto ao legendador, para que o legendasse manualmente).
Hoje, quando olho para nós em retrospectiva, vejo-nos amarelas, olheirentas, enjoadas, com as cabeças a tentarem sobressair no meio de imensas nuvens de fumo. Trabalhávamos a três num gabinete, e a nossa colega de espaço acendia o cigarro no cigarro que ia apagar. Circundavam-nos imensos dicionários e livros para consulta.
Enviado o livro para a gráfica, começámos, na editora, a preparar a campanha de comunicação e os contactos com os jornalistas pois tínhamos acordado com a editora francesa que o Sr. Uderzo faria o lançamento da obra em Portugal, um dia ou dois depois do lançamento em França.
Sei que preparámos tudo e que, a poucas horas de sair do escritório para o aeroporto, a minha chefe da altura, a Natália Severino, me chama e me diz: "Senta-te. A notícia que tenho para te dar não é das mais agradáveis. Acabei de receber um telefonema de França e o Sr. Uderzo não pode vir a Portugal fazer o lançamento do álbum. Adiou a viagem".
Estava no sexto mês de uma gravidez de risco e tinha passado os últimos três meses em noitadas de trabalho e em stress contínuo. Olhei para a Natália e disse-lhe: "Telefona por favor ao meu marido, estou a sentir-me mal e tenho de ir ao hospital".
Fui para a maternidade e "ganhei" direito a ficar em repouso absoluto até a criança estar em condições de nascer, o que aconteceu no final de Novembro. E lembro-me de estar em casa a ouvir, na rádio (em Dezembro?) a notícia da presença entre nós do Sr. Uderzo, com quem não pude estar nessa altura.
E assim, o trabalho na minha primeira "novidade mundial" Astérix estará, para sempre, associado ao nascimento de um filho”.


A propósito dos 50 anos de Astérix em Portugal leia também:
- Astérix, 50 anos em Portugal (I)
- Tónius, o Astérix português
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