Na origem da magiaAna Vidazinha (argumento)
Hugo Teixeira (desenho)
ASA (Portugal, Outubro de 2011)
220 x 297 mm, 56 p., cor, cartonado
13,90 €
Resumo
Bia, uma estudante do liceu, ao folhear um livro da biblioteca é transportada para Mahou, um universo paralelo à Terra onde a magia impera.
Aí descobrirá que foi de lá que a sua mãe um dia partir e terá que defrontar a metade má de si própria num confronto que poderá decidir o futuro de Mahou.
Desenvolvimento
Este foi para mim uma das maiores surpresas entre os (vários) lançamentos nacionais que houve este ano no AmadoraBD.
Desde logo, pela inflexão no estilo de Hugo Teixeira, que aqui, sem o abandonar totalmente, se distancia um tanto do traço manga que o caracterizava, moldando-o juntamente com as influências franco-belgas e dos comics que possui para o adaptar ao tom da narrativa. Ou tendo encontrado finalmente o seu próprio estilo? Se só o futuro o poderá dizer, sendo evidente que ainda tem um caminho a percorrer, em especial ao nível do tratamento da figura humana, nas proporções e rostos (nalguns casos simplificados ao máximo, de forma que se percebe ser voluntária – para esconder alguma s limitações?), é de realçar a dinâmica das pranchas e também o uso da cor, havendo já neste álbum algumas pranchas interessantes.
Depois, pela formato escolhido, o álbum tradicional franco-belga, num ruptura mais evidente com (manga) o que até agora tinha feito, como forma de procurar (e educar?) o público juvenil a quem a história mais directamente se destina. Desde logo pela juventude da protagonista, mas também pela forma como está trabalhada a temática fantástica, em torno da magia e do que com ela pode ser feito.
Finalmente, pela descoberta de uma nova argumentista na BD nacional (algo que tem sido raro, convenhamos), Ana Vidazinha de seu nome, que assina uma história agradável, bem construída e melhor escrita, coerente e com algumas soluções interessantes, que deixa em aberto a possibilidade de novos volumes que permitam avaliar até onde pode ir esta nova dupla de autores e as potencialidades de Mahou.
A reter
- A consistência do argumento de Vidazinha.
- A evolução gráfica de Hugo Teixeira que, no entanto, terá que ser apenas mais um passo na sua progressão.
Menos conseguido
- A colocação de alguns balões, contrária ao sentido de leitura.