O regresso do poderoso Thor aos ecrãs nacionais, hoje, fica
marcado pelo seu retorno a Asgard e pelo confronto com Malekith, rei dos Elfos
Negros.
Thor (2011)
narrava a origem do deus nórdico louro e a sua opção de ajudar os habitantes da
Terra, para onde o pai, Odin, o tinha desterrado devido à sua impulsividade,
decorrendo a acção maioritariamente no nosso planeta.
Agora, continuando a desenvolver no cinema a cronologia
Marvel importada dos quadradinhos, Thor:
O mundo das trevas (Thor: The Dark
World no original), tem como ponto de partida os eventos finais do filme Os Vingadores (2012), em que se inclui a
prisão de Loki, meio-irmão de Thor. A par disso, deixa os cenários terrestres
para nos transportar para Asgard e outros mundos fantásticos, onde o Deus do
Trovão, de novo interpretado por Chris Hemsworth, se prepara para assumir o
trono. Só que uma ameaça proveniente do passado irá surgir, obrigando-o a um
confronto fantástico contra Malekith (Christopher Eccleston), rei dos Elfos
Negros, uma raça de Asgard que se acreditava extinta.
Numa história recheada de referências, não só ao Universo
Marvel mas à cultura pop em geral, a realização desta vez foi entregue a Alan
Taylor, que trazia como capital de experiência o ritmo televisivo adquirido em
episódios de séries como Guerra dos
Tronos, Os Sopranos ou Mad Men, e como missão igualar ou mesmo
ir mais além dos pontos fortes do filme original realizado por Kenneth Branagh:
a imponência e magnificência de Asgard, o tom heróico das batalhas
magistralmente encenadas e o arrebatador confronto de Thor com o vilão
Destruidor.
As primeiras impressões já conhecidas sobre o filme, que tem
argumento de Robert Rodat, que desempenhara igual tarefa em O resgate do soldado Ryan, destacam-no
como mais equilibrado do que o primeiro da franquia e com uma boa dose de um
humor certeiro e conseguido que ajuda a fazer a ponte entre os momentos
dramáticos e as cenas de acção.
Em termos cénicos, o filme é uma das mais espectaculares
adaptações da Marvel, pois à magnificente Asgard, junta-se agora uma caracterização
fantástica e credível dos Nove Reinos que compõem a cosmografia nórdica, com os
efeitos acentuados pela aplicação do 3D, e uma batalha final épica e
empolgante, desta vez em terras de Asgard.
Ao lado de Hemsworth volta a destacar-se um elenco de luxo,
com Natalie Portman (como Jane Foster), a ter um papel determinante no desfecho
final, tal como Tom Hiddleston (Loki) Anthony Hopkins (como o
soberano Odin), Jaimie Alexander (Sif) e Ray Stevenson (Volstagg).
A relação dúbia entre Thor e Loki, seu adversário desde
sempre mas que aqui surge como aliado devido ao que está em jogo, é um dos
aspectos relevantes do relato, em cujo final Thor deverá tomar uma difícil
decisão, pois, na boa tradição Marvel introduzida por Stan Lee, todas as
vitórias têm um preço e podem mesmo exigir grandes sacrifícios.
Um vilão ao nível dos
deuses
Criado por Stan Lee e Jack Kirby, em 1962, baseado na
mitologia nórdica, o poderoso Thor foi sempre um caso à parte no universo
Marvel, devido ao seu carácter “divino”.
Por isso, essa é também uma das características de alguns
dos vilões que ao longo de mais de meio século de quadradinhos Thor teve de
defrontar, salientando-se entre eles Loki, o seu meio-irmão, que nunca foi
capaz de aceitar o facto de Odin o ter preterido para lhe suceder, o que
conferiu à saga um tom shakesperiano.
Filho de um gigante morto por Odin, Loki, que apareceu pela
primeira vez na revista Journey into
Mistery #85 (1962) numa história assinada por Lee e Kirby, foi adoptado pelo
soberano de Asgard, para onde foi levado, mas nunca se sentiu um entre os
deuses. Sem a habilidade e a agilidade de Thor, dedicou-se ao estudo da magia, que
por várias vezes utilizou para se tentar apoderar do trono.
Apesar de pontualmente ter cooperado com Thor ou mesmo
lutado ao seu lado, vota-lhe um ódio incomensurável que só a morte do filho de
Odin poderia aplacar.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 31
de Outubro de 2013)
THOR: O MUNDO DAS TREVAS - Trailer Legendado by dmagianet
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