Se em tempos imperaram em Portugal as (re)edições de
histórias (de matriz) clássica(s), o bom momento que se vive com muitas edições
de novos autores não deve fazer com que se esqueçam as obras que pertencem ao
passado dos quadradinhos portugueses até porque muitas delas, no seu tempo,
eram modernas e inovadoras como as dos autores contemporâneos que hoje
celebramos.
Neste contexto, a recuperação deste Viriato – que José Garcês escreveu e desenhou para o Cavaleiro Andante no início da década de
1950 – em edição do GICAV – Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de
Viseu e da Câmara Municipal de Viseu, no âmbito da exposição que já esteve nesta
cidade e também em Moura, merece elogios e uma leitura atenta.
Tendo por base uma boa reprodução das páginas do Cavaleiro Andante, onde a história foi
originalmente publicada, nos anos 1950, Viriato
parte de uma base histórica verídica para uma narrativa livremente ficcionada
que surpreende pelos elementos místicos nela introduzidas por Garcês.
Dessa forma, a narrativa, desenvolvida semana a semana sem
um guião pré-determinado, consegue surpreender, apresentando facetas inovadoras
de uma personagem histórica (bem) conhecida de todos, mesmo tendo sido omitido
o (seu inevitável fim), deixando a ideia que a banda desenhada terminou antes
do tempo, prevendo, talvez, um segundo episódio que nunca surgiu?
Um aspecto que uma entrevista
ao autor, que teria complementado bem uma edição que inclui diversas
informações sobre a publicação original, poderia ter esclarecido.
Viriato
José Garcês
GICAV/Câmara Minicipal de Viseu
Agosto de 2015
Pedro onde podemos adquirir este livro?
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