25/09/2015

Viriato










Se em tempos imperaram em Portugal as (re)edições de histórias (de matriz) clássica(s), o bom momento que se vive com muitas edições de novos autores não deve fazer com que se esqueçam as obras que pertencem ao passado dos quadradinhos portugueses até porque muitas delas, no seu tempo, eram modernas e inovadoras como as dos autores contemporâneos que hoje celebramos.

Neste contexto, a recuperação deste Viriato – que José Garcês escreveu e desenhou para o Cavaleiro Andante no início da década de 1950 – em edição do GICAV – Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu e da Câmara Municipal de Viseu, no âmbito da exposição que já esteve nesta cidade e também em Moura, merece elogios e uma leitura atenta.
Tendo por base uma boa reprodução das páginas do Cavaleiro Andante, onde a história foi originalmente publicada, nos anos 1950, Viriato parte de uma base histórica verídica para uma narrativa livremente ficcionada que surpreende pelos elementos místicos nela introduzidas por Garcês.
Dessa forma, a narrativa, desenvolvida semana a semana sem um guião pré-determinado, consegue surpreender, apresentando facetas inovadoras de uma personagem histórica (bem) conhecida de todos, mesmo tendo sido omitido o (seu inevitável fim), deixando a ideia que a banda desenhada terminou antes do tempo, prevendo, talvez, um segundo episódio que nunca surgiu?
Um aspecto que uma entrevista ao autor, que teria complementado bem uma edição que inclui diversas informações sobre a publicação original, poderia ter esclarecido.

Viriato
José Garcês
GICAV/Câmara Minicipal de Viseu
Agosto de 2015
230 x 310 mm, 40 p., cor, brochado
12,00 € (portes de envio incluídos)
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