Os números não enganam: 2017 manteve a tendência para o
crescimento das edições de BD lançadas em Portugal, tendo sido - possivelmente,
o ano em que mais se editaram: 261 edições.
Faltará - sempre - fazer a outra contabilidade, a mais importante,
a das vendas reais.
Antes de avançar, um reparo: nesta contabilidade, feita em
conjunto por As Leituras do Pedro
e José de Freitas, foram consideradas apenas as edições de BD com efectiva
distribuição comercial. Ou seja, não foram consideradas edições de autor,
camarárias, institucionais, independentes… sempre difíceis de contabilizar e
controlar, que poderiam representar mais umas (poucas?) dezenas (?).
Edições
Como já escrito, foram 261 as edições de BD lançadas em 2017
em Portugal. Em relação ao ano anterior, houve um crescimento - significativo! –
de 23 %, correspondente a mais 49 edições. Metade delas, sensivelmente, devidas
ao aparecimento da Goody.
Em termos de distribuição pelos meses do ano, há uma
concentração, já habitual, em dois períodos: Maio/Junho (coincidente com o
Festival de BD de Beja e a Feira do Livro de Lisboa) e Outubro/Novembro
(Amadora BD e Natal), embora os novos títulos surjam divididos por todos os
meses do ano.
Editoras
Foram 35 as editoras que editaram banda desenhada em 2017.
Destas, cerca de dois terços publicaram apenas 1 ou 2 livros.
As restantes 12, em termos de quantidade, podem ser
divididas em dois grupos: as ‘grandes editoras’ (ASA, Devir, G.Floy, Levoir,
Goody e Salvat), com média mensal de duas ou mais edições, e as ‘pequenas
editoras’ (Arte de Autor, Chili Com carne, Escorpião Azul, Kingpin, Planeta e
Polvo), todas com 10 ou menos títulos.
A grande novidade de 2017 foi a Goody, com 26 edições,
número que deverá ser mais que duplicado em 2018, a cumprir-se o plano
editorial já divulgado, o que fará dela a principal editora de BD do nosso
país. As restantes não registaram diferenças significativas.
Géneros
Não é muitas vezes fácil classificar as edições de forma
fechada e os critérios podem ser muito variáveis. Após diversas tentativas e
ajustes, as edições de 2017 ficaram assim distribuídas.
O género ‘super-heróis’ foi 0 ‘vencedor’, com quase um terço
das edições, mesmo assim longe do valor (elevado) que muitos esperariam.
A segunda constatação afirma uma evidência: a quantidade,
traz diversidade.
Origem
Em termos de origem das obras, sem surpresa, os Estados
Unidos prevaleceram, sendo de lá provenientes quase metade dos livros editados.
Para surpresa de muitos, a França e a Bélgica são a origem
seguinte mais editada no nosso país, seguindo-se, em igualdade, as edições
nacionais e as japonesas (leia-se manga), ambas com 12 %.
Distribuição
Em termos de distribuição pode dizer-se que 70 % das edições
passaram pelas Bancas e 55 % pelas Livrarias, na sua primeira ‘vida’.
Pode também dizer-se que pouco mais de um quarto das edições
teve como primeiro veículo de distribuição o jornal Público que assim, na
prática, ‘vendeu’ mais de um título por semana.
A exploração do segmento bancas por editoras que vendiam só
em Livraria (Devir, G. Floy, Polvo) foi uma tentativa de aumentar a exposição
das edições e de potenciar as vendas.
(clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)
Para além de muita BD, tivemos muita diversidade e muita qualidade. Só espero é que as vendas sejam suficientes para estabilizar o mercado, criar novos leitores e poder crescer. Parabéns a todos que nestes últimos anos têm investido na publicação de Bd em Portugal. Temos tido uns anos de ouro, apesar de haver quem não goste duma coisa ou doutra. Espero que continuem.
ResponderEliminarLetrée
o facto destes gráficos mostrarem o bom panorama nas edições nacionais há que realçar o facto de cada vez mais as editoras nos "educarem" com materiais autorais de grande qualidade.
ResponderEliminarEspero que seja um ano repleto de grandes edições
Sei que não vem ao tópico, mas alguém sabe-me informar quantas figuras da coleção Tintim foram distribuídas, se foram todas ou houve "saltos". No site da PlanetadeAgostini-Altaya apenas listam 49 (num número total de 63).... Obrigado.
ResponderEliminarSei que não vem ao tópico, mas alguém sabe-me informar quantas figuras da coleção Tintim foram distribuídas, se foram todas ou houve "saltos". No site da PlanetadeAgostini-Altaya apenas listam 49 (num número total de 63).... Obrigado.
ResponderEliminarNão sei quantas foram distribuídas - só comprei algumas - mas elas não têm saído por ordem numérica.
EliminarPenso que no site, as que já foram distribuídas, têm a data em que foram para as bancas.
Boas leituras... e figuras!
Sei que não vem ao tópico, mas alguém sabe-me informar quantas figuras da coleção Tintim foram distribuídas, se foram todas ou houve "saltos". No site da PlanetadeAgostini-Altaya apenas listam 49 (num número total de 63).... Obrigado.
ResponderEliminarEu daqui depreendo que a BD foi à procura de do "seu" público quando desceu do pedestal "Livraria" para a mais plebeia "Banca"
ResponderEliminarEm 2018 (e diante), como será essa distribuição afectada pelo desaparecimento da DistrinewsII (Urbanos)?
No meu caso já afectou, pois as obras da GFloy que habitualmente comprava "na minha banca", desapareceram. E nas papelarias à volta, nicles. Na verdade, nem as revistas da Goody aparecem.
Espero que continuem as coleções em conjunto com jornais, (nesse particular o grande destaque para o Público), pois é uma situação WInWinWin (ganha o jornal, pois em prícipio venderá mais alguns exemplares, ganha o editor pois terá boas vendas e ganha o leitor por ter a certeza de ter a obra -prevista- editada na totalidade).