Nascida “num país cheio de cor”, como cantava o genérico da
série que a RTP estreou em 1978, a abelha Maia chega hoje aos cinemas
portugueses, para unir pais e filhos.
Mostrar mensagens com a etiqueta Abelha Maia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Abelha Maia. Mostrar todas as mensagens
08/01/2015
Abelha Maia, o filme
15/09/2012
Abelha Maia completa 100 anos
Há 100
anos, num país com pouca cor, nasceu um dia uma abelha. Conhecida pela amizade,
a alegria e a bondade, era a pequena Abelha Maia.
Muitos
recordarão a simpática personagem que encheu os sonhos de uma geração e relembraram
nas frases acima o início do genérico da série animada transmitida pela RTP, cuja
versão portuguesa, então muito trauteada, foi interpretada por Ágata e ToZé
Brito.
A série de
animação com as aventuras da Abelha Maia, uma co-produção do Japão, da Áustria
e da Alemanha, datada de 1975, foi dirigida por Hiroshi Saito, sendo a
definição gráfica das personagens do norte-americano Marty Murphy e a banda
sonora, forte e animada, composta por Karel Svoboda.
Transmitida
a partir de 1978 pela então única e todo-poderosa RTP, foi dobrada em
português, contando com as vozes de Cármen Santos (que interpretava a
protagonista), Canto e Castro (Flip) ou Irene Cruz (Willy).
Composta
por 52 episódios, posteriormente editados em cassete-vídeo e, mais
recentemente, em DVD, teria uma segunda temporada, datada de 1982, que também
passou na RTP.
No entanto,
se muitos a viram no ecrã televisivo, poucos saberão que a pequena abelha
surgiu pela primeira vez em Setembro de 1912 – há um século, portanto – no
livro "A Abelha Maia e as suas aventuras" (“Die Biene Maja und ihre
Abenteuer”, no original), escrito para os filhos pelo escritor Waldemar Bonsels
(1880-1952).
O único
livro infantil deste alemão natural de Ahrensburg, autor de diversos romances e
novelas, tem uma evidente conotação política, apresentando a colmeia como exemplo
de uma bem organizada sociedade militarizada que se impõe pela força, com
alguns traços de nacionalismo e de racismo para com outros insectos
“inferiores”.
A
protagonista é uma pequena abelha, Maia, que contrariamente às instruções da
sua professora Cassandra, decide deixar a colmeia e conhecer mundo, sendo por
isso expulsa. Aprisionada pelas vespas, toma conhecimento de um plano para
atacar a sua colmeia, ficando dividida entre regressar para avisar as suas
irmãs e ser castigada ou ignorar o que sabe. Acabará por tomar a decisão
acertada, salvando a sua colmeia e tornando-se uma abelha adulta trabalhadora e
responsável, numa analogia que defende o colectivismo em relação à
individualidade de cada um.
Desfrutando
de grande sucesso, até 1918, final da Primeira Guerra Mundial, o livro vendeu
cerca de 90 mil exemplares, originando um filme realizado em 1924 pelo
fotógrafo alemão Wolfram Junghans.
Durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a obra tornou-se famosa entre os soldados
alemães na frente de batalha, o que a viria a tornar algo impopular nos anos
seguintes devido à sua conotação com a ideologia nazi, o que não impediu que em
1954, dois anos após o falecimento do autor, atingisse a impressionante marca
de um milhão de exemplares vendidos.
Aquela situação
só seria revertida nos anos 70, com a série animada televisiva, mais ligeira e
linear, na qual a protagonista se apresenta mais emancipada e reticente à
autoridade, mas também uma abelha corajosa, divertida e curiosa, vivendo
inúmeras aventuras em conjunto com Willy, o seu melhor amigo, o gafanhoto Flip,
o escaravelho Kurt, a mosca Puca e a vilã de serviço, a aranha Tecla.
Dobrada em
mais de 40 línguas, originou uma versão em banda desenhada produzida pelo
editor alemão Bastei Verlag, colecções de cromos, livros ilustrados, figuras em
pvc e outros artigos de merchandising.
Para
assinalar o actual centenário, a televisão pública alemã ZDF está a produzir 78
novos episódios da "Abelha Maia", em animação 3D, que deverão estar
prontos em 2013.
(Versão
revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Setembro de 2012)
Subscrever:
Mensagens (Atom)