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12/05/2016
24/04/2012
Os nossos Mutts
Patrick McDonnell
Devir (Portugal, Fevereiro de 2012)
215 x 225 mm, 128 p., pb, brochado
12,99 €
1.
Há muito anunciada na caixa aqui ao lado, a das “Próximas
Leituras”, esta nova colectânea de Mutts, a quinta lançada em Portugal pela
Devir…
2.
(depois da sua introdução entre nós pela
BaleiAzul de José Abrantes)
3.
… é mais uma daquelas edições imperdíveis, cuja
recensão, por uma ou outra razão fui adiando.
4.
Desde logo, porque sei que tudo o que escreva
sobre ela, será sempre pouco para justificar a frase que atrás deixei.
5.
Vou, mesmo assim, tentar fazê-lo – devo-o aos
meus leitores, à Devir, ao autor - embora com a premissa (a consciência…) de
que só a leitura do álbum permitirá assimilá-la na sua totalidade.
6.
Tira diária de imprensa, com protagonistas
animais – o cão Earl e o gato Mooch – Mutts foge completamente aos habituais
estereótipos do género.
7.
Primeiro, pela grande ternura que dela emana.
8.
Antes do humor, que é notável…
9.
Antes do nonsense que perpasse por todas as
pranchas…
10. Antes
da paixão pelos animais, que é evidente…
11. Antes
da poesia, que a distingue de qualquer outra tira diária – de qualquer outra
BD? - …
12. Mutts
destaca-se pela enorme ternura com que McDonnell traça os dois animaizinhos, os
seus donos, os outros animais (tigres, pássaros, caranguejos…) com quem se vão
cruzando, e o seu quotidiano, simples, corriqueiro e banal mas sempre
surpreendente e renovado, pleno de descobertas.
13. Depois
– de tudo o mais que entretanto atrás também referi – Mutts também se
diferencia pelo facto de os protagonistas assumirem, indiferenciadamente,
posturas animais ou (semi-)humanizadas, conforme as circunstâncias pedem.
14. Enquanto
animais, revelam-se curiosos, brincalhões, ingénuos, surpreendentes,
imprevisíveis, revelando um desenhador fabuloso pela forma como plasma no papel,
com traço enganadoramente simples mas de grande graciosidade e agilidade, os
seus esgares, movimentos, corridas ou espreguiçadelas.
15. Enquanto
animais antropomorfizados (apenas na ausência dos donos), falantes (entre si),
de comportamento semi-humano sem perderem o distanciamento do real que a sua
animalidade lhes confere, podem ser sarcásticos, admiravelmente certeiros,
incomodamente críticos e, mais uma vez, avassaladoramente ternos.
16. Entre
o cão e o gato…
17. Entre
a ingenuidade de Earl e a maldade felina de Mooch…
18. Entre
o sotaque deliciosamente parolo deste último e o linguarejar simples daquele…
19. Entre
a ignorância (intelectual) de ambos e a infinita sabedoria (de experiência
feita – ou a fazer!) que partilham…
20. …
ao leitor só resta escolher os dois.
21. E
levá-los para casa, sentar-se confortavelmente – se eles não tiverem já ocupado
o sofá… - e desfrutar, vez após vez, das suas brincadeiras e tropelias, das
suas aventuras e descobertas, com a certeza de boa disposição, de muita poesia,
de uma imensa ternura e de uma sensação de bem-estar que raras leituras
proporcionam.
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