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16/08/2020
Selos & Quadradinhos: Wonder Woman
Leituras relacionadas
CTT,
DC Comics,
Selos e Quadradinhos,
Wonder Woman
09/10/2016
Selos & Quadradinhos (113)
Stamps & Comics / Timbres & BD
Tema/subject/sujet:
Wonder Woman 75th
anniversary
País/country/pays:
EUA/USA/EUA
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission:
10/2016
(clicar na imagem
para a apreciar em toda a sua extensão)
Leituras relacionadas
DC Comics,
EUA,
Selos e Quadradinhos,
Wonder Woman
28/12/2011
Wonder Woman, sem rugas aos 70 anos
Criada por um psicólogo, como símbolo sexual, a Mulher
Maravilha tornou-se rapidamente um sucesso, tornando-se um dos símbolos da DC
Comics ao lado de Superman e Batman.
Se a Wonder Woman – Mulher Maravilha na versão portuguesa – não foi a primeira super-heroína da BD, é sem dúvida a mais famosa e a única com publicação contínua desde a sua estreia, em Dezembro de 1941. Isto, mesmo tendo em conta períodos de menor popularidade, devido ao contrato que o seu autor assinou com a editora – então ainda National Comics - em que garantiu a recuperação dos direitos sobre a personagem se a sua publicação fosse suspensa por mais de alguns meses.
O criador desta super-mulher, que surgia na esteira do boom de super-heróis iniciado com Superman (1938) e Batman (1939), foi o psicólogo William Moulton Marston (1893-1947), igualmente inventor do aparelho que deu origem ao polígrafo e autor de um artigo sobre o valor educacional dos comics, publicado em 1940, que fez a sua fama e levou a National a contratá-lo como consultor.
Psicólogo pouco convencional – vivia com duas mulheres! - Marston decidiu tornar-se autor de BD e fazer da sua criação de papel uma bandeira das ideias que defendia: a liberdade sexual e a superioridade das mulheres. Por isso, nas suas histórias iniciais da Wonder Woman, multiplicam-se-se as alusões sexuais e cenas de interpretação dúbia, que contrastavam com a ingenuidade que então caracterizava as bandas desenhadas de super-heróis. Isto, apesar de a nova heroína, desenhada por Harry Peter, nascida em plena II Guerra Mundial e apropriadamente vestida com um sumário uniforme que evoca a bandeira dos Estados Unidos, ter começado por combater os nazis.
Após a estreia em “Introducing Wonder Woman”, BD de 8 páginas publicada na revista “All-Star Comics” nº 8, datada de Dezembro de 1941, a Mulher Maravilha regressaria em Janeiro de 1942, protagonizando já a capa de “Sensation Comics” nº1, onde Marston narrava a sua origem: vivia na Ilha Paraíso, situada no Triângulo das Bermudas, que era o lar das amazonas que possuíam o dom da eterna juventude e onde não havia homens. O despenhamento de um avião pilotado pelo coronel Steve Trevor da Força Aérea Americana – com quem a heroína viria a casar anos mais tarde – levou-a a tratar dele e a transportá-lo para os Estados Unidos.
Demonstrando grande à-vontade com armas tradicionais como espadas, arcos e flechas, lanças e escudos, a Wonder Woman possuía igualmente duas pulseiras indestrutíveis com as quais se defendia dos tiros, um laço mágico que se estica indefinidamente e obriga quem é amarrado por ele a dizer a verdade e uma tiara que podia ser usada como bumerangue.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, passou por uma fase atípica e pouco estimulante, na qual defrontou todo o tipo de vilões e ameaças extraterrestres, tendo inclusive tido um estranho avião a jacto invisível para se deslocar.
A estreia da Wonder Woman no pequeno ecrã aconteceu em 1973, numa versão animada da Liga da Justiça que duraria até 1986. Já neste século, regressaria de novo ao lado de Batman, Superman e outros super-heróis, numa série que reflectia as novas orientações das bandas desenhadas.
A primeira película com actores de carne e osso teve lugar em 1974 – depois de uma tentativa gorada em 1967 - num filme protagonizado por Cathy Lee Crosby. Um anos depois, iniciava-se uma das mais fiéis e celebradas adaptações que as histórias aos quadradinhos de super-heróis já tiveram na televisão, a Wonder Woman protagonizada por Lynda Carter. Os 59 episódios divididos por três temporadas, exibidos entre 1975 e 1979, tiveram na banda desenhada a sua principal fonte de inspiração, incluindo o improvável avião invisível.
Já este ano falou-se no possível regresso da super-heroína ao pequeno ecrã, desta vez interpretada por Adrianne Palicki, mas o episódio-piloto entretanto produzido por David E. Kelley, foi reprovado pela NBC.
Ao longo dos seus 70 anos, tendo passado pelas talentosas mãos de Dennis O’Neil, George Pérez, Mike Deodato, John Byrne, Greg Rucka, Gail Simone ou Brian Azzarello, a Wonder Woman, teve a sua origem e identidade reformulada várias vezes, foi substituída em diversas ocasiões – numa das quais pela mãe, a rainha Hipólita –, teve a companhia de três Wonder Girl, flirtou com Superman e Batman, viveu em universos paralelos, integrou várias formações da Liga da Justiça, morreu e ressuscitou como a indústria dos comics nos habituou nos últimos anos e chegou mesmo a matar um vilão, algo invulgar nas narrativas de super-heróis.
Se a Wonder Woman – Mulher Maravilha na versão portuguesa – não foi a primeira super-heroína da BD, é sem dúvida a mais famosa e a única com publicação contínua desde a sua estreia, em Dezembro de 1941. Isto, mesmo tendo em conta períodos de menor popularidade, devido ao contrato que o seu autor assinou com a editora – então ainda National Comics - em que garantiu a recuperação dos direitos sobre a personagem se a sua publicação fosse suspensa por mais de alguns meses.
O criador desta super-mulher, que surgia na esteira do boom de super-heróis iniciado com Superman (1938) e Batman (1939), foi o psicólogo William Moulton Marston (1893-1947), igualmente inventor do aparelho que deu origem ao polígrafo e autor de um artigo sobre o valor educacional dos comics, publicado em 1940, que fez a sua fama e levou a National a contratá-lo como consultor.
Psicólogo pouco convencional – vivia com duas mulheres! - Marston decidiu tornar-se autor de BD e fazer da sua criação de papel uma bandeira das ideias que defendia: a liberdade sexual e a superioridade das mulheres. Por isso, nas suas histórias iniciais da Wonder Woman, multiplicam-se-se as alusões sexuais e cenas de interpretação dúbia, que contrastavam com a ingenuidade que então caracterizava as bandas desenhadas de super-heróis. Isto, apesar de a nova heroína, desenhada por Harry Peter, nascida em plena II Guerra Mundial e apropriadamente vestida com um sumário uniforme que evoca a bandeira dos Estados Unidos, ter começado por combater os nazis.
Após a estreia em “Introducing Wonder Woman”, BD de 8 páginas publicada na revista “All-Star Comics” nº 8, datada de Dezembro de 1941, a Mulher Maravilha regressaria em Janeiro de 1942, protagonizando já a capa de “Sensation Comics” nº1, onde Marston narrava a sua origem: vivia na Ilha Paraíso, situada no Triângulo das Bermudas, que era o lar das amazonas que possuíam o dom da eterna juventude e onde não havia homens. O despenhamento de um avião pilotado pelo coronel Steve Trevor da Força Aérea Americana – com quem a heroína viria a casar anos mais tarde – levou-a a tratar dele e a transportá-lo para os Estados Unidos.
Demonstrando grande à-vontade com armas tradicionais como espadas, arcos e flechas, lanças e escudos, a Wonder Woman possuía igualmente duas pulseiras indestrutíveis com as quais se defendia dos tiros, um laço mágico que se estica indefinidamente e obriga quem é amarrado por ele a dizer a verdade e uma tiara que podia ser usada como bumerangue.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, passou por uma fase atípica e pouco estimulante, na qual defrontou todo o tipo de vilões e ameaças extraterrestres, tendo inclusive tido um estranho avião a jacto invisível para se deslocar.
A estreia da Wonder Woman no pequeno ecrã aconteceu em 1973, numa versão animada da Liga da Justiça que duraria até 1986. Já neste século, regressaria de novo ao lado de Batman, Superman e outros super-heróis, numa série que reflectia as novas orientações das bandas desenhadas.
A primeira película com actores de carne e osso teve lugar em 1974 – depois de uma tentativa gorada em 1967 - num filme protagonizado por Cathy Lee Crosby. Um anos depois, iniciava-se uma das mais fiéis e celebradas adaptações que as histórias aos quadradinhos de super-heróis já tiveram na televisão, a Wonder Woman protagonizada por Lynda Carter. Os 59 episódios divididos por três temporadas, exibidos entre 1975 e 1979, tiveram na banda desenhada a sua principal fonte de inspiração, incluindo o improvável avião invisível.
Já este ano falou-se no possível regresso da super-heroína ao pequeno ecrã, desta vez interpretada por Adrianne Palicki, mas o episódio-piloto entretanto produzido por David E. Kelley, foi reprovado pela NBC.
Ao longo dos seus 70 anos, tendo passado pelas talentosas mãos de Dennis O’Neil, George Pérez, Mike Deodato, John Byrne, Greg Rucka, Gail Simone ou Brian Azzarello, a Wonder Woman, teve a sua origem e identidade reformulada várias vezes, foi substituída em diversas ocasiões – numa das quais pela mãe, a rainha Hipólita –, teve a companhia de três Wonder Girl, flirtou com Superman e Batman, viveu em universos paralelos, integrou várias formações da Liga da Justiça, morreu e ressuscitou como a indústria dos comics nos habituou nos últimos anos e chegou mesmo a matar um vilão, algo invulgar nas narrativas de super-heróis.
(Versão expandida do texto publicado no Jornal de Notícias
de 6 de Dezembro de 2011)
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