Casterman (França, 26 de Outubro de 2011)
216x288 mm, 200 p., cor, cartonado
25,00 €
Resumo
Primeiro tomo da reedição integral das aventuras de Sibylline, uma criação do magistral Raymond Macherot (1924-2008), prevista em 5 volumes que compilarão de cerca de 1000 pranchas.
Este livro inicial inclui a primeira parte de um dossier sobre o autor e as bandas desenhadas “Sibylline”, “Sibylline & Cie”, “Sibylline et la betterave”, “Sibylline et l’imposteur”, “Sibylline en danger”, “Un sapin pour Sibylline”, “Sibylline contre-attaque” e “Sibylline et les abeilles”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYC60YP_m1KxI_bM23ocuJ73RryPRheMGhb6l0OR6O8Dy3k8obfSwKNZGyNZfnehZQQareqNwB6jLQ10aq6bdrNE2TLtdB8L5Wva79MPdJgrRKfeFQHY4xySX8njko6ezxm1dts0XLiuA/s320/Sibylline_p25.jpg)
Desenvolvimento
Se acerca de muitas das obras e/ou autores que me marca(ra)m consigo com facilidade referir o que me atrai nelas(es), o mesmo não se passa com Raymond Macherot, um dos grandes mestres da banda desenhada franco-belga, cuja mérito, injustamente, poucas vezes é reconhecido.
No entanto, logo que soube da publicação deste primeiro tomo das aventuras de Sibylline, pedi-o de imediato e, quando o recebi, não resisti a puxá-lo rapidamente para o topo da pilha dos livros que tenho para ler.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaAlMEku480yQzzmFwct1ITMD-uHKOI4T5GY4ZAh-yJM81MwrPDjf_cBiFlG9Q1bq9VCkVVIKpCOfu0-nudnbL6uLtFEuDToqjGcAZZuWJlOxqjTuxJU8g_ECo_KMOUQd7g-S899susIg/s320/Sibylline_p83.jpg)
E, concluída essa leitura, confirmei o grande prazer que Macherot sempre me proporciona. Não sei se isso se deve à pequena estatura das suas personagens – Sibylline e também Chlorophylle são ratos – o que dá uma outra dimensão ao mundo em que (tal como nós) vivem, ao seu humor singelo e terno, ao espírito e à espontaneidade dos diálogos, ao seu sentido do gag, à forma extremamente legível como as suas páginas são construídas ou ao modo ritmado e alegre como conta as pequenas aventuras dos seus pequenos heróis.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn_zhjhcQIYwNaX5gTu6psKfjnVp2EtK4V7jY64ldqB8CJlOX0LKKCR1B2dkJvjfRjgVJOb3_MDIkdhSGgZ7cm21YLVZ0sXWRucyIWPOCcKIVJJxFG3E5t48HtVjfQDNRXzvLvg2cXF1I/s320/Sibylline_p141.jpg)
Possivelmente é o conjunto de tudo isto que confere à sua obra a magia e uma certa ingenuidade que me encantam e seduzem.
Sibylline, que hoje me ocupa, nasceu a 4 de Março de 1965 nas páginas do número 1403 da revista belga Spirou, para onde Macherot se transferira com armas e bagagens após deixar a também belga Tintin, devido a desacordo com o seu redactor-chefe sobre o futuro de Chlorophylle. Tendo deixado o seu herói original na revista que o vira nascer, o desenhador optou por uma nova criação, cujos pontos de contacto com aquele eram por demais evidentes.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioqH-KO7Am171LaMAuaRwbT3IokXqVDrt6iBQMLmkugmitATrl9uWBahnexb3A3Q2CQKJ_dgEHtYf4XP-M-SEjhd0o1JVFInYbH6wn1CO9KhOHqeyjMUhbIR70kOCeppaiNTCWiuBjuO8/s320/Sibylline_p175.jpg)
Curiosamente, se o desacordo tinha por base a localização das aventuras – Macherot queria o campo, a revista Tintin a cidade – as aventuras de Sibylline iniciam-se em cenário urbano, rapidamente abandonado para a fazer migrar para o campo.
Em relação a Chlorophylle, se o objectivo era o mesmo, utilizar animais para narrar o que o ser humano lhe inspirava, a principal diferença é o menor protagonismo de Sibylline, uma ratinha corajosa, decidida e pouco modesta.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUWAHLS_mdgn99H-MSMKkxU9BVIJFejiZjGQrzhanHiBh4TEAn2xnIGheEzILg6Dfw0Bk7LK7OktsSSEieU0lgXGZmAE0ZsCWMmUeKoxRK5bdgPRjHy3lhZPNlAMX1yi0IxhE-Xl19Fsg/s320/Sibylline_p28.jpg)
A reter
- A magia ingénua de Sibylline, simplesmente irresistível.
- A entrada da Casterman no segmento das reedições de clássicos.
-A qualidade da edição, com um magnífico dossier da autoria de Stéphan Caluwaerts, uma excelente reprodução das pranchas e um bom trabalho de restauração das cores.
- A possibilidade de ler histórias apenas publicadas na revista Spirou e até agora inéditas em álbum.
Menos conseguido
- A maqueta da colecção, que podia ter sido melhor trabalhada.
Curiosidades
- Em 2005, Sibylline foi retomada por Andre Taymans, nas edições Flouzemaker.
Em Portugal
- Sibylline teve vida curta em Portugal. A estreia deu-se no número inaugural da segunda série da revista Spirou, a 10 de Abril de 1979, com a história “Sibylline e a Beterraba”, concluída ao fim de 10 números.
- Seguiu-se, no número 11, onde protagonizava a capa, “Sibylline & Cª” (numa inversão da ordem original da série) que duraria até ao número 20.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizfbWuxAKF87BekdcUPEHQtvjsaatR8og8cVpsUF-egsWW5KJvOaOJm4Az_ziePMVx8hRsJlqdcAl8mrVQrmvv_RMFoFdQ9F4jYNnh1nYJcETqhqOui06NehsyFJMtsgGUBQblHiBbq2U/s200/CA_%2523169_k.jpg)
- Antes disso, a 26 de Março de 1955, o Cavaleiro Andante, no seu número 169, dedicava a capa a “Missão Perigosa” (“Mission Chèvrefeuille”), cujas 4 pranchas publicava, uma história também incluída no presente integral e que é, de certa forma, uma antecipação (um episódio-piloto…) do que viriam a ser Chlorophylle e Sibylline.