A 24 de
Fevereiro de 1953 chegava aos quiosques portugueses “O Mosquito” n.º 1412, o
último número da revista que tinha feito sonhar os jovens portugueses durante 17
anos.
A aventura de“O Mosquito”, encetada por Raúl Correia e António Cardoso Lopes (o célebre
Tiotónio que muitos ainda recordarão) começara a 14 de Janeiro de 1936, de
forma modesta, com apenas 8 páginas a uma cor e o preço de 50 centavos. No
entanto, “0 semanário da rapaziada” como se autodenominava, rapidamente ganhou
popularidade, aumentou o número de páginas, ganhou maior colorido, atingiu
tiragens de 60 mil exemplares e chegou a ser publicado duas vezes por semana.
Esse tempo
de glória ficou marcado por séries como “Pelo Mundo Fora”, “A Flecha de Ouro”, “O
Gavião dos Mares”, “Os Náufragos do Barco sem Nome”, “O Voo da Águia”, “Cuto”
ou “Serafim e Malacueco”, e pela arte de E.T. Coelho, Jayme Cortez, Vítor Péon,
Jesus Blasco, Emílio Freixas, Walter Booth ou Reg Perrott, entre muitos outros.
A par da banda desenhada, as páginas do “semanário mais bonito” encheram-se
também de novelas e contos ilustrados, concursos, espaço para os leitores, separatas
para as meninas (“A Formiga”) e construções de armar que divertiam enquanto
educavam.
Na capa do
número final, que ostentava um preço de 1$50, era anunciada “S. Cristóvam”, a
adaptação aos quadradinhos de um conto de Eça de Queiroz. Deixada incompleta
pelo fim da revista, esta banda desenhada da autoria de Eduardo Teixeira Coelho,
sem dúvida o grande autor de “O Mosquito”, espelhava de alguma forma o que
acontecera à publicação, presa ao passado e ultrapassada junto das preferências
dos leitores pelos heróis norte-americanos do “Mundo de Aventuras” e pela banda
desenhada franco-belga do “Cavaleiro Andante”, que prevaleceriam nos anos seguintes.
Caro amigo Cleto, efetivamente «O Mosquito» fechou asas, como diz no seu interessante artigo acima, mas podemos considerar que não as perdeu. Tudo e todos os que deixam um rasto de valor neste mundo, vive para sempre, enquanto viverem os protagoniostas que acompanharam a obra ou o feito, e para além destas, as gerações que se vão inteirando da sua existência. Portanto «O Mosquito» pausou o seu voo pelas bancas dos jornais, mas mantem o seu zunido virtual nas páginas da Internet e nas bibliotecas.
ResponderEliminarSão artigos como este que o podem manter vivo. Viva O Mosquito!
Obrigado, Pedro Cleto
José Ruy
Não sou do tempo de 'O Mosquito', mas não tenho qualquer dúvida de que o seu fecho de asas foi uma enorme perda para a BD em Portugal. Mais não digo, porque já foi dito pelo José Ruy!
ResponderEliminarCaro José Ruy,
EliminarComo diz, a prova de que o Mosquito não deixou de bater asas são artigos como este...
Jorge,
Tudo tem o seu tempo. Se o Mosquito deixou de ser publicado, foi porque não foi capaz de encontrar o seu público,... ou de se adaptar aos novos tempos que se viviam.
Boas leituras para os dois!
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarOlá Optimus,
EliminarPor lapso, de que peço desculpa, apaguei o comentário que aqui fizeste e que era este:
"Marcou a juventude do meu pai e tios.Já tem o seu lugar na história."
Marcou-os a eles e a muitos mais dessa geração, incluindo também os meus pais e tios, de quem ainda herdei umas dúzias de exemplares!
Boas leituras... antigas ou actuais!