Graphic
MSP
Vítor
Cafaggi e Lu Cafaggi
Panini
Comics
Brasil,
Junho de 2013
200
x 280 mm, 82 p., cor
R$
29,90 (cartonado)
R$
19,90 (brochado)
Resumo
Segundo volume da colecção Graphic MSP, em que
autores brasileiros de quadr(ad)inhos dão novas vidas (e aparências) a heróis
criados por Maurício de Sousa, leva Cebolinha, Cascão, Mônica e Magali em busca
de Floquinho, o cão do primeiro, por locais desconhecidos, repletos de
surpresas, maravilhas e… perigos.
Desenvolvimento
Na sua introdução a este volume, Maurício de
Sousa afirma que quando viu a BD curta com que Vítor Cafaggi participou no
livro “MSP 50 – Maurício de Sousa por 50 autores”, foi ter com Sidney Gusman –
editor deste livro e criador do conceito “Graphic MSP” – e lhe perguntou: “Quem
é o Vítor Cafaggi? Eu quero casar com ele!”.
Felizmente para o Maurício – e para todos nós,
leitores – podemos afirmar que o sentimento é recíproco pois é grande o amor
que Cafaggi tem pelas criações do pai da Mônica e do Cebolinha, pois só um amor
verdeiro, sentido e sincero, aquele amor que vem do fundo do coração e resiste
ao tempo, ao crescimento e a tudo, permitiria imaginar e contar uma história
tão doce e terna como “Laços”.
Mergulho deslumbrante no mundo maravilhoso da
infância, com as emoções - sinceras e genuínas - à flor da pele, repleto de sonhos, fantasia, imaginação e, acima de tudo, amizade,
“Laços” encanta primeiro pelo desenho doce e bonito dos irmãos Cafaggi e esse
deslumbramento prossegue ao longo de uma história simples e directa mas
irresistível, bem desenvolvida e com o rimo certo em cada sequência, alternado o texto escrito com a descrição puramente gráfica, em que os laços da amizade de
um menino por um cãozinho e dos amigos do menino por ele, conseguem sobrepor-se
e fazer ultrapassar os medos, os receios, os fantasmas infantis e o
desconhecido. E até transformar em respeito (algum)a da maldade e crueldade inerente
ao mundo em que vivemos.
A tudo isto, Vítor e Lu, acrescentaram uma série
de referências – gráficas e não só – à historiografia da própria Turma da
Mônica e da cultura pop dos anos 80 – que os pais vão adorar embora aos filhos
passem despercebidas… - e, com a colaboração de Priscila Tranmontano, adicionaram
uma magnífica paleta de cores com que definiram os momentos do dia e da acção,
fazendo do todo não só um belíssimo objecto mas também uma obra que, acredito,
se tornará de referência nos quadr(ad)inhos brasileiros.
A reter
- A ternura, a doçura, o encanto, o cheiro e o
sabor a infância e ao tempo em que tudo parece possível, que emanam de “Laços”.
- O traço irresistível com que Vítor e Lu
recriaram Cebolinha Cascão, Mônica e Magali…
- …e a cor com que os dotaram.
- As (muitas) histórias que espreitamos nas
páginas de guarda do álbum – também ao longo deste - que permitem sonhar – como
quando éramos pequenos…? – com o regresso da “turma dos irmãos Cafaggi”.
- A boa edição (cartonada) da Panini, à altura
da obra que suporta, bem complementada com extras sobre a forma como Vítor e Lu
Cafaggi desenvolveram o seu trabalho...
Menos conseguido
- …embora a impressão me tenha parecida algo
baça e a não fazer jus às pranchas que apareceram reproduzidas online.
- Sendo as revistas da Turma da Mônica
distribuídas mensalmente entre nós, já tendo aparecido nas bancas os tomos
comemorativos dos 50 anos do Bidú ou do Chico Bento ou as compilações das tiras
da Turma da Mônica ou
do Pelezinho, é
incompreensível que “Astronauta: Magnetar”,
primeira Graphic MSP, tal como os três volumes MSP50, continuem inéditos em
Portugal. Esperemos que “Laços” possa inverter essa situação… já agora, de
preferência, em livraria – no circuito das FNAC? – onde uma edição destas faz
muito mais sentido e encontrará mais facilmente o seu público.
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