16/12/2013

Bob Morane: 60 anos entre o romance e a banda desenhada

 








Há 60 anos, surgia nas livrarias belgas La Vallée Infernale, romance de aventuras assinado por Henri Vernes, que marcava a estreia de um certo Bob Morane. Em Portugal popularizou-se graças às bandas desenhadas publicadas nas páginas da revista Tintin.

Saiba mais já a seguir.


Bob Morane, bretão de nascimento e ex-aviador herói da II Guerra Mundial, trintão, atlético e bem-parecido, começou num tom de aventura clássica, com incursões pelo policial e a espionagem, que progressivamente se expandiu para relatos de ficção-científica, com cenários exóticos e viagens no tempo.
Ao seu lado encontra-se geralmente o gigante escocês Bob Ballantine, apreciador de uísque e dotado de força hercúlea, com cuja ajuda combate as organizações criminosas controladas pela Sombra Amarela e por Miss Ylang-Ylang.
Vernes, aliás Charles Dewisme, belga nascido em 1918, escreveu mais de 200 romances e contos com as aventuras de Bob Morane, o mais recente dos quais Le Piège infernal: Contre-attaque, publicado já este ano.
Bob Morane chegou à BD em 1960, sendo sucessivamente publicado na Femmes d’Aujourd’hui, Pilote e Tintin. Primeiro de mais de 80 álbuns aos quadradinhos, o título de estreia foi L’Oiseau de feu, desenhado por Dino Attanasio (já desenhador de Spaghetti), a que se seguiriam Gérald Forton, William Vance (Bruno Brazil, XIII), Francq Leclerq e Coria, este último ilustrador de Sur la piste de Fawcett, editado em 2012.
Para além da BD, a criação de Vernes foi protagonista de L’espion aux cent visages (filme de 1960, com Jacques Santi no papel principal), uma série televisiva (1963) e de desenhos animados (1998) e o seu nome foi até dado a uma rua de Tournai, na Bélgica, onde o autor passou a sua infância.
A estreia de Bob Morane no nosso país deu-se igualmente sob a forma de livro. O Vale Infernal, editado pela Ulisseia em 1961, abriu a colecção Marabu Júnior que viria a incluir mais 13 romances de Vernes. Nove anos mais tarde, a Editorial Íbis lançava em BD A Espada do Paladino e O Segredo dos Sete Templos, edições que já atingem preços simpáticos em sites de leilões.
Estes álbuns, juntamente com O Vale das Cascáveis, seriam retomados nos fascículos da Flecha 2000, em 1978. Antes, o herói já surgira nas páginas da revista Tintin, que publicou oito das suas aventuras entre 1976 e 1982.


2 comentários:

  1. Que saudades do Bob Morane da minha juventude, que graças a este seu artigo voltei a recordar! Comecei a lê-lo na colecção Marabu Júnior, de que já não conservo nenhum exemplar, com certa pena, e mais tarde na colecção de BD da Íbis (felizmente, esses dois álbuns ainda os tenho e em bom estado).
    Dos desenhadores que passaram pela série sempre apreciei mais o Forton e o Vance. O Coria tem alguns episódios com interesse, outros nem tanto. Mas pensar que este herói já contabiliza mais de 80 álbuns de BD, dá que pensar! Poucas séries de êxito popular e comercial atingiram cifra tão elevada no panorama da BD franco-belga. O segredo deve estar na extraordinária longevidade literária do seu criador, Henri Vernes. Um autêntico fenómeno!...
    Abraços,
    Jorge Magalhães

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    Respostas
    1. Caro Jorge Magalhães,
      Confesso que nunca li qualquer dos romances de Vernes e dos álbuns da Íbis só tenho (há muitos anos, comprado algures...) A Espada do Paladino, pelo que as minhas memórias de Bob Morane não se comparam com as suas!
      Mas fico satisfeito pelas recordações que o meu texto lhe pode evocar...

      Boas (re)leituras!

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