Há 60 anos, surgia nas livrarias belgas La Vallée Infernale, romance de aventuras assinado por Henri Vernes, que marcava a estreia de um
certo Bob Morane. Em Portugal popularizou-se graças às bandas desenhadas
publicadas nas páginas da revista Tintin.
Saiba mais já a seguir.
Bob Morane, bretão de nascimento e ex-aviador herói da II
Guerra Mundial, trintão, atlético e bem-parecido, começou num tom de aventura
clássica, com incursões pelo policial e a espionagem, que progressivamente se
expandiu para relatos de ficção-científica, com cenários exóticos e viagens no
tempo.
Ao seu lado encontra-se geralmente o gigante escocês Bob
Ballantine, apreciador de uísque e dotado de força hercúlea, com cuja ajuda
combate as organizações criminosas controladas pela Sombra Amarela e por Miss
Ylang-Ylang.
Vernes, aliás Charles Dewisme, belga nascido em 1918,
escreveu mais de 200 romances e contos com as aventuras de Bob Morane, o mais
recente dos quais Le Piège infernal:
Contre-attaque, publicado já este ano.
Bob Morane chegou à BD em 1960, sendo sucessivamente
publicado na Femmes d’Aujourd’hui, Pilote e Tintin. Primeiro de mais de 80 álbuns aos quadradinhos, o título de
estreia foi L’Oiseau de feu, desenhado
por Dino Attanasio (já desenhador de Spaghetti), a que se seguiriam Gérald
Forton, William Vance (Bruno Brazil, XIII), Francq Leclerq e Coria, este último
ilustrador de Sur la piste de Fawcett,
editado em 2012.
Para além da BD, a criação de Vernes foi protagonista de L’espion aux cent visages (filme de 1960,
com Jacques Santi no papel principal), uma série televisiva (1963) e de desenhos
animados (1998) e o seu nome foi até dado a uma rua de Tournai, na Bélgica,
onde o autor passou a sua infância.
A estreia de Bob Morane no nosso país deu-se igualmente sob
a forma de livro. O Vale Infernal,
editado pela Ulisseia em 1961, abriu a colecção Marabu Júnior que viria a
incluir mais 13 romances de Vernes. Nove anos mais tarde, a Editorial Íbis
lançava em BD A Espada do Paladino e O Segredo dos Sete Templos, edições que
já atingem preços simpáticos em sites de leilões.
Estes álbuns, juntamente com O Vale das Cascáveis, seriam retomados nos fascículos da Flecha
2000, em 1978. Antes, o herói já surgira nas páginas da revista Tintin, que
publicou oito das suas aventuras entre 1976 e 1982.
Que saudades do Bob Morane da minha juventude, que graças a este seu artigo voltei a recordar! Comecei a lê-lo na colecção Marabu Júnior, de que já não conservo nenhum exemplar, com certa pena, e mais tarde na colecção de BD da Íbis (felizmente, esses dois álbuns ainda os tenho e em bom estado).
ResponderEliminarDos desenhadores que passaram pela série sempre apreciei mais o Forton e o Vance. O Coria tem alguns episódios com interesse, outros nem tanto. Mas pensar que este herói já contabiliza mais de 80 álbuns de BD, dá que pensar! Poucas séries de êxito popular e comercial atingiram cifra tão elevada no panorama da BD franco-belga. O segredo deve estar na extraordinária longevidade literária do seu criador, Henri Vernes. Um autêntico fenómeno!...
Abraços,
Jorge Magalhães
Caro Jorge Magalhães,
EliminarConfesso que nunca li qualquer dos romances de Vernes e dos álbuns da Íbis só tenho (há muitos anos, comprado algures...) A Espada do Paladino, pelo que as minhas memórias de Bob Morane não se comparam com as suas!
Mas fico satisfeito pelas recordações que o meu texto lhe pode evocar...
Boas (re)leituras!