Há
momentos, transformados em imagens
que se tornaram icónicas, que a sociedade tornou icónicas. Há
outras - algumas as mesmas - que para mim, enquanto
leitor (para cada um dos
leitores, para alguns de nós,
pelo menos),
também se tornaram icónicas. Entre elas, acredito, está a que abre
o incontornável A Balada do
Mar Salgado, com um Corto
Maltese - até aí desconhecido - amarrado numa jangada a vogar em
alto mar, em pleno Pacífico. E, quantos de nós - leitores de Pratt
- não conjecturámos
uma ou outra vez - uma e outra
vez, talvez! - como teria ele
chegado ali….
Agora,
finalmente sabemos como foi. Sabemos porque foi. Sabemos o que
aconteceu antes - já sabíamos o que aconteceu depois... E sabemos
de uma forma tão coerente, tão assertiva, tão plausível, que só
podemos agradecer a Diaz Canales e a Rubén
Pellejero.

Nota
final 1
No
final do livro, são indicadas as
outras obras dos autores - e de
Pratt - publicadas em
Portugal - pela Arte de Autor e
também por outras editoras. Correcto
e justo, mas raro entre nós.
Nota
final 2
As
cores
de Pellejero
- e da sua filha Sasa - são boas,
agradáveis e ajustadas aos momentos,
mas Corto - também o seu Corto - deve(ria) ser a preto e branco. Em
futuras edições, a Arte de Autor tem de arranjar forma de (nos)
disponibilizar uns quantos exemplares nesse preto e branco imaculado,
para cada um de nós, leitores,
colorir consoante a leitura nos ditar...
Corto
Maltese: Dia de Tarowean
Juan
Diaz Canales (texto)
Rubén
Pellejero (desenho)
Rubén
Pellejero e Sasa (cor)
Arte
de Autor
Portugal,
Outubro de
2019
240
x 305 mm, 80 p.,
cor, capa dura
19,90
€
A cor e o preto e branco é realmente uma questão curiosa. Em espanha a Norma edita uma versão a P/B. Confirmo a excelência do argumento. Desta maneira voltamos a redescobrir toda a obra...
ResponderEliminar