26/05/2012

VIII Festival Internacional de BD de Beja (II)















É hoje inaugurado o VIII Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, este ano com aposta reforçada na produção nacional, devido ao severo corte orçamental a que a crise obrigou.
Tendo-se afirmado nos últimos anos como um acontecimento incontornável no panorama português dos quadradinhos, pelo equilíbrio da sua programação e pelo convívio entre fãs e autores que proporciona, o festival organizado pela autarquia local, tem este ano menor número de exposições, todas concentradas na casa da Cultura, embora mantendo o lema de fazer “uma grande festa em torno da Banda Desenhada”, que durará até dia 10 de Junho.
Sem convidados estrangeiros, os cabeças de cartaz são os portugueses André Oliveira, Carla Rodrigues, Eliseu Gouveia, Maria João Worm, Pepedelrey, Diogo Carvalho e Rui Lacas, todos com exposições individuais, tal como o brasileiro Júlio Shimamoto, a única excepção aquela regra.
O que não impede que o festival apresente, mesmo assim, uma prometedora selecção de originais de grandes nomes da BD como Alberto Breccia, Carl Barks, Hal Foster, Craig Thompson, dave McKean. Fabio Civitelli, Hermann ou Loustal, reunidos em “Traços Comuns – Arte Original da Colecção de Domingos Isabelinho” e na mostra do acervo da Bedeteca de Beja.
Uma nota ainda para “Corto maltese no Século XXI”, que reúne as paródias e/ou homenagens traçadas por uma série de autores nacionais à grande criação de Hugo Prfatt, reunidas no fanzine “Efeméride”, de Geraldes Lino.
Do programa deste fim-de-semana, como habitualmente muito preenchido, entre visitas à cidade, sessões de autógrafos, apresentações de projectos e de fanzines, feira do livro, exibições de filmes e torneios de videojogos, refer~encia para o lançamento dos álbuns “Han Solo” (Polvo), de Rui lacas, e “Sangue Violeta e Outros Contos” (El Pep), de Fernando Relvas, um dos aspectos em que o Festival de Beja se tem distinguido.

Se o programa completo do VIII Festival Internacional de BD de Beja pode ser consultado clicando no cartaz disponível aqui ao lado, à direita, no topo deste blog, deixo de seguida a programação deste primeiro fim-de-semana da festa dos quadradinhos em Beja.

DIA 26 DE MAIO, SÁBADO, DAS 15H00 ÀS 04H00
15H00 – ABERTURA DO FESTIVAL, NA CASA DA CULTURA / LANÇAMENTO DO SPLAFT! / VISITA ÀS EXPOSIÇÕES

BEDETECA DE BEJA
CASA DA CULTURA, 1º ANDAR, ALA ESQUERDA
16h00 – LANÇAMENTO DO LIVRO HAN SOLO (POLVO), DE RUI LACAS, COM RUI BRITO E COM O AUTOR
16h15 – LANÇAMENTO DO FANZINE EFEMÉRIDE N.º 5, POR GERALDES LINO
16h30 – LANÇAMENTO DO LIVRO SANGUE VIOLETA E OUTROS CONTOS (EL PEP), DE FERNANDO RELVAS, COM PEPEDELREY E COM O AUTOR
16h45 – APRESENTAÇÃO D’OS ESCUDOS DA LUSITÂNIA, POR JOÃO FIGUEIREDO E ADELINA MENAIA
DAS 17h00 ÀS 17H30 – DOIS DEDOS DE CONVERSA - ANDRÉ OLIVEIRA COM CARLA RODRIGUES
23H00 – DOIS DEDOS DE CONVERSA – “BLOGUES DE BANDA DESENHADA”, COM NUNO AMADO E NUNO NEVES
23H30 – LANÇAMENTO DO FANZINE REJECT-ZINE N.º 4, POR ANDREIA RECHENA
23h45 – APRESENTAÇÃO DOS FANZINES FUNZIP N.º 7 E KZINE N.º 3, POR PAULO MARQUES (GRUPO ENTROPIA)
00H00 – APRESENTAÇÃO DO PROJETO SOHEI, POR ANDRÉ OLIVEIRA E PEDRO CARVALHO
00H15 – APRESENTAÇÃO DO PROJECTO OBSCURUM NOCTURNUS, POR DIOGO CARVALHO
00H30 – APRESENTAÇÃO DO GRANDE PRÉMIO GERALDES LINO PARA AUTOR REVELAÇÃO
00H45 – TERROR NA BEDETECA, COM A EXIBIÇÃO DE UM FILME SURPRESA (TENHAM MEDO… TENHAM MUITO MEDO…)
02H15 – INTERVALO PARA UM BELO CALDO VERDE (1,00 EURO)
02H30 – EXIBIÇÃO DO FILME AS AVENTURAS DE BLUEBERRY (2004), DE JAN KOUNEN, BASEADO NA PERSONAGEM DE JEAN GIRAUD
04H00 – PASSEIO PELA CIDADE, PARA VER O QUE AINDA ESTÁ ABERTO (SÓ PARA OS MAIS CORAJOSOS)

MERCADO DO LIVRO
CASA DA CULTURA, AUDITÓRIO INTERIOR
– 10 LOJAS – MUITAS DEZENAS DE EDITORES NACIONAIS E ESTRANGEIROS REPRESENTADOS! (DR KARTOON / INVICTA INDIE ARTS / KINGPIN BOOKS / LIVRARIA CONTRACAPA / LUPYNANDE / MONGORHEAD COMICS / MUNDO FANTASMA / O LOBO MAU / VOL)
– BANCAS DA APENAS LIVROS, ARGA WARGA EDIÇÕES, ASSOCIAÇÃO TENTÁCULO, CHILI COM CARNE / MMMNNNRRRG, EL PEP, GRUPO ENTROPIA, IMPRENSA CANALHA, NCREATURES, OPUNTIA BOOKS, PEDRANOCHARCO, POLVO, QUAL ALBATROZ, QUARTO DE JADE E VITAMINABD
– FANZINES (EFEMÉRIDE, REJECT-ZINE, ETC.) E EDIÇÕES DE AUTOR (PEDRO MANAÇAS, RUI DIAS SENA, ETC.)
– VENDA DE REVISTAS USADAS
– WORKSHOP E MOSTRA DE MODELISMO COM JOÃO CALADO E SIMÃO MATOS (AMBA) E ALUNOS DO CLUBE DE MODELISMO DA ESCOLA MÁRIO BEIRÃO, DE BEJA
– CAMPANHA DE ASSINATURAS DA REVISTA BANZAI (NCREATURES)
– VENDA DE ORIGINAIS E SERIGRAFIAS
– GAMECON BEJA 2012 – TORNEIOS / MINI-TORNEIOS / RETROGAMING (X-BOX 360 / PS3 / PS2 / DREAMCAST / MEGA DRIVE) COM OS JOGOS FIFA 12, GEARS OF WAR 3, HALO 3, MORTAL KOMBAT KOMPLETE EDITION, STREET FIGHTER IV, TAKEDOWN TEKKEN 6 E MUITOS OUTROS! VÁRIOS PRÉMIOS (INCLUINDO XBOX 360)
MAIS INFORMAÇÕES E HORÁRIOS AQUI.
(ORGANIZAÇÃO DE PAULO GRADE E SILVESTRE FRANCISCO)

00H30 – ENCERRAMENTO DO MERCADO DO LIVRO

MERCADO DO LIVRO
CASA DA CULTURA, AUDITÓRIO INTERIOR
DAS 17H30 ÀS 18H00 – SESSÃO DE AUTÓGRAFOS “OFICIAL”, COM ANDRÉ OLIVEIRA, ANDREIA RECHENA, CARLA RODRIGUES, DIOGO CARVALHO, ELISEU GOUVEIA, FERNANDO RELVAS, MARIA JOÃO WORM, PAULO MARQUES, PEDRO CARVALHO, PEDRO MANAÇAS, PEPEDELREY E RUI LACAS
NOTA: os autores referidos estarão nos locais assinalados para os autógrafos fora deste horário sempre que desejarem, inclusivamente no Domingo

CAFETARIA
CASA DA CULTURA, R/C, ALA DIREITA
DAS 15H00 ÀS 19H30 – ESPLANADA
17H00 – TRANSMISSÃO DO JOGO DE PREPARAÇÃO PARA O EUROPEU PORTUGAL – MACEDÓNIA, EM ECRÂ GIGANTE
18H30 – ENCONTRO NA CAFETARIA PARA A VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO “TRAÇOS COMUNS”, COM DOMINGOS ISABELINHO
19H30 – ENCERRAMENTO DA CAFETARIA

SALA DE ATELIÊS
CASA DA CULTURA, 1º ANDAR, ALA DIREITA
DAS 16H00 ÀS 17H00 – LEMON STUDIO – CLUBE DE MANGA – ATELIÊ DE BANDA DESENHADA – INFORMA-TE SOBRE AS ACTIVIDADES DO CLUBE!

JARDIM INTERIOR
CASA DA CULTURA, R/C, ALA ESQUERDA
DAS 15H00 ÀS 00H30 – ESPAÇO “ZEN” - PARA QUEM QUISER ESTAR SOSSEGADO A LER UM LIVRO…

ENTRADA DA CASA DA CULTURA - JANTAR SEGUIDO DE MODAS CAMPANIÇAS
DAS 20H00 ÀS 22H00 – JANTAR NAS ARCADAS DA CASA DA CULTURA / MÚSICA AMBIENTE / PETISCOS / BARRAQUINHA DE CERVEJA
NOTA: A inscrição no JANTAR custa 4,50 euros (pão, azeitonas, chouriço, queijo, feijoada à Alentejana, vinhos, sumos, café, fruta, etc.) e deve ser feita até dia 24, quinta-feira, para o telefone 969660234, ou através do e-mail da Bedeteca (bedeteca@cm-beja.pt) O pagamento é feito no dia 26, no Mercado do Livro (Casa da Cultura). Os que não se inscreverem poderão petiscar qualquer coisa e beber umas cervejas no local… De qualquer forma estaremos juntos para dois dedos de conversa.
DAS 22H00 ÀS 23H00 - ESPECTÁCULO “MODAS CAMPANIÇAS E OUTRAS MÚSICAS”, COM PAULO COLAÇO E ZÉ EMÍDIO
23H00 – CONTINUAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO PARALELA, NA BEDETECA

CASA DA CULTURA
O4HOO – ENCERRAMENTO DA CASA DA CULTURA

DIA 27 DE MAIO, DOMINGO

VILLA ROMANA DE PISÕES
10H30 – VISITA GUIADA À VILLA ROMANA DE PISÕES (A 7 QUILÓMETROS DE BEJA), POR FLORIVAL BAIÔA MONTEIRO
ENCONTRO NO LARGO DO MUSEU REGIONAL DE BEJA
A VIAGEM SERÁ FEITA EM AUTOCARRO DA CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA
12H30 – REGRESSO

BEDETECA DE BEJA
CASA DA CULTURA, 1º ANDAR, ALA ESQUERDA
15H00 – LANÇAMENTO DO LIVRO O INFANTE PORTUGAL E AS SOMBRAS MUTANTES (APENAS LIVROS), DE JOSÉ DE MATOS-CRUZ, COM DANIEL MAIA, DANIEL HENRÍQUES, SUSANA RESENDE E OUTROS ARTISTAS CONVIDADOS
15H15 – APRESENTAÇÃO DO LIVRO MANEGAS, O INDIGNADO, POR PEDRO MANAÇAS
15H30 – APRESENTAÇÃO DOS NOMEADOS PARA OS X TROFÉUS CENTRAL COMICS, POR DANIEL MAIA
15H45 – APRESENTAÇÃO DO LIVRO TEMPOS MEDIEVAIS, POR RUI DIAS SENA
16H00 – MACHADO-DIAS E JULIO SHIMAMOTO POR MACHADO-DIAS
16H15 – LANÇAMENTO DA ZONA i1 (ASSOCIAÇÃO TENTÁCULO), POR ANDRÉ OLIVEIRA E MIGUEL PERES
16H30 – APRESENTAÇÃO DO 2º PORTUSAKI (HUGO JESUS)
DAS 16H45 ÀS 17H00 – APRESENTAÇÃO DA REVISTA ZONA NIPPON (ASSOCIAÇÃO TENTÁCULO) E DO LIVRO LEPORIDAE (ASSOCIAÇÃO TENTÁCULO), POR ANDRÉ OLIVEIRA E MIGUEL PERES

MERCADO DO LIVRO
CASA DA CULTURA, AUDITÓRIO INTERIOR
– 10 LOJAS – MUITAS DEZENAS DE EDITORES NACIONAIS E ESTRANGEIROS REPRESENTADOS! (DR KARTOON / INVICTA INDIE ARTS / KINGPIN BOOKS / LIVRARIA CONTRACAPA / LUPYNANDE / MONGORHEAD COMICS / MUNDO FANTASMA / O LOBO MAU / VOL)
– BANCAS DA APENAS LIVROS, ARGA WARGA EDIÇÕES, ASSOCIAÇÃO TENTÁCULO, CHILI COM CARNE / MMMNNNRRRG, EL PEP, GRUPO ENTROPIA, IMPRENSA CANALHA, NCREATURES, OPUNTIA BOOKS, PEDRANOCHARCO, POLVO, QUAL ALBATROZ, QUARTO DE JADE E VITAMINABD
– FANZINES (EFEMÉRIDE, REJECT-ZINE, ETC.) E EDIÇÕES DE AUTOR (PEDRO MANAÇAS, RUI DIAS SENA, ETC.)
– VENDA DE REVISTAS USADAS
– WORKSHOP E MOSTRA DE MODELISMO COM JOÃO CALADO E SIMÃO MATOS (AMBA) E ALUNOS DO CLUBE DE MODELISMO DA ESCOLA MÁRIO BEIRÃO, DE BEJA
– CAMPANHA DE ASSINATURAS DA REVISTA BANZAI (NCREATURES)
– VENDA DE ORIGINAIS E SERIGRAFIAS
– GAMECON BEJA 2012 – TORNEIOS / MINI-TORNEIOS / RETROGAMING (X-BOX 360 / PS3 / PS2 / DREAMCAST / MEGA DRIVE) COM OS JOGOS FIFA 12, GEARS OF WAR 3, HALO 3, MORTAL KOMBAT KOMPLETE EDITION, STREET FIGHTER IV, TAKEDOWN TEKKEN 6 E MUITOS OUTROS! VÁRIOS PRÉMIOS (INCLUINDO XBOX 360)
MAIS INFORMAÇÕES E HORÁRIOS EM WWW.FACEBOOK.COM/GAMECONBEJA2012
(ORGANIZAÇÃO DE PAULO GRADE E SILVESTRE FRANCISCO)
– VENDA DE PRINTS DA ARGA WARGA EDIÇÕES
20H00 – ENCERRAMENTO DO MERCADO DO LIVRO

CAFETARIA
CASA DA CULTURA, R/C, ALA DIREITA
DAS 15H00 ÀS 18H00 – ESPLANADA
DAS 17H00 ÀS 17H30 – VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO “DE BEJA A ANGOULÊME – 18 HORAS DE COMBOIO”, COM FRANCISCO PAIXÃO
18H00 – ENCERRAMENTO DA CAFETARIA

CASA DA CULTURA
20H00 – ENCERRAMENTO DA CASA DA CULTURA

SOCIEDADE FILARMÓNICA CAPRICHO BEJENSE
22H00 – NOITE DE SNOOKER, CAFÉ E BAGAÇOS, NA CAPRICHO BEJENSE

HORÁRIOS
SÁBADO DIA 26, DAS 15H00 ÀS 04H00
DOMINGO DIA 27, DAS 10H00 ÀS 20H00
DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 9H00 ÀS 23H00
SÁBADOS E DOMINGOS DAS 10H00 ÀS 23H00
DOMINGO DIA 10, DAS 10H00 ÀS 20H00

CONTACTOS
BEDETECA DE BEJA
EDIFÍCIO DA CASA DAS CULTURA
RUA LUÍS DE CAMÕES
7800-508 BEJA
TEL. 284313318 / 284313310
TLM. 969660234

ORGANIZAÇÃO
CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA (BEDETECA DE BEJA)

PARCEIROS
ASSOCIAÇÃO PARA A DEFESA DO PATRIMÓNIO CULTURAL DA REGIÃO DE BEJA / MUSEU REGIONAL DE BEJA

APOIO
COOPERATIVA PROLETÁRIO ALENTEJANO / AGRUPAMENTO DAS ESCOLAS DE SANTIAGO MAIOR / A COZINHA / EDIÇÕES POLVO / CLUBE DE MODELISMO DA ESCOLA MÁRIO BEIRÃO / STAR WARS CLUBE PORTUGAL / LNK / ARTE PÚBLICA / SOCIEDADE FILARMÓNICA CAPRICHO BEJENSE / LEMON BD

APOIO À DIVULGAÇÃO
DIÁRIO DO ALENTEJO / ALENTEJO POPULAR / TVL / RÁDIO VOZ DA PLANÍCIE / RÁDIO PAX / AS LEITURAS DO PEDRO / CENTRAL COMICS / DRMAKETE / KUENTRO / LEITURAS DE BD / NOTAS BEDÉFILAS

25/05/2012

Star Wars: 35 anos no cinema... em BD!














Há 35 anos estreava o primeiro filme de Star Wars, mas o universo imaginado por George Lucas, rapidamente saltou da tela para os quadradinhos, onde se desenvolveu e expandiu de forma nunca vista.
Aliás, a revista com a adaptação de “Star Wars” - título mais tarde complementado com “Episódio IV – Uma nova esperança” - surgiria nas bancas norte-americanas apenas dois meses volvidos sobre a estreia cinematográfica, em Julho de 1977, com o selo da Marvel e a assinatura de dois gigantes dos comics: o argumentista Roy Thomas e o desenhador Howard Chaykin, como viria a acontecer posteriormente, de forma pontual ou mais ou menos recorrente, com Al Williamson, Dave Gibbons, Alan Moore e muitos mais.
Aquele era o primeiro número de uma revista que duraria 10 anos, na qual o universo e os conceitos de Lucas foram aprofundados, contribuindo para transformar Star Wars num fenómeno de massas e num dos ícones do século XX.
A publicação diária em jornal, no formato de tiras arrancaria em 1980, com arte de Russ Manning, o célebre desenhador de Tarzan, numa versão que o Diário Popular chegou a publicar. A Agência Portuguesa de Revistas, a Distri e a Planeta DeAgostini e a Devir (com o Correio da Manhã) apostaram entre nós em Star Wars, mas sem grande expressão.
Com as vantagens dos (baixos) custos das aventuras em papel, os quadradinhos abarcaram um período de muitas dezenas de séculos, desvendaram novos mundos, exploraram o passado e o futuro de Luke Skywalker, Han Solo, princesa Leia, C-3PO, R2-D2, Yoda ou Darth Vader, elevaram à categoria de heróis meros figurantes dos filmes e criaram outros novos, mantendo viva até à actualidade o seu fulgor e magia.
Após uma década de grande acalmia, em 1997, quando os 20 anos da série foram assinalados com o lançamento de uma versão restaurada da segunda trilogia, no Japão foi feita a sua adaptação em manga, enquanto nos Estados Unidos a Dark Horse apostava na franquia, acolhendo-a no seu catálogo, onde se mantém até hoje, com as novidades a sucederem-se regularmente, prova de que a força continua com os quadradinhos.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 25 de Maio de 2012)


24/05/2012

Leituras de banca

Maio 2012

Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.

DC Comics (Panini Comics)
Batman #107
Liga da Justiça #106
Superman #107
Universo DC #16

Turma da Mónica (Panini Comics)
Almanaque da Mônica #30
Almanaque do Cascão #30
Almanaque do Cebolinha #30
Almanaque do Penadinho #10
Cascão #59
Cebolinha #59
Chico Bento #59
Grande Almanaque Turma da Mônica #10
Magali #59
Mônica #59
Mónica y su Pandilla - Turma da Mónica em Espanhol #8
Monica’s Gang - Turma da Mónica em Inglês #8
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #59
Turma da Mônica - Colecção Histórica #26
Turma da Mónica – Saiba mais #50 – Vital Brasil
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #59
Turma da Mônica Jovem #41

Bonelli (Mythos Editora)
Mágico Vento #113
J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #84

Tex #479
Tex Colecção #271
Tex Edição em Cores #12
Tex Ouro #49
Zagor #127
Zagor Extra #92

Marvel (Panini Comics)
Homem-Aranha #117
Os Novos Vingadores #92
Wolverine #81
Universo Marvel #15
X-Men #117


23/05/2012

Death Note #2

Encontro











Tsugumi Ohba (argumento)
Takeshi Obata (desenho)
Devir (Portugal, Maio de 2012)
130 x 190 mm, 200 p., pb, brochado
9,99 €



1.       Se a leitura de Death Note #1 confirmou tudo de bom que eu tinha lido a seu propósito, teve também um outro efeito...
2.      Deixar-me muito curioso quanto à sua continuação, de uma forma que há muito não me lembrava em relação a um segundo tomo de uma banda desenhada.
3.      A sua publicação pela Devir, num intervalo de tempo que se tem de considerar curto (cerca de 3 meses transcorridos entre a edição dos dois primeiros tomos de Death Note), para além de ter contribuído para a satisfação da minha curiosidade – factor menos importante no caso, claro - …
4.      … poderá (deverá?) merecer por parte dos leitores um voto de confiança em relação à editora e levar a que apostem nesta edição, para que ela possa prosseguir com esta regularidade…
5.      ... factor que me parece essencial para o seu sucesso.
6.      E a leitura deste segundo volume, mais uma vez, satisfez as expectativas que eu tinha.
7.      Desde logo porque o relato aprofunda o tom realista (e policial), passando para segundo plano o tom fantástico que, com um certo apagamento do demónio Shinigami, praticamente fica limitado ao que é inerente ao conceito – um caderno mágico que permite matar à distância todos aqueles cujo nome for nele escrito pelo dono do caderno.
8.     Depois, porque os autores continuam a explorar as (imensas) potencialidades do Death Note, através de Light Yagami que ganha assim cada vez mais protagonismo, ao demonstrar toda a sua inteligência e capacidade dedutiva pela forma como explora de forma notável os poderes do caderno, tornando cada vez mais complexos os esquemas utilizados para suprimir as suas vítimas.
9.      Ao mesmo tempo que – ou será por isso? – à medida que a malha do cerco policial se vai apertando e a polícia, encabeçada pelo misterioso L se vai aproximando cada vez mais de Light, este se vai afastando progressivamente do seu propósito inicial, que era utilizar o Death Note para matar grandes criminosos e fazer do nosso planeta um mundo melhor.
10.  Agora - egoisticamente, mas de forma bem humana, deixando-se corromper pelo poder que o Death Note lhe confere, o que reforça o (apesar de tudo falso) realismo da história - a sua prioridade é manter-se à frente de quem investiga os seus crimes – porque fazer justiça pelas próprias mãos é um crime – seja qual for o preço (em vidas humanas) que tenha de pagar.
11.   (Mesmo que tenham que sucumbir novas personagens que, aos olhos do leitor, apareciam com imensas potencialidades e capazes de proporcionar novas e interessantes vias ao relato – e quem já leu/ler este tomo facilmente perceberá de quem estou a falar).
12.  A par de tudo isto, o relato continua a ser muito bem construído e explanado, com uma trama que se adensa e ganha em complexidade sem perder o poder encantatório sobre o leitor, sempre com a tensão e a adrenalina em alta, numa notável toada de parada e resposta entre o misterioso L, que investiga os crimes, e Light, que os comete.
13.  Isto sem que, no entanto, o leitor consiga antecipar os passos de cada um deles, o que multiplica o efeito surpresa ao longo das páginas e diz bem da sua originalidade.
14.  Outra mais-valia continua a ser o traço utilizado, realista, expressivo, bem legível e dinâmico quanto baste para dotar a narrativa do ritmo adequado, propositadamente pausado, para que o leitor se possa imbuir de tudo o que lhe vai sendo apresentado.
15.   Por tudo o que até aqui escrevi, se os dois volumes já lidos corresponderam ao que deles esperava em termos de qualidade e originalidade, deixam também uma enorme vontade de ler o seguinte que, desejo, possa ser editado em breve.
16.  (Mesmo que neste momento os 3 curtos meses transcorridos entre o #1 e o #2 me pareçam demasiado longos!)

22/05/2012

Diário Rasgado






Marco Mendes
Mundo Fantasma/Associação Turbina/A Mula (Portugal, Maio de 2012)
210 x 280 mm, 84 p., pb e cor, cartonado
15,90 €



Este álbum, desde já uma das (boas) surpresas editoriais do ano - pelo conteúdo e pela bela edição - é uma recolha de bandas desenhadas, geralmente de uma única página – embora pontualmente haja sequência entre algumas delas - publicadas pela primeira vez no blog do autor com o mesmo nome e, nalguns casos, em fanzines nacionais e estrangeiros, entre os quais se conta “Tomorrow the chinese will delivery the pandas”, da responsabilidade do próprio autor, que nasceu em 1978 na Figueira da Foz e vive actualmente no Porto – reconhecível em boa parte destas pranchas -, onde foi fundador do Clube do Desenho e do colectivo artístico e editorial “A Mula”.

Verdadeiro diário gráfico, de tom assumidamente autobiográfico como entre nós raramente foi praticado, nele Marco Mendes expõe – e se expõe – apontamentos diversos do seu quotidiano, referentes aos seus amigos, à sua namorada, aos seus anseios, êxitos e (algumas) frustrações, de uma forma crua e directa que, por vezes, choca – embora não gratuitamente - pela forma como se despoja (e se expõe…) totalmente.
Pontualmente revestidos de um sentido de humor desencantado, estes apontamentos, ricos, nervosos, urgentes por vezes, outras convidando à contemplação e/ou à reflexão, pelo que revelam mas também pelo que deixam entrever, tipificam igualmente uma certa forma de vida e algumas das opções (ou da falta delas?), reveladoras de um tempo – que é o hoje, no qual esta obra surge bem ancorada.

Graficamente, é notória a evolução ao longo do período (2007-2001) que o álbum abarca e também a experimentação – de novas técnicas e materiais - que move o autor (como pode ser comprovado pelos originais patentes na galeria Mundo fantasma, no Porto, até 10 de Junho), desde as primeiras pranchas, traçadas a esferográfica, em traço directo (ou quase), de forma rude e imediata, até à belíssima capa ou às pranchas mais recentes, mais trabalhadas, com um traço apurado, fruto de múltiplas passagens em papel vegetal, sempre em busca da linha, da pose, do ponto de vista ideais, coloridas ou servidas com belo trabalho de cinzentos e sombreados, que mostram um autor muito dotado, à vontade no tratamento do corpo humano – auxiliado pela sua prática enquanto professor de desenho, ilustrador e artista plástico? - e na sua integração nos cenários, de tal forma competente que chega por vezes a transmitir a ideia – falsa – de que trabalha sobre base fotográfica.
E muito atento, também, aos pequenos gestos do quotidiano, como é detectável em pormenores – intrínsecos à obra, ao meio, aos ambientes, não artificiais ou provocados – disso reveladores, como a mão que segura um cigarro, a posição em que (se) desenha, o abraço de um casal na cama, a forma como um pé se apoia numa beira… que potenciam o realismo do traço e credibilizam a autenticidade do que M. Mendes nos vai contando.



21/05/2012

Autores portugueses mostram-se ao mundo


O que há de comum entre o Homem-Aranha, Gog Mendonça e Pizza Boy, John Carter de Marte e relatos autobiográficos? A resposta tem tanto de simples quanto de surpreendente: são desenhados por autores portugueses e estão a ser publicados no estrangeiro.
E se a publicação de autores nacionais de banda desenhada fora de portas, nomeadamente nos EUA, já não é novidade, não deixa de surpreender a simultaneidade num espaço de tempo curto de várias publicações numa mão cheia de países.

Uma delas é a nova revista “Marvel Universe: Ultimate Spider-Man”, lançada nos EUA no final de Abril e acabada de chegar às lojas especializadas portuguesas.
Baseada nas aventuras animadas do Homem-Aranha tem como um dos desenhadores o português Nuno Plati que, após diversas colaborações soltas com a Marvel, surge aqui como artista regular da revista “a desenhar uma das histórias todos os meses” tendo já 3 histórias entregues.
Plati confessa-se triplamente satisfeito porque “para além de estar a trabalhar regularmente, estou a trabalhar para um publico mais jovem, o que me agrada, porque não sou fã do chamado grim and gritty, e confesso que estar a trabalhar em algo relacionado de alguma maneira com animação, é algo que me dá bastante gozo”.
E acrescenta: “o facto de poder mostrar à minha filha daqui a um anito ou dois (ela tem 2 anos), os comics que desenho, diz-me muito. Não passam de histórias divertidas, muito light e sem o mínimo de pomposidade, e isso satisfaz me plenamente”.

Também para a Marvel trabalha Filipe Andrade, o desenhador português com maior número de obras publicadas naquela editora, cujo trabalho mais recente foi “John Carter: A Princess of Mars”, cuja edição terminou nos EUA em Março último e que serviu de introdução ao filme da Disney, baseado no universo criado por Edgar Rice Burroughs.
Andrade considera este o seu trabalho “mais importante em termos criativos, artísticos e de impacto público até hoje”, apesar de “a nível de carreira” ainda não ter tirado “grandes dividendos; veremos o que o futuro trará”.
Bem acolhido pela crítica norte-americana, os 5 tomos desta mini-série foram compilados num único volume, recentemente editado nos EUA, França e Espanha, tendo neste último país a Panini disponibilizado uma longa entrevista com o desenhador português .

Trajecto diferente é o de Dog Mendonça e PizzaBoy, personagens criadas por Filipe Melo e desenhadas pelo argentino Juan Cavia. Depois do sucesso em Portugal, onde os dois volumes com as suas aventuras editados pela Tinta-da-China já vão em 2ª edição, a Dark Horse Comics encomendou-lhes histórias curtas inéditas, “porque John Landis, o autor do nosso primeiro prefácio, enviou uma cópia do livro ao Mike Richardson, presidente da editora. Quando recebi um mail com o convite não podia acreditar e pensei sempre que algo correria mal e que não aconteceu”.
As referidas histórias curtas, inseridas nos números 4 a 7 da nova vida da revista “DHP - Dark Horse Presents” no final de 2011, tiveram boa aceitação dos leitores, o que possibilitou que no início de Junho surja nas livrarias especializadas norte-americanas “The Incredible Adventures of DogMendonça and Pizza Boy”, já “com algumas "advance reviews" que, felizmente, têm sido boas. É bom saber que estamos a ser bem recebidos e que querem mais trabalhos nossos, especialmente em tempos difíceis como estes”.
A edição brasileira correspondente, da responsabilidade da Devir Livraria, “está prevista para o fim do Verão”, devendo na mesma altura sair nos EUA "The Untold Tales of Dog Mendonça and Pizzaboy", a compilação “com as histórias escritas para a DHP”, revela Melo que adianta estar já a escrever o argumento do terceiro volume, que deverá estar pronto “para 2014”.

Finalmente, longe deste circuito mais comercial, pelo seu tom autobiográfico e intimista, apresenta-se "O Amor Infinito que tetenho e outras histórias" (da Polvo, já em 2º edição), distinguido como Melhor Álbum de 2011 pelos Troféus Central Comics e pelo Amadora BD.
Da autoria de Paulo Monteiro, que admite estar “muito feliz” e a viver “uma fase muito mágica da vida enquanto autor”, será em breve “publicado no Brasil pela Balão Editorial” e “em Fevereiro do ano que vem, no Reino Unido e na Irlanda, pela Blank Slate Books” onde Paulo Monteiro já tem “página e tudo! , caraças!!!!”
Isto, não impede que o autor, também director do Festival de BD de Beja, já esteja a “trabalhar num novo livro, que ainda não tem nome, mas será uma história com cerca de 120/130 pranchas” que pensa concluir “para o final de 2014”.

No entanto, as propostas de autores portugueses de BD para fora de portas não se esgotam nos livros apresentados.
Filipe Andrade, depois de “John Carter” e de uma paragem forçada de três meses devido a um braço partido, vai voltar “aos contactos estabelecidos em Angoulême, em Janeiro” havendo “algumas hipóteses de edição tanto em França como nos EUA”.
Jorge Coelho, que há dois anos participou em “Forgetless”, uma mini-série da Image, trabalha neste momento “para a italiana Passenger Press, em “Odisea Nera", uma BD escrita por Valentino Sergi, que será publicada em Novembro, no Festival de Lucca” e, em paralelo, desenha “a série "Suckers", a partir de um argumento de Eric Skillman”, que surgirá “primeiro em versão webcomic no site Trip City”, adiantando que “depois se verá quanto a uma versão impressa. Começará a ser publicada em Agosto e terá episódios mensais de 6/8 pranchas”.
Quanto a Ricardo Tércio, já com trabalhos publicados nos EUA e em França, dedica-se de momento “a um livro da colecção Dofus Monster, escrito por Olivier Dobbs, para a editora francesa Ankama, que deverá sair em 2013”.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 21 de Maio de 2012)
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