Surpresa, dúvida e confirmação
Surpresa, dúvida e confirmação
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| Marco Mendes no Diário Rasgado |
Por isso, muitos dos livros de BD nacionais recentes não
passam das duas ou três centenas de exemplares, que são divulgados de
boca-em-boca ou nos sites e blogs dedicados aos quadradinhos e vendidos de mão
em mão, nas lojas especializadas ou em eventos dedicados à BD, como os
festivais de Beja ou da Amadora, que se revelam épocas por excelência para o
aparecimento deste tipo de edições.
“Biogra Fria – O pequeno outro” é apenas um dos exemplos.
Obra de tom autobiográfico, balizada pelos carros e namoradas que o autor teve,
é um lançamento de Topedro, que conta já vários títulos no seu “catálogo”
auto-editado.
A um outro nível, registam-se os “Cadernos” de José
Abrantes, um autor com mais de duas dezenas de álbuns infanto-juvenis publicados,
que optou igualmente pela auto-edição para divulgar histórias dispersas por
diversas publicações bem como trabalhos inéditos.
A Chili Com Carne, com um trajecto já longo na área da BD
alternativa e de autor, acaba de apresentar “Kassumai”, um diário de viagem de
David Campos, que ilustra os seis meses que passou na Guiné-Bissau, num
projecto de uma O.N.G. de apoio à população local.
Quanto à Kingpin Books, tem-se destacado pelo cuidado
editorial com que cada edição é tratada, sendo “O Baile”, uma história de
zombies sob o signo da PIDE, no período da ditadura salazarista, de Nuno Duarte
e Joana Afonso, o livro mais recente.
Com cerca de quatro anos de vida, o projecto Zona,
que aposta na divulgação dos novos valores da BD nacional, tem-se destacado
pela sua dinâmica pois já leva editadas uma dezena de antologias aos
quadradinhos.
O valor recebido, dependendo da dimensão do projecto, serve
para financiar a edição, distribuição e/ou o trabalho dos autores. Os
financiadores, em função do dinheiro investido (que obedece a uma tabela
prévia) recebem apenas a edição ou extras como outros livros, desenhos
autografados ou mesmo originais.