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14/02/2017

A minha casa não tem dentro

Experiência limite

“No dia 22 de Fevereiro de 2016 – por causa de uma veia que rebentou no meu estômago – morri e regressei à vida, num acontecimento que atravessou espaço e tempo separando e unindo em simultâneo. (…) Descrevê-lo com desenhos fez parte dessa viagem.”
António Jorge Gonçalves
In A minha casa não tem dentro

Há situações na(s) vida(s) – muitas vezes experiências limite - que só seremos capazes de entender se as vivermos. António Jorge Gonçalves passou por uma. E decidiu partilhá-la.

26/01/2017

Leitura Nova: A Minha Casa Não Tem Dentro





(nota informativa disponibilizada pela editora)

A chave de A MINHA CASA NÃO TEM DENTRO encontra-se logo na frase que abre a novela (autobio) gráfica: «No dia 22 de Fevereiro de 2016 – por causa de uma veia que rebentou no meu estômago – morri e regressei à vida, num acontecimento que atravessou espaço e tempo separando e unindo em simultâneo. Descrevê-lo com desenhos fez parte dessa viagem.»

05/03/2014

Salão Silva na Abysmo





Uma exposição que revela o olhar atento e a prática disciplinada de um director de arte, Jorge Silva, sobre alguns dos mais significativos ilustradores editoriais portugueses das três últimas décadas, como Fonte Santa, Gonçalo Pena, João Fazenda e André Carrilho. Noventa ilustrações, entre originais e prints digitais, mostram algumas das mais bem ilustradas páginas dos jornais «Combate», «O Independente» e «Público», e vários projectos de comunicação do atelier Silvadesigners.

7 de Março, 19h
Galeria Abysmo
Rua da Horta Seca, nº 40 – R/C
1200-221 Lisboa

31/01/2013

O Comboio das Cinco










Luís Afonso
Abysmo (Portugal, Dezembro de 2012)
120 x 170 mm, 86 p., brochado com sobrecapa
9,00 €



Resumo
Na sequência de uma discussão com a sua mulher, Madalena, Fragoso perde o controle do carro em que seguem, que acaba por se despistar.
Sofrendo apenas o susto mas ficando sem meio de locomoção, uma vez chegados à (minúscula) povoação mais próxima, descobrem que o único comboio para Lisboa parte daí a sete horas, às cinco da madrugada.

Divagação
Todos (?) nós – quando muito jovens – sonhámos viver as aventuras dos heróis que líamos nos quadradinhos, ao seu lado ou em sua substituição. Mais tarde – quando a razão já deveria prevalecer – deixámos de querer ser como eles, para querer ser como os seus autores (e a verdade é que alguns – muito poucos… - o conseguem!).
O que não é habitual é o inverso: os heróis de BD quererem ser como os seus leitores ou os seus autores.
Mas é isso que se passa neste “O Comboio das Cinco”, com Lopes, o escritor pós-moderno criado por Luís Afonso para a “Grande Reportagem” e actualmente em publicação na “Sábado” (supostamente) a assumir as despesas da escrita.

Desenvolvimento
Escrita de Luís Afonso, aliás de Lopes, o escritor pós-moderno, que se revela directa, cativante e divertida, arrastando o leitor para acompanhar as desventuras de Fragoso, perdido no meio de nenhures, sem carro nem rede telefónica.
Pelo meio, entremeando o relato principal, qual tangente em relação a uma circunferência (e isto é uma “evidência de elevado conhecimento matemático”! – desculpem, não resisti, leiam o livro que entendem…) surgem duas outras histórias: a de Manuel Joaquim, carteiro e caçador, revoltado com os concursos que prometem mundos e fundos e não (re)compensam (a) ninguém e a das desavenças entre Serafim Augusto, presidente do Santa Bárbara FC, e Serafim Augusto, presidente da Junta de Freguesia de Santa Bárbara Bendita (sim, uma e a mesma pessoa!).
Tudo tratado com o humor, a ironia e o sarcasmo expectáveis pela obra aos quadradinhos de Luís Afonso (também pai do “Bartoon” ou do “Barba e Cabelo”), e que ainda atinge directamente o incauto leitor, tomado por ignorante, tantos são os avisos constantes das páginas deste belo livrinho sobre os indicadores de “qualidade literária”, “profundidade”, “frase batida” ou de “experiência de vida” que enriquecem o texto.
Como complemento da narrativa, Luís Afonso – desta vez ele próprio, – documenta – aos quadradinhos - os sucessivos encontros entre Lopes, o escritor pós-moderno, e um produtor cinematográfico, ainda durante o processo de construção do texto, com o propósito de adequar o relato ao futuro “filme baseado no livro, que será influenciado pelo filme”!


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