Batman Barcelona – El Caballero del Dragón
Mark Waid (argumento)
Diego Olmos (desenho)
Marta Martinez (cor)
Planeta DeAgostini (Espanha, Maio de 2009)
198 x 304 mm, 48 p., cor, capa cartonada
Resumo
O Crocodilo foge do Asilo Arkham e vai para Barcelona, depois de ser convencido pelo Espantalho que é a reencarnação do Dragão que segundo a lenda S. Jorge matou, sendo perseguido pelo Batman.
Desenvolvimento
Na génese, Mark Waid pretendia transportar para a actualidade a lenda de S. Jorge e do Dragão, muito popular na Catalunha, onde está na origem até de uma festa popular semelhante ao Dia dos Namorados. A (re)interpretá-los estariam, respectivamente, Batman e o Crocodilo. Só que a ideia, que não é de todo desinteressante, é abordada apenas superficialmente, sendo o comic um banal confronto entre herói e vilão. Sem complicações psicológicas, sem intermináveis crossovers, sem segundas leituras nem interpretações subjectivas, apenas e tão só uma história simples, linear, com acção q.b. e o esperado combate final, no interior da catedral da Sagrada Família.
Graficamente, a obra está também longe de ser apelativa, com o traço de Diego Olmos (prejudicado pelo formato maior desta edição) a apresentar diversas limitações, desde logo na representação da figura humana, mas também na integração dos protagonistas nos cenários reais de Barcelona que, muitas vezes, parecem demasiado fotográficos em comparação com o traço geral da obra. Apesar disso, merece ser apreciada a forma sombria como retrata o Batman, bem como alguns apontamentos interessantes, como a sombra que o avião de Bruce Wayne projecta logo na imagem de abertura ou algumas cenas de acção.
A nível da cor, Marta Martinez, consegue um registo equilibrado entre tom negro e obscuro típico das histórias do Homem-Morcego, e a luminosidade resplandecente da capital da Catalunha.
Finalizando, sabendo que o livro foi um sucesso, em termos mediáticos e de público, em Barcelona (e também em Espanha), para quem foi especificamente concebido, duvido que seja tão bem recebido noutros mercados e mesmo se terá os desejados efeitos de cartaz turístico. Mas a verdade é que só nesta breve resenha há cerca de uma dezena de referências aquela cidade e a alguns dos seus pontos turísticos mais conhecidos…
A reter
- Alguns pormenores interessantes do argumento: o facto de Batman ter pequenas “batcavernas” escondidas pelo mundo, algo indispensável no mundo actual obcecado com a segurança; a ideia de que fora de Gotham, Batman se sente menos à vontade (pouco explorada nesta história); o terror e o pânico que a sua aparição provoca em Barcelona.
- A edição em si, graficamente bem conseguida e enriquecida com a história do projecto, entrevistas com os autores, um making-off da capa e outro da aplicação da cor.
Menos conseguido
- A banalidade da história.
- A capa de Jim Lee, decalcada de outra que fez há alguns anos e para mais impossível no cenário real da Sagrada Família.
Curiosidades
- A ideia deste projecto surgiu durante a San Diego Comic Con 2008 e é uma evidência da importância crescente do Salón del Comic de Barcelona.
- O desenhador e a colorista vivem em Barcelona, o que era uma das imposições iniciais do projecto.
- A obra foi editada em simultâneo nos EUA, em Espanha e em Itália.
Eu me lembro no anos 1990 teve uma edição do Homem-Morcego aqui no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro... Péssima!
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