Foto:Júlio Moreira
No dia 19 de Dezembro, sábado, esteve na Galeria Mundo Fantasma, no Shopping Center Brasília, para inaugurar uma exposição de originais (que está patente até 24 de Janeiro),
o que foi pretexto para uma conversa sobre a génese de “RubyDum e TawnyDee in NiePOoRTland”. Trata-se de um projecto que nasceu “na sequência de um convite da família Niepoort”, que tinha por objectivo “explicar o processo do Vinho do Porto e a diferença entre o Ruby e o Tawny, que quase ninguém conhece”.
Após algumas visitas “às caves, ao Douro, às vinhas, comecei a ficar interessada na história e imediatamente associei o que me tinham contado à história da Alice no País das Maravilhas, de que sou fã!”. Começou a associar “cada pessoa que ia conhecendo a personagens da Alice” e, claro está, “o Douro ao País das Maravilhas.
Foto: Júlio Moreira
Uma vez apresentada a maqueta do livro, o projecto foi estendido também aos rótulos das garrafas pois a companhia “tem uma política muito engraçada: em cada país para, convida um desenhador local para fazer o rótulo do vinho de mesa; nos Estados Unidos, foi Bill Plympton”, mestre da animação.
Embora goste bastante de BD, que compra para consumo próprio, alternativa, como “a editada pela francesa Frémok, a minha editora de eleição”, ou de autores como “Mattotti, Stefano Ricci ou Eric Lambert”, nunca tinha feito banda desenhada. Por isso os originais expostos têm surpreendido todos os que os vêem, pela sua pequena dimensão, e por as vinhetas serem todas independentes. A explicação é dada pela autora: “Como eu não tinha experiência, trabalhei esta história como faço nos filmes; foi essa a abordagem”.
O resultado, tem sido unanimemente elogiado e a melhor prova é que a tiragem inicialmente prevista de 1500 exemplares, que foi aumentada para 3500 exemplares logo no dia em que os primeiros foram impressos, já está praticamente esgotada.
Foto: Júlio Moreira
Virada a página, Regina Pessoa está de regresso às imagens animadas, arte onde chegou “por acaso…” E explica: “Quando estava nas Belas-Artes, no Porto, em pintura, comecei à procura de um part-time para pagar os estudos e alguém que trabalhava com o Abi Feijó viu os meus desenhos, disse que estavam a precisar de alguém e sugeriu-me que passasse pelo estúdio… Fui lá, o Abi gostou dos meus desenhos e comecei no dia seguinte”.
Agora, trabalha em “Kali, o pequeno vampiro”, que “com os dois filmes anteriores irá formar uma trilogia dedicada à infância, aos medos, ao escuro”. Novamente uma co-produção entre Portugal, Canadá e França, deverá “estar pronto no final de 2010, se tudo correr bem”.
(Versão revista e aumentada do artigo publicado no Jornal de Noticias de 22 de Dezembro de 2009)
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