Megan Kelso
Fantagraphics Books (Estados Unidos, Junho de 2006)
165 x 216 mm, 136 p., cor, cartonado
"The Squirrel Mother" é uma compilação de histórias criadas por Megan Kelso entre 2000 e 2005, de que a Fantagraphics Books, fiel à sua tradição, fez um belo objecto, que delicia os olhos antes da mente. Porque este é um daqueles livros que dá prazer só pelo ver e sentir, desde a textura levemente rugosa da capa às cores suaves e aconchegantes utilizadas, complemento ideal do traço fino, pormenorizado e expressivo da autora. Que contrasta, depois, com a crueza - o realismo… - de algumas histórias.
Porque o que Megan Kelso nos conta são vidas. Melhor, pedaços, pedacinhos de vidas. Dela ou de outras com quem se cruzou ou que a sua imaginação criou. Uma mãe (esquilo?) que trocou os filhos pelos seus sonhos - ilusões? Umas férias - sonhadas e de sonho - mostrados como que em slides (ainda alguém os usa?). Ou outras férias que, embora mais sonhadas - não é a adolescência a idade de todos os sonhos? - foram bem menos felizes. Adolescência que é tema recorrente, com as dificuldades, erros e dúvidas próprias da idade.
Pedacinhos de vida que mostram também a crueldade inocente (?) das crianças, a magia da dança, o valor de certos objectos. Pedacinhos de vida a que Megan Kelso faz uma abordagem simples e delicada, quase só expositiva, sem (falsas) morais nem (pretensiosas) lições, em histórias curtas que se lêem num ápice mas que, às vezes, nos deixam a pensar.
(Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de 27 de Agosto de 2006 )
Fantagraphics Books (Estados Unidos, Junho de 2006)
165 x 216 mm, 136 p., cor, cartonado
"The Squirrel Mother" é uma compilação de histórias criadas por Megan Kelso entre 2000 e 2005, de que a Fantagraphics Books, fiel à sua tradição, fez um belo objecto, que delicia os olhos antes da mente. Porque este é um daqueles livros que dá prazer só pelo ver e sentir, desde a textura levemente rugosa da capa às cores suaves e aconchegantes utilizadas, complemento ideal do traço fino, pormenorizado e expressivo da autora. Que contrasta, depois, com a crueza - o realismo… - de algumas histórias.
Porque o que Megan Kelso nos conta são vidas. Melhor, pedaços, pedacinhos de vidas. Dela ou de outras com quem se cruzou ou que a sua imaginação criou. Uma mãe (esquilo?) que trocou os filhos pelos seus sonhos - ilusões? Umas férias - sonhadas e de sonho - mostrados como que em slides (ainda alguém os usa?). Ou outras férias que, embora mais sonhadas - não é a adolescência a idade de todos os sonhos? - foram bem menos felizes. Adolescência que é tema recorrente, com as dificuldades, erros e dúvidas próprias da idade.
Pedacinhos de vida que mostram também a crueldade inocente (?) das crianças, a magia da dança, o valor de certos objectos. Pedacinhos de vida a que Megan Kelso faz uma abordagem simples e delicada, quase só expositiva, sem (falsas) morais nem (pretensiosas) lições, em histórias curtas que se lêem num ápice mas que, às vezes, nos deixam a pensar.
(Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de 27 de Agosto de 2006 )
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