André-Paul Duchateu (argumento)
Tibet (desenho)
Éditions du Lombard (Bélgica, Outubro de 2010)
222 x 295 mm, 48 p., cor, cartonado
Se geralmente um álbum de banda desenhada é valorizado pela sua história – seja pela sua originalidade, seja pela forma como está escrito - e/ou pelo seu desenho – a sua qualidade gráfica, a sua originalidade mais uma vez, as técnicas e estilos adoptados – este 78º tomo das aventuras de Ric Hochet vale mais como um documento.
Deixado inacabado por Tibet no momento da sua morte, em Janeiro deste ano, por decisão da sua família, do argumentista e da editora, as respectivas pranchas foram publicadas tal e qual o veterano desenhador belga as deixou, na sua prancheta de trabalho no seu atelier, que nos é mostrado em algumas fotografias.
Passo a especificar: neste álbum, em cada dupla página, a da esquerda corresponde ao esquisso feito por Tibet e a da direita, à respectiva prancha. Estas, da 1 à 12, estão completamente terminadas, prontas para aposterior aplicação da cor. Da 13 à 17 estão também terminadas mas os fundos, feitos por Frank Brichau, assistente de Tibet, ainda não tinham sido vistos nem retocados por este. Nas páginas 18 a 26 apenas os intervenientes foram passados a tinta por Tibet. A página 27 foi apenas começada, tendo apenas uma tira desenhada e as legendas colocadas, sendo estas a única coisa definida na prancha 28.
Desta forma, este álbum é um autêntico “livro aberto” sobre a forma de trabalhar de Tibet, revelando os diferentes passos que ia dando, a qualidade dos seus esboços , as alterações que lhes impunha em termos de cenários, poses e mesmo na definição das personagens secundárias aquando da passagem a tinta, etc…
Quanto à história, aqui o menos importante – que estranho me soa isto… - narra mais uma investigação típica de Ric Hochet, desta vez empenhado em descobrir quem assasinou um certo Calewski, um “caçador de tesouros” que explodiu em frente aos seus olhos, quando participava num estranho concurso cujo vencedor deveria adivinhar onde estava escondido um grifo em ouro.
Com vários suspeitos, multiplicam-se os perigos, o mistério, a acção e o suspense habituais nas suas histórias, enquanto acompanhamos Ric até à prancha 27… sendo a conclusão da aventura narrada por Duchateau em jeito de posfácio.
Curiosidade
- No preâmbulo que abre o livro, Duchateau termina com uma promessa: “Em breve, então, a continuação das aventuras de Ric Hochet no álbum nº 79”. Desconhece-se, para já, quem será o desenhador.
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