Le Califat de Stockholm
Collection Grafica
Roger Seiter (argumento)
Simone Gabrielli (desenho)
Glénat (França, 7 de Setembro de 2011)
240 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
13,50 €
Resumo
Duncan Campbell é um agente da NSA, especialista em questões do Médio-Oriente. Durante uma acção de vigilância a um suposto terrorista, perde a sua colega (que é também a mulher que ama), não conseguindo confirmar as linhas principais de um grande atentado que supostamente está em preparação. Corria o dia 6 de Setembro de 2001.
Já depois da concretização dos atentados de 11 de Setembro, um acidente aéreo provocado por Duncan, fá-lo recuar no tempo, para uma estranha Europa do século XV, recheada de anacronismos no qual, o confronto entre as civilizações ocidental e oriental faz perigar o futuro de ambas.
Desenvolvimento
Entre muitos dos seus méritos, a banda desenhada francófona, em séries (relativamente) curtas como (parece ser) esta, (quase) sempre soube criar primeiros álbuns fortes e de grande impacto, capazes de prender o leitor e de criar nele a vontade de ler a continuação.
Não é esse, no entanto, completamente o caso presente pois, apesar do prometedor início, há depois algumas incongruências – a começar pelo acidente aéreo que o protagonista provoca, credível num relato de humor negro mas difícil de aceitar no actual contexto. O próprio ritmo narrativo, com alguns saltos temporais, não ajuda ao todo até porque ficam (ainda) por explicar, por exemplo, a forma como tantos conhecimentos futuros estão presentes na época em que o relato decorre – mesmo considerando que este é apenas um tomo inicial.
E no qual também Gabrielli parece ainda em busca do melhor equilíbrio gráfico, com notórias dificuldades ao nível da representação humana que contrasta com páginas francamente conseguidas (em especial aquelas em que as vinhetas são maiores e detalha mais o desenho ou o combate marítimo quase no final), sendo inegável o maior à-vontade do desenhador proveniente dos comics na época contemporânea e na espectacularidade dos estranhos navios que Duncan encontra no seu retrocesso temporal.
Aquelas limitações acabam por penalizar (demasiado?) uma proposta base interessante, que em lugar de batar mais uma vez nos acontecimentos em torno dos atentados de 11 de Setembro, procura no passado a origem e (algumas) explicações para as actuais tensões entre as duas civilizações. Resta esperar que em próximos volumes, esta opção, a combinação entre ficção e factos históricos e a exploração dos anacronismos, possam fazer a narrativa descolar e encontrar o tom mais adequado.
A reter
- A abordagem proposta a uma temática que é, hoje em dia, (relativamente) recorrente (também) nos quadradinhos.
- Os aspectos já referidos do trabalho de Gabrielli.
Menos conseguido
- A forma pouco convincente como a abordagem narrativa é feita.
- O seu tom hesitante e ainda em busca das melhores opções.
Las páginas se ven estupendas, muy buen arte.
ResponderEliminarSaludos de un fan del cómic,
www.artbyarion.blogspot.com
Caro Arion,
ResponderEliminarBem-vindo às minhas leituras! Partilhamos a mesma paixão, continua com o bom trabalho!
Boas leituras!