Les Invisibles
Olivier Jouvray (argumento)
Frédérik Salsedo (desenho)
Greg Salsedo (cor)
Le Lombard (França, 25 de Maio de 2012)
237 x 310 mm, 56 p., cor, cartonado
14,45 €
Resumo
Londres 2060. Com algumas décadas de atraso, o “Big Brother”
de George Orwell é uma inquietante realidade, com milhares de câmaras por todo
o lado a espiar, controlar, devassar a vida de cada cidadão.
Um grupo de activistas, ao qual pertence Laurette, filha de
um polícia reformado, prepara clandestinamente uma série de acções de protesto
contra este estado de coisas, sem saberem que são manobrados por alguém que
permanece na sombra.
Desenvolvimento
Enésima variação sobre a temática do Big Brother e do
controle absoluto do estado sobre a vida – pública e privada dos cidadãos –
este é um tríptico que, como mandam as regras, neste primeiro tomo pouco mais
faz do que apresentar as personagens e explanar os meandros da acção, concluindo
com muitas dúvidas e imensas pistas por desvendar.
Frédérik Salsedo, no desenho, parece ainda à procura da sua
marca pessoal. Num estilo semi-caricatural – que não perdia se se aproximasse
um pouco mais do realista, para melhor se adaptar ao tom do registo – revela
alguma rigidez ao nível dos rostos e os cenários estão geralmente demasiado
despojados e vazios, embora seja de assinalar um bom domínio da anatomia
humana.
Quanto ao argumento de Jouvray, se não é especialmente
original, tem o mérito de deixar muitas pistas por esclarecer. Desde logo quem orquestra
na sombra, parecendo usar todos os intervenientes como marionetas de uma imensa
farsa e qual o seu objectivo. Mas também, qual a origem da inimizade entre o
inspector da polícia e o pai de Laurette; que ligação tem este com o misterioso
mandante; como se irá desenvolver o (inevitável confronto) entre o pai e o
irmão de Laurette; qual será o verdadeiro papel desta no futuro desenvolvimento
da história; quem a capturou e porquê?
Motivos suficientes para despertar a curiosidade do leitor e
deixá-lo desejoso de ler o próximo tomo, afinal o objectivo primeiro de
qualquer obra em continuação.
A reter
- A forma como Jouvray deixa em aberto questões suficientes
para levar o leitor a desejar ler o segundo tomo.
- O álbum foi pré-publicado de forma periódica, entre
Dezembro de 2010 e Fevereiro de 2012, no site 8comix,
onde ainda pode ser lido em versão integral.
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