Mike W. Barr (argumento)
Jerry Bingham (desenho)
Panini Comics (Brasil, 15 de Outubro de 2012)
205 x 275 mm, 92 p., cor, cartonado
R$ 17,90
Resumo
Para fazer face a um atentado terrorista em preparação,
Batman alia-se a um dos seus maiores inimigos, Ra’s al Gul, mesmo que isso
implique treinar os seus homens e mesmo casar com a sua filha Tália.
Desenvolvimento
Esta é uma das muitas graphic novels de Batman surgidas nos
anos 1980/90 na esteira do sucesso de “The Dark Night Returns”, de Frank
Miller.
(Re)lida hoje, mais de 20 anos passados, denota alguma
ingenuidade narrativa e alguns hiatos temporais mal explicados, mas tem aspectos
interessantes, como a planificação dinâmica e muito ágil de Jerry Bingham, os pontos de contacto entre o terrorista e Batman ou o
retrato diferente deste último, mais humano no duplo papel de amante amoroso (capaz
de abandonar Gotham e a sua missão para estar com Talia) e de vingador
implacável.
Para além disso, surpreende pela (relativa) ousadia de
algumas cenas íntimas - incomuns num comic mainstream -, pelo seu tom violento
– em especial nas páginas introdutórias – e pela incómoda actualidade do tema:
um atentado terrorista patrocinado por uma nação da zona mediterrânica, quando
era a Guerra Fria (nos seus últimos estertores) que na época assombrava as
nações…
Uma referência ainda, a título de curiosidade, para as
breves aparições de Mikahil Gorbachev e Ronald Reagan
No entanto, o aspecto mais importante desta obra agora
reeditada é mostrar como foi gerado o filho que Grant Morrison recuperou do
limbo e, na reconstrução do mito do Homem-Morcego, transformou em Damian, o
actual Robin
Nota Final
Confesso que não (re)li este “O Filho do Demónio” na edição
actual da Panini – por isso não posso avaliar a sua qualidade gráfica nem os
extras nela incluídos que, no entanto, têm sido unanimemente louvados
Curioso por esta reedição fui “desenterrar” o meu “O Filho
do Demónio” da colecção “Graphic Novel”, que a Editora Abril manteve entre o
final da década de 1988 e o início da década de 1990, num formato próximo do A4
(apesar de um ou outro número em tamanho comic-book) que na época deslumbrava
quando comparado com o habitual formatinho.
O conteúdo era interessante e heterógeneo. Em termos de
super-heróis, para além deste Batman, incluiu também “X-Men - O conflito de uma
raça” (de Claremont e Brent Anderson), “Demolidor - “Amor e Guerra”
(Miller/Sienkiewicz), “A morte do capitão Marvel” (Starlin), “Surfista
Prateado” (Stan Lee/Moebius) ou “Batman – A Piada Mortal” (Moore/Bolland).
A outro nível e/ou de outras paragens aos quadradinhos,
merecem clara referência “O Edifício” (Will Eisner), “Rocketeer” (Dave
Stevens), “A Morte de Groo” (Evanier/Aragonés), “Blanche Epifany”
(Lob/Pichard), “Blueberry” (Charlier/Giraud) ou “Frank Cappa – Viet-Song”
(Sommer).
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