E chegou o dia
Bruno Brindisi (desenho)
Mythos Editora
(Brasil, Abril de 2012)
160 x 210 mm, 164 p., cor, brochada
R$ 18,90 / 9,50 €
Resumo
Convocado para receber uma herança. Kit Carson sofre uma
emboscada. Dias depois, Tex recebe um telegrama anunciando a descoberta do
cadáver do seu parceiro de muitos anos. Decidido a vingá-lo, parte em perseguição
dos seus assassinos.
Desenvolvimento
A vitalidade de uma criação vê-se (também) pela capacidade
de, sem se desvirtuar, evoluir e acompanhar os novos tempos. No conteúdo e na
forma.
Esta nova colecção – Color Tex no original italiano – é um
dos sinais de que o ranger – ao contrário do que Sergio Bonelli algumas vezes
previu – ainda está para durar por muitos (mesmo que eventualmente não tão bons)
anos.
Nascida como consequência do enorme êxito que foi, em
Itália, a reedição colorida de todas as aventuras do ranger, esta nova colecção,
de periodicidade anual, acrescenta ao é tradicional no ranger a cor que
geralmente só aparecia nas edições centenárias.
A história – a primeira que Boselli escreveu mas cujo final não
lhe agradava, só agora tendo encontrado uma melhor solução - surpreende pela
sua temática base e também pelo longo intróito que decorre quando Kit e Tex
eram (bem) mais novos.
Bem construída e desenhada, consegue surpreender o leitor
mais do que uma vez e cumpre de forma competente o seu propósito.
Curiosamente, aquele que seria o seu grande trunfo – a cor –
acaba por desiludir (o leitor habituado aos tons franco-belgas ou dos comics de
super-heróis norte-americanos) pois é o mesmo colorido mecânico habitual nas
edições Bonelli.
E é pena, porque uma colecção deste género, apenas anual, nascida
de origem para ser colorida, poderia ter sido pretexto para deixar o desenhador
– ou um colorista por ele aconselhado – trabalhar uma cor mais personalizada e
mesmo consequente com o nível que o relato apresenta, o que permitiria, fazer dela
não apenas uma curiosidade, mas também um marco capaz de conquistar leitores
habituados a (outras) cores…
Desta forma, sinto-me obrigado a concordar com Sergio
Bonelli, quando preferia “as páginas em branco e preto que destacavam a
qualidade” do desenhador…
A reter
- Apesar das limitações apontadas, registe-se o aproximar às
novas gerações, sinal da tal vitalidade apontada no início do texto.
- Quanto à edição da Mythos em si, há que louvar a opção pelo
formato original italiano, que faz toda a diferença.
Menos conseguido
- A cor mecânica habitual; o desperdício de uma boa
oportunidade para criar um Tex a cores de prestígio, capaz de ombrear, a seu
modo, com os Tex Gigante…
Faz tempo que não leio Tex (e Zagor) então não posso dizer que sou um leitor habitual das histórias do Ranger.
ResponderEliminarMas acho que, se a publicação das histórias for bem dosada, Tex ainda tem uns bons anos pela frente.
Sobre as cores, não vejo problema. Mas realmente causa estranhamento a quem já está acostumado com o P&B. Aconteceu a mesma coisa quando li o Monstro do Pantâno a primeira vez, em uma edição encadernada. Achei que se perdeu muito da arte quando vi em cores.
Corrigindo: Pântano.
EliminarHehehehehe!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarCaro Inacreditável Neo,
EliminarObrigado pela visita e pelo comentário.
Quando uma obra é criada para publicar a preto e branco, dificilmente ganha com a aplicação da cor.
Neste caso concreto, embora a história tenha sido concebida para ser a cores, o problema é que estas não são famosas...
Boas leituras... a preto e branco ou a (boas) cores!
Mesmo não acompanhando as séries e as edições de Tex, não posso deixar de concordar com o que o Pedro referiu sobre a questão da cor, e com a afirmação citada do Sergio Bonelli.
ResponderEliminarQuando mal tratada a cor não enriquece; antes pelo contrário!
Olá Jorge,
EliminarA afirmação do Bonelli, retirada do prefácio desta obra, foi a justificação que ele usou durante anos para manter Tex a preto e branco.
Claro que perde razão de ser quando uma obra é criada de base para ser a cores... desde que estas sejam uma mais-valia...
Boas leituras!
E, caro Neo, acontece(-nos) a todos!
ResponderEliminarBoas leituras!