Catalão, natural de Barcelona, onde nasceu a 6 de Junho de 1931,
passou a infância em França, para onde os pais fugiram devido à Guerra Civil,
tendo regressado ao seu país natal em 1941, começando de imediato a trabalhar.
Depois de exercer vários ofícios, em 1948 entrou para a
Editorial Bruguera, na época a mais importante editora espanhola de banda
desenhada, onde começou a sua carreira de escritor retomando a série Doctor Niebla, seguindo-se Capitán Kerr, que ele próprio desenhava.
O sucesso chegaria a partir de 1956, com o Capitán Trueno, um cavaleiro do século XII
que viveu inúmeras aventuras, sempre ao lado do bem e da justiça. Desenhados
por Miguel Ambrosio Zaragoza (que assinava Ambros), os fascículos do Capitán Trueno chegaram a vender mais de
350 mil exemplares por semana.
A adesão popular ao herói levou-o a transpor a fórmula para
outras criações e épocas: El Jabato
(1958), no tempo dos romanos, El Cosaco
Verde (1960), na Rússia, ou El
Corsário de Hierro (1970), no século XVII.
Este último foi já criado em França, onde se exilou a partir
de 1962, devido à perseguição da polícia franquista, que o chegou a prender por
pertencer ao PSUC - Partido Socialista Unificado da Catalunha.
Também romancista consagrado e tradutor de Astérix para
Espanha, Mora introduziu em França os grandes desenhadores espanhóis do seu
tempo - Victor de la Fuente, Carlos Gimenez, Alfonso Font, Arthur Aldomà Puig,
Antonio Parras… – e criou inúmeras séries, entre as quais Sunday, Dani Futuro, Commandos de la nature, Les Inoxidables ou Anges d’Acier, muitas delas publicados em Portugal em revistas como
o Mundo de Aventuras ou Tintin, ou directamente em álbum.
Distinguido pelos governos francês e espanhol pela sua acção
na difusão da banda desenhada franco-belga e castelhana, nos últimos anos, na
sequência de um AVC, dedicou-se apenas à fundação com o seu nome, estabelecida
em Barcelona.
(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 21
de Agosto de 2016; clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua
extensão)
Sem comentários:
Enviar um comentário