A analogia bateria fraca/pilhas (de um certo anúncio) que duram, duram, duram... é extremamente feliz para espelhar a resistência de pais e filhos, especialmente
quando estes últimos ainda são pequenos.
Porque, por mais que façam, por mais que os façamos fazer, ao fim de um dia de trabalho, em oposição a um dia de escola/treinos/brincadeiras, os miúdos
continuam sempre com o nível de energia no máximo, face à nossa sensação de esgotamento. Como Baby Blues, em mais um volume, faz questão de lembrar, remexendo a nossa ferida, reforçando a nossa falta de resistência...
Curiosamente, 28 anos depois da estreia, mesmo sendo o título deste 35.º volume Bateria fraca, a verdade é que a tira diária e dominical Baby Blues, está muito mais próxima dos nossos filhos, do que de nós próprios, se não no público-alvo, pelo menos na aplicação
de um dos factores duais acima referidos. Porque, 28 anos depois - reforço - Baby Blues continua a durar, durar, durar e a funcionar, funcionar, funcionar - melhor que no início e quase tão bem como no
seu auge - com uma sucessão de piadas - frescas ou renovadas - que nos obrigam a sorrir e, muitas vezes, mesmo a gargalhar, mostrando que o tempo não tem passado pelos MacPherson - Wanda, Darryll, Zoe, Hammie
e Wren - nem na tira, onde a passagem sucessiva dos meses e efemérides anuais, não tem correspondência na idade dos intervenientes.
Entre a expressividade do traço, a comicidade das situações - que muitos de nós (já) vivenciamos - o inesperado ou o absurdo puro e duro dos desfechos
e as explicações dos autores, uma das bem conseguidas inovações recentes de Baby Blues, é evidente que a bateria criativa de Kirkman e Scott está longe de se esgotar.
Baby Blues #35: Bateria fraca
Jerry Scott (argumento)
Rick Kirkman (desenho)
Bizâncio
Portugal, Março de 2018
210 x 220 mm, 168 p, pb, brochado com badanas
12,61 €
(clicar nas imagens para as apreciar em toda a sua extensão)
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