Três... digitais
São propostas
digitais, para
as
quais, possivelmente,
estamos mais disponíveis neste
tempo de pandemia e confinamento, foram divulgadas no Calendário BD
deste mês mas, para os mais distraídos - e porque se justifica -
deixo
breves notas sobre elas.
[Para
aceder às versões digitais, basta clicar nos respectivos títulos.]
João - A vida, um combate que vale a pena
Luc
Colemont (argumento)
Mario
Boon
(desenho)
BD didáctica para... homens maiores de 50 anos (!), serve como alerta para o cancro do cólon e para a necessidade de o rastrear atempadamente.
Sem o peso informativo que se poderia temer, destaca-se pela leitura fluída, como um pedaço da vida de alguém, João, professor de História, divorciado, duas filhas maiores, em busca de si próprio e de sonhos que não cumpriu ou nem sequer procurou.
Sem pretender deslumbrar, a obra demonstra grande competência narrativa e informativa, assente num desenho linha clara funcional e dinâmico.
O jornal Expresso ofereceu a versão em papel juntamente com a sua edição de 5 de Março, num álbum com 56 páginas e capa mole.
Ti-Rita e o Diabo da Mina
Pedro
Nóvoa
E
a quem recorrer quando surgem no território nacional ameaças monstruosas superiores às
forças dos simples mortais? Vingadores? Liga da Justiça? Tex e os
seus pards?
Nada disso. Quando animais dos rebanhos do Gerês aparecem estraçalhados e pegadas surpreendentes são descobertas junto aos cadáveres, o Presidente da República recorre à sua amiga Ti-Rita, e a anciã não lhe sabe dizer que não.
Se uma edição física justificava um traço mais trabalhado e algum cuidado nos acabamentos dos fundos, o inusitado das situações e um sentido de humor peculiar com algumas tiradas mordazes justificam espreitar uma proposta (no mínimo) surpreendente.
Monsters
Filipe
Pina (argumento)
Nuno
Rodrigues
(desenho)
Depois da estreia na antologia TLSeries: Silêncio, Monsters
surge aqui em versão inglesa - mais abrangente - com vontade de chegar a outros leitores.É uma narrativa curta, que nos fala dos monstros interiores - que todos temos, mais ou menos (des)controlados - e como, quando os deixamos à solta, podem chegar a reger toda a nossa vida, mergulhando-nos num silêncio íntimo que nos afasta dos outros.
Desenvolvida de forma gradual, vai-nos levando de surpresa em surpresa através do cérebro de um homem introvertido e associal, incapaz de se relacionar com os outros, até ao desfecho que nos explica como afinal ele mudou. Ou não.
(clicar nas imagens para as apreciar em toda a sua extensão)
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