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11/09/2021

11 de Setembro foi há 20 anos




Há 20 anos, os atentados contra as Torres Gémeas (e enão sõ), chocaram e a abalaram o mundo e nada ficou como era.
A banda desenhada não ficou indiferente aos acontecimentos e foram diversas as abordagens que fez, a mais recente das quais The Four Fives, em que o Homem-Aranha e o Capitão América regressam ao Ground Zero.

12/09/2011

12 Septembre

L’Amérique d’après
Collection Univers d’auteurs
Enki Bilal (capa)
Sophia Aram, Russell Banks, Daryl Cagle, CharlÉlie, Jerome Charyn, Roger Cohen, Jacques Ferrier, Jean-Luc Hees, Barbara Hendricks, Miles Hyman, Jul, Lorenzo Mattotti, José Muñoz, Plantu, Joe Sacco, Carlos Sampayo, Fabienne Sintes e Art Spiegelman
Casterman + Radio France (França, 17 de Agosto de 2011)
187 x 260, 208 p., pb e cor, brochado com badanas
22,50 €

Resumo
Obra colectiva que reúne autores de um e outro lado do Atlântico que reflectem sobre as mudanças que os atentados de 11 de Setembro de 2001 provocaram nos Estados Unidos, no sonho e nos ideais norte-americanos.

Desenvolvimento
Este é um livro diferente, pensado pelos jornalistas franceses Pascal Dellanoy e Jean-Christophe Ogier, que junta em parcerias ou diálogos autores francófonos ou norte-americanos, oriundos das mais diversas áreas: jornalistas, cartoonistas, escritores, arquitectos, ilustradores, músicos, autores de BD, fotógrafos…
A base, para (quase) todos, é a mesma: reflectir sobre o que mudou com os atentados de há uma década. E a respostas, em forma de ficção ou reflexivas, críticas dos atentados e das acções (retaliatórias) que se lhe seguiram, são maioritariamente marcadas pelo pessimismo, a desilusão, a dúvida. Naturalmente. Mas sem esconder (algum) fascínio, e, no fundo, a crença que continuam a depositar numa América capaz de os surpreender.
Em termos práticos, é evidente que o que melhor funciona são os cartoons, no saboroso e (apesar de tudo) divertido diálogo entre Cagle e Plantu.
É, no entanto, nalguns dos textos escritos que o tema é melhor esmiuçado e é neles que se cumpre melhor o propósito do livro: fornecer ao leitor pistas, pontos de partida, indicações para elaborar a sua própria reflexão sobre o tema.
Para quem tem maior interesse pela BD – a maioria dos leitores deste blog, suponho – para além da bela capa de Bilal, o destaque vai para a criação de Joe Sacco, desta vez despido da sua farda de BD-jornalista, enveredando por um relato com (invulgar) tom de ficção-científica, numa viagem a um aterrador futuro dos EUA. Muñoz e Sampayo, com o tom negro e desiludido que os caracteriza mostram como os emigrantes estão (sempre) por detrás dos (sonhos) norte-americanos, desta vez com uma viagem à cozinha do império. Miles Hyman, nova-iorquino que reside em Paris traça um retrato sombrio de uns EUA transformados em vítimas de uma hiper-segurança obsessiva.
De uma obra com estas características, aberta para permitir ao leitor, claramente apontada para lá do mercado tradicional de banda desenhada, ressalta o facto de as participações aos quadradinhos ombrearem perfeitamente com as outras formas de expressão, por alguns ditas “mais nobres”, ganhando em expressividade sem perder profundidade ou capacidade de afirmar posições.

A reter
- A qualidade dos nomes reunidos nesta obra.
- O tom da obra, que privilegia a reflexão sobre o futuro em detrimento da homenagem ou da evocação, partilhando pistas e sinais com o leitor.
- As participações dos cartoonistas Cagle, Jul e Plantu.

Menos conseguido
- O facto de a participação de Art Spigelman, um nome com muito peso e com diversos trabalhos sobre o tema, se limitar a respostas a uma entrevista (ilustradas por Mattotti), embora com muito para reflectir.
- A inexistência de uma edição portuguesa, que pode de alguma forma ser compensada pela edição brasileira da Record/Galera, já disponível.

11/09/2011

11 de Setembro inspira BD

Poucas semanas após os atentados de 11 de Setembro de 2011, surgiram as primeiras das múltiplas edições aos quadradinhos em que o protagonismo se dividia entre super-heróis e heróis anónimos, todos abalados e incrédulos face á destruição das torres gémeas. Agora, uma década mais tarde, a data é de novo assinalada em BD, sendo várias as edições a lançar esta semana.

A mais mediática é, sem dúvida, “Holly terror”, da nova editora Legendary Pictures, assinada por Frank Miller, criador de “Sin City”, “300” ou “Batman: The Dark Night Returns”. Em formato horizontal, esta graphic novel, que na sua génese era uma história de Batman, foi concluída após 6 anos de trabalho criativo do autor, que mais uma vez dá provas do seu virtuosismo gráfico a preto e branco. O protagonista é The Fixer, um herói que vai defender Nova Iorque de novo atentado terrorista, numa BD que deverá ter tanto de violenta quanto de polémica, que o autor classificou como “120 páginas de propaganda política descarada”.






Outros dois nomes conceituados dos comics norte-americanos, Rick Veitch e Gary Erskine, assinam “The Big Lie”, na Image Comics, uma ficção inspirada num episódio da série televisiva The Twilight Zone e narrada pelo institucional Tio Sam. Nela, a mulher de uma das vítimas dos atentados regressa à manhã do dia 11 de Setembro para tentar tirar o seu marido do World Trade Center. Resta saber se conseguirá convencê-lo do que está para acontecer e qual a grande mentira que o título da BD aponta.








Quanto a “Code Word: Geronimo”, com a chancela da IDW Publishing, narra de forma pormenorizada e ficcionada todos os passos da missão que teve como objectivo eliminar Bin Laden. O argumento é assinado por Julia e Dale Dye, este último capitão aposentado da marinha dos EUA e conselheiro de Hollywood para assuntos militares, estando o desenho a cargo de Gerry Kissell.





Finalmente, em França (mas com edição já anunciada para vários países), encontramos “12 Septembre – l’Amerique d’après”, edição conjunta da Casterman e da Radio France que reúne nomes conceituados de um e outro lado do Atlântico, da imprensa (Roger Cohen), literatura (Russell Banks, Jerôme Charyn), BD (Enki Bilal, Myles Hyman, Joe Sacco, Muñoz e Sampayo, Art Spiegelman), ilustração (Lorenzo Mattotti), cartoon (Jul, Daryl Cagle, Plantu) e música (CharlÉlie, Barbara Hendricks). A solo ou em animados diálogos, todos reflectem sobre as consequências dos atentados na imagem que habitantes locais e estrangeiros têm hoje da América, de como esta mudou e do que é feito do sonho americano, predominando nas diferentes análises a dúvida, a desilusão e o pessimismo sobre o futuro.




(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Setembro de 2011)

09/09/2011

Como num comic de super-heróis

(Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de Jornal de Notícias de 18 de Setembro de 2001 )
É óbvio que a maior parte das histórias narradas nos comics de super-heróis só podem ser credíveis , apesar de muitas serem estimulantes, no universo intrínseco em que se desenrolam, criado (e recriado) por autores como Joe Schuster, Jerry Siegel, Bob Kane, Stan Lee, Jack Kirby, Neal Adams, Frank Miller, Joe Madureira e tantos outros.
Nos atentados da passada terça-feira, 11 de Setembro de 2001, a "intriga real" mostrou muitos pontos de contacto com os estereótipos deste género de histórias aos quadradinhos: o ódio aos valores defendidos pelos americanos; a escolha de alvos não só estratégicos mas, sobretudo, simbólicos; a vitimização indiscriminada de milhares de pessoas inocentes, que tiveram o azar de estar no sítio errado, à hora errada.
Mas, ao contrário do que costuma acontecer nos comics de super-heróis, desta vez não houve um Super-Homem a aparecer no último instante para suster os aviões assassinos, um X-Man para abafar as explosões, um Wolverine para derrotar violentamente os terroristas ou um Homem-Aranha para salvar as pessoas desesperadas que se lançavam das torres em chamas.
Por isso, daquela vez, foram os "vilões" a ganhar (pelo menos para já, mas para sempre em muitos aspectos) e as vítimas contam-se aos milhares, de carne e osso, não simples desenhos em coloridas folhas de papel.
Talvez porque a ameaça não vinha de nenhum "super-vilão", mas de simples seres humanos, igualmente de carne e osso, como os americanos - como nós -, embora igualmente desprovidos de sentimentos, de princípios (tal como os definimos no mundo ocidental...), de respeito pelas vidas humanas. Tal como os vilões dos comics de super-heróis igualmente movidos apenas por um ódio irracional e inexplicável.
As histórias de super-heróis estão nas bancas à nossa disposição, em excelentes edições da Devir*, em títulos regulares como "Wolverine", "Homem-Aranha", "Vingadores", "Quarteto Fantástico" ou "X-Men", ou em histórias completos como "Demolidor - O homem sem medo" ou "O regresso dos Heróis".
A realidade de há uma semana continua diante de nós, dos nosso olhares ainda incrédulos. E a destruição vista em "A morte do Super-Homem" ou na saga "Devastação" é tristemente real. E por isso, possivelmente, agora, o olhar sobre estas bandas desenhadas passa a ser diferente. Porque a realidade foi (muito) mais além do que a ficção.

* Em 2001 aqueles títulos estavam disponíveis em excelente edições portuguesas, da Devir, hoje aqueles e/ou outros estão disponíveis em edições brasileiras da Panini Comics.

13/09/2009

11/9 – Aquele Onze de Setembro

Nuno Duarte (argumentos)
Jorge Coelho, Patrícia Furtado e Ricardo Venâncio (desenho)
Jornal i, 11 de Setembro de 2009

Confesso que contava terminar esta série de posts com bandas desenhadas sobre o 11 de Setembro com a entrada anterior, mas a descoberta – via portal Central Comics – desta história publicada no jornal i na passada sexta-feira e rapinada no blog Almirante Fujimori, de um dos autores, o Jorge Coelho, levou-me a prolongar o tema.
Se os traços de Jorge Coelho e Ricardo Venâncio são (no mínimo) eficientes – o de Patrícia Furtado é menos espontâneo, mais estático - e as histórias bem legíveis, se a opção por diferentes tons cromáticos para distinguir as quatro sequências é bastante feliz, elas agradaram-me sobretudo, pela simplicidade com que em quatro conjuntos de quatro vinhetas Nuno Duarte conseguiu mostrar o impacto e a influência que os atentados tiveram, a forma como afectaram, de tantas formas díspares, tantas vidas de tantas pessoas, um pouco por todo o mundo.

11/09/2009

11/9 – Vários títulos

Como era de esperar, a poderosa indústria de "comics" norte-americana não ficou indiferente aos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001, multiplicando-se em edições evocativas ou de homenagem, quase todas elas com as receitas a reverterem para os fundos de apoio às vítimas ou aos familiares dos atentados terroristas que destruíram as torres gémeas.
Assinado por alguns dos nomes maiores da Casa das Ideias – Bagley, Bendis, Scott Morse, Quesada, ou Romita Jr. -, A Momento of Silence reúne quatro ilustrações de página inteira e quatro bandas desenhadas curtas, quase completamente mudas, silenciosas, o que torna mais forte o impacto das suas imagens que retratam a tragédia que se abateu sobre a América no 11 de Setembro de 2001. Duas delas focam a forma como as famílias sentiram, sofreram, à distância, a possível (nalguns casos efectiva) morte de alguém, e as outras duas realçam o trabalho desinteressado (em muitos casos fatal) das equipas de salvamento.
Esta é, aliás, uma constante nestes títulos, em que os autores, mais do que utilizar os (seus super-heróis, optaram por homenagear o trabalho de polícias, bombeiros e voluntários, cujo anonimato contrasta com a visibilidade que as grandes façanhas dos super-heróis recebem. E por isso, um outro título da Marvel, Heroes, tem como subtítulo "Os maiores criadores de super-heróis do mundo honram os maiores heróis do mundo". Neste caso são apenas ilustrações de página inteira, várias dezenas delas, onde encontramos nomes como Neal Adams ou Kevin Smith. E se a maioria optou por retratar os anónimos heróis das equipas de socorro, na sua missão desesperada, desinteressada, humanitária, é impossível ignorar, logo a abrir um Incrível Hulk que nos habituou a incontroláveis e violentos acessos de raiva, a revelar insuspeitada delicadeza e ternura ao levantar dos escombros o capacete de um bombeiro... Há até uma premonitória gravura que mostra duas brilhantes torres de luz no espaço vazio antes ocupado pelas Twin Towers, antecipando a homenagem real do passado dia 11 de Março...
Da DC Comics, tivemos dois volumes - 9-11Artists Respond e 9-11, The world’s finest comic book writers and artists tell stories to remember. Numa das capas, de Eisner, temos um autor de BD a desenhar no topo de um arranha-céus, enquanto que na outra, de Alex Ross, podemos ver um Super-Homem admirativo que contempla a imagem de bombeiros, polícias e outros membros das equipas de salvamento. As histórias curtas ou as ilustrações foram agrupadas tematicamente em capítulos como "Pesadelos", "Heróis" ou "Recordações". Mais uma vez, são os socorristas os novos heróis, o que não impede que também haja espaço para observarmos os super-heróis a reconstruírem torres maiores e mais altas... nos sonhos de uma criança. Uma análise um pouco mais cuidada, revelará - possivelmente sem surpresa - como são quase nenhumas as histórias ou ilustrações que falam do direito à diferença ou da necessidade da convivência harmónica entre os povos, sendo proporcionalmente mais as que falam de vingança. O maior exemplo de chauvinismo é a narrativa do veterano Stan Lee, que metaforicamente transforma os EUA num paraíso de igualdade, justiça e fraternidade, governado imparcialmente por elefantes, que é traiçoeiramente atacado por ratos de esgoto, prontamente esmagados sem piedade...
De todas, a mais interessante, em minha opinião, é, no entanto, 9-11, Emergency Relief, editada pela Alternative Comics, que agrupa clássicos como Will Eisner ou Harvey Pekar, quase desconhecidos da BD alternativa e underground, ou Frank Cho, James Kochalka, Jessica Abel, Peter Kuper, Scott Morse e Jeff Smith, que optaram maioritariamente por passar ao papel os sentimentos e emoções que viveram, contando as histórias na primeira pessoa, o que dá um cunho muito especial à obra.
Globalmente, de todas estas obras, fica a mensagem de que o sonho americano continua vivo. E que assim continuará enquanto houver quem continue a contar as aventuras dos heróis (de papel ou de carne e osso) que o personificam.

10/09/2009

11/9 - Septembre en t'attendant

Colecção écritures
Alissa Torres (argumento)
Sungyoon Choi (desenho)
Casterman (França, Setembro de 2009)
170 x 240 mm, 224 p., cor, capa brochada com badanas


Resumo

Segunda-feira, 10 de Setembro de 2001. Após um mês no desemprego, Luís Eduardo Torres, um colombiano naturalizado americano, cumpre o seu primeiro dia de trabalho na Cantor Fitzgerald, uma financeira de Manhattan, cuja sede se encontra numa das Torres Gémeas. Um verdadeiro balão de oxigénio para ele e a sua esposa, Alissa, desempregada e grávida de sete meses e meio, com uma casa recém-adquirida e um empréstimo para pagar.
No seu segundo dia de trabalho, 11 de Setembro, num atentado terrorista, dois aviões comerciais atingem as Torres Gémeas – causando o seu posterior desmoronamento. Luís Eduardo Torres foi um dos que escolheu saltar pela janela e um dos 650 empregados da Cantor Fitzgerald que perderam a vida no atentado.
Avisada por telefone, sem outra hipótese devido ao trânsito cortado, Alissa vai a pé até ao local dos atentados, chegando no exacto momento em que uma das torres se desmorona. Depois de um dia de completo caos, segue-se a ronda pelos hospitais e pelas listas de sobreviventes, na esperança de encontrar o marido, e, mais tarde, a procura de ajuda financeira entre as organizações, governamentais ou não, que criaram fundos para o efeito.

DesenvolvimentoEsta novela gráfica, testemunho pungente e autobiográfico de uma situação que foi vivida por centenas, milhares de outras pessoas após o atentado, narra a vida de Alissa – a argumentista do livro – após a perda do marido, um parto prematuro e uma enorme (e compreensível) depressão , pondo o acento na situação desesperada, na falta de informação, primeiro, depois, na burocracia e desorganização que pautou a ajuda às vítimas. Que esqueceu, muitas vezes, a sua situação de vítimas, transformando-as em números ou em valores estatísticos, complicando o que deveria ser fácil, muitas vezes aproveitando-se delas para se promoverem, entregando-os à curiosidade mórbida da comunicação social... Pelo meio – e talvez seja o aspecto mais interessante, embora tratado no livro de forma acessório – fica a forma como parentes, amigos, conhecidos ou simples anónimos, progressivamente se foram afastando de Alissa – das outras vítimas colaterais também – deixando de perceber (esquecendo…?) as suas razões, o seu sofrimento, a sua necessidade de ajuda.
O relato de Alissa, apesar de se espraiar demasiado nas sequelas do trama vivido, é bastante contido e retrata com uma força invulgar, por vezes capaz de emocionar o leitor, o desespero de quem, de repente, vê a sua vida completamente transformada, devastada, perdendo a hipótese de concretizar tantos sonhos, que nos vão sendo revelados na forma de flashbacks.
Flashbacks que servem também para recordar como Eduardo e Alissa se conheceram e, mais do que isso, para contar como ele chegou aos Estados Unidos, perseguindo o sonho americano, como conseguiu sobreviver e impor-se num mercado de trabalho adverso. Flashbacks que servem à autora para rever momentaneamente o seu marido vivo, e que justificam como ela conseguiu, no final do ano negro da sua existência que o livro cobre, encontrar na força e no exemplo de Eduardo, a força e a inspiração para reencontrar a vontade de viver.
Entregue a Sungyoon Choi, ilustradora e banda-desenhista do New York Times, o desenho, de traço fino e realista, com a base fotográfica bem diluída no todo, apesar de uma planificação variada e de uma boa legibilidade, não deslumbra nem prende especialmente, apesar de um ou outro pormenor mais conseguido. Se o tom azul utilizado em quase todo o livro, juntamente com o preto e branco, não cativa, acima de tudo, falta-lhe a emoção, os sentimentos, que o relato pedia.

A reter
- A força documental do relato, mostrando que este é um campo em que a BD (também) pode ser utilizada.
- Se soa estranha a quase total ausência do filho de Alissa no relato, especialmente como razão para continuar a viver e como (quase) única recordação (palpável) do marido, isso é – interpreto eu – mais um sinal da situação desesperada que ela viveu.

Menos conseguido
- Possivelmente a obra ganhava – em ritmo e capacidade de prender o leitor – se fosse menos extensa.
- O desenho de Sungyoon Choi.

09/09/2009

11/9 - The 9/11 Report: A Graphic Adaptation

Sid Jacobson (argumento)
Ernie Cólon (desenho)
Hill and Wang (EUA, Agosto de 2006)
152 x 229 mm, 128 p., cor, capa cartonada


A Hill and Wang, uma divisão da editora norte-americana Farrar, Straus & Giroux, anunciou para Agosto o lançamento do primeiro título da sua nova colecção "Novel Graphics", que publicará adaptações em banda desenhada de obras de não-ficção. E o primeiro título, cuja repercussão nos media americanos é já relevante, será "The 9/11 Report: A Graphic Adaptation", que recupera aos quadradinhos o relatório da comissão governamental norte-americana que reuniu e analisou todos os dados sobre os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.
Esta novela gráfica, com 128 páginas a cores, mostra ao pormenor a crise vivida naquele dia nos EUA, devido aos ataques às Torres Gémeas e ao sequestro do voo 93. O resumo das mais de 500 páginas da versão original é da autoria de Sid Jacobson, ex-editor da Harvey Comics e da Marvel, sendo os desenhos da autoria de Ernie Cólon, que tem no seu currículo o desenho de heróis como Lanterna Verde, Mulher Maravilha, Flash ou Homem-Aranha.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias 24 de Julho de 2006)



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