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22/12/2012

Akira já tem três décadas







  

A 20 de Dezembro de 1982, a revista japonesa Young Magazine, propriedade da Kodansha, vocacionada para leitores jovens masculinos, estreava “Akira”, uma série da autoria de Kathsuiro Otomo, que, cerca de uma década mais tarde, viria a ser responsável pelo início da invasão manga do ocidente.

Mas não é só por isso que, na véspera do anunciado fim do mundo, este manga pós-apocalíptico merece ser lembrado.
Decorrendo em 2030, em Neo-Tokyo City, a antiga metrópole nipónica devastada por um cataclismo, “Akira” é uma longa saga com quase 22o0 pranchas que se desenrolam ao ritmo vertiginoso das motas em que Kaneda, Tetsuo e os seus amigos rolam nas auto-estradas semidestruídas, perseguidos pela polícia local, o exército norte-americano e forças misteriosas menos institucionais. O objectivo, comum a todos, é encontrar Akira, uma força da natureza que se revelará um simples menino com poderes paranormais extraordinários.
Quase uma década mais tarde, Estados Unidos, primeiro, França e Espanha, de seguida, e, aos poucos, todo o ocidente dos quadradinhos começariam a descobrir as pranchas originais de Otomo, coloridas especialmente para essa edição ocidental, realistas, ultraviolentas, plenas de dinamismo e acção, acentuados pelo uso de linhas de movimento, um traço ágil e cativante e uma intriga densa e irresistível.
Não sendo o primeiro manga publicado nos EUA ou na Europa, foi aquele que provocou a posterior avalanche que permitiu descobrir “Dragon Ball”, “Death Note” ou “Yu-Gi-Oh!” (para citar apenas títulos recém-editados em Portugal) e uma forma diferente de narrar aos quadradinhos, que hoje é responsável por 30% a 50 % do total de edições de BD nos principais mercados ocidentais.
Com algum atraso, “Akira” teve também direito a uma edição integral em português, em 19 volumes publicados entre 1998 e 2004 pela Meribérica-Líber.
 “Akira”, que se prolongou em entregas semanais até Junho de 1990, antes da sua conclusão aos quadradinhos daria origem a um videojogo e à longa-metragem homónima, dirigida pelo próprio Otomo, em 1988, com desenvolvimento e final diversos, mas que também teve bom acolhimento.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 20 de Dezembro de 2012)



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