O Homem de Baltimore / Destinos Cruzados
Mythos Editora (Brasil, Novembro e Dezembro de 2010)
135x175 mm, 114 p., pb, brochado, mensal, 2,90 €Resumo
A caminho de Riverstone, uma cidade (quase) sem lei, Tex e Kit cruzam-se com William Hodson, um escritor/desenhador em apuros devido a um ataque de índios, ganhando um aliado em mais uma missão que os levará a limpar a cidade dos elementos menos desejáveis.
Desenvolvimento
Ao longo dos anos – embora a diversidade de títulos disponíveis o mascare um pouco, devido à constante reedição de histórias clássicas, e torne difícil essa percepção – tem havido um esforço – consciente, acredito eu – de actualização e renovação de Tex, por parte da editora Bonelli. Na continuidade, claro está, sem opções fracturantes, de forma ponderada e lenta, para não descaracterizar a personagem e para não chocar os fãs mais tradicionais que, mesmo assim, nalguns casos, a acham excessiva. Mas uma renovação que tem procurado aproximar Tex – dentro do possível, pouco para quem deseja um western com outras características… – de modelos mais actuais.
Uma das opções mais visíveis dessa renovação, passa pelo desenho, que se tem tornado mais moderno, mais vistoso, mais chamativo, mais cuidado. Para funcionar, afinal, como mais um motivo de interesse para quem lê/pode ler as aventuras do ranger, deixando de ser um mero suporte de um produto que se vendia por si só.
O trabalho de Bruzzo neste díptico, é exemplo disso mesmo, pelo cuidado posto ao nível do contraste branco/negro, pela expressividade dos rostos, pela atenção dispensada a questões de pormenor, por algumas pranchas animalistas , invulgares em Tex.
Outro aspecto dessa renovação, passa pela introdução – contida, claro – de personagens femininos, geralmente jovens e sensuais, o que, curiosamente, constitui um claro regresso às origens de Tex…Outras vezes, por surpreendente que isso possa ser, essa renovação passa por aspectos menos evidentes, mas que até funcionam bem. No caso presente, eles passam pela opção de Faraci de introduzir uma personagem algo exótica, o, apesar de tudo, citadino, Hodson, mais a mais utilizando-o como narrador da aventura, devido ao seu encontro casual com Tex e Kit. E acrescentando o pormenor dele ser também desenhador, o que permite alguns efeitos curiosos em termos narrativos, pela inclusão dos seus desenhos nas pranchas de Bruzzo. A par disso, Faraci aumenta o protagonismo de Kit, pondo-o, neste particular praticamente ao nível do pai, o que, num caso diferente, poderia indicar uma eventual passagem de testemunho, de todo impensável em Tex.
Claro que, em tudo o mais, esta é (apenas…?) mais uma aventura de Tex, de ritmo elevado, muitos confrontos e tiroteios, algum suspense e o final esperado. Mas, claro, não podia ser de outra forma…
A reter
- A forma – aparentemente fácil – como Faraci inova e renova Tex, utilizando para esse efeito uma narração feita por um dos intervenientes na história.
- O desenho de Bruzzo, realista, pormenorizado, seguro, vigoroso, expressivo.
Curiosidade
- Na mesma aventura, Tex encontra duas pessoas que disparam mais rápido do que ele… felizmente são amigos, mas será esse um sinal de envelhecimento do ranger mais famoso dos quadradinhos?
(Texto publicado originalmente no Tex Willer Blog, a 19 de Abril de 2011)
Claro que, em tudo o mais, esta é (apenas…?) mais uma aventura de Tex, de ritmo elevado, muitos confrontos e tiroteios, algum suspense e o final esperado. Mas, claro, não podia ser de outra forma…
- A forma – aparentemente fácil – como Faraci inova e renova Tex, utilizando para esse efeito uma narração feita por um dos intervenientes na história.
- O desenho de Bruzzo, realista, pormenorizado, seguro, vigoroso, expressivo.
Curiosidade
- Na mesma aventura, Tex encontra duas pessoas que disparam mais rápido do que ele… felizmente são amigos, mas será esse um sinal de envelhecimento do ranger mais famoso dos quadradinhos?
(Texto publicado originalmente no Tex Willer Blog, a 19 de Abril de 2011)