O Agente Sommos está de regresso - embora não tenha passado assim tanto tempo desde O Beliscão Atômico - e está tal e qual o recordávamos: um tanto ou quanto desastrado, pouco desenvolto, razoavelmente inepto e, por isso tudo, divertido, num relato equilibrado entre a homenagem e a paródia.
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11/12/2019
Hora, hora, hora, Sommos!
O Agente Sommos está de regresso - embora não tenha passado assim tanto tempo desde O Beliscão Atômico - e está tal e qual o recordávamos: um tanto ou quanto desastrado, pouco desenvolto, razoavelmente inepto e, por isso tudo, divertido, num relato equilibrado entre a homenagem e a paródia.
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Flávio Luiz Nogueira,
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06/06/2019
Agente Sommos e o Beliscão Atómico
Humor
engraçado
Soa
como um contra-senso mas uma das melhores definições desta obra
de
estreia do Agente Sommos, uma sátira às histórias de espionagem, é
a que lhe é dada no prefácio por Reinaldo Figueiredo: uma ‘HQ
[banda desenhada] engraçada’.
Porque
esse é um dos grandes problemas de muitas edições supostamente
humorísticas: não têm piada. Nenhuma.
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Flávio Luiz Nogueira,
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Papel A2
09/02/2017
Histórias Paulistanas
Entre marido e
mulher…
As parcerias ao nível do casal, no que à criação de BD diz
respeito, marcaram uma época, os anos 1960/70, pelo menos no que à banda
desenhada franco-belga diz respeito, principalmente nas duplas marido desenhador/esposa
colorista, potenciadas pela proximidade.
Como excepção a esta regra, distinguiram-se, por exemplo, Liliane e Fred Funcken, responsáveis por dezenas
de histórias curtas e séries.
Histórias Paulistanas – que tem apresentação em São Paulo no dia 11 (ver convite abaixo) – é um exemplo contemporâneo desse tipo de 'colaboração
conjugal’.
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Papel A2
17/10/2014
Aú o capoeirista e o Fantasma do Farol
Esta até podia ser uma série oriunda da revista
Spirou belga, mas na verdade é criação brasileira e o seu protagonista, Aú, até
é praticante de capoeira.
A descobrir já de seguida.
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Papel A2
04/01/2013
Aú, o capoeirista
Flávio Luiz
Papel A2
(Brasil, Outubro de 2008)
220 x 300 mm, 48 p., cor, cartonado
R$ 40,00
Resumo
Aú é um jovem praticante de capoeira que, para
ajudar uma vizinha, acaba por ter de enfrentar um bando de mafiosos, igualmente
responsáveis pelo rapto de uma amiga sua.
Desenvolvimento
Uma das boas descobertas que fiz (que se me impôs!)
em 2012 foi, sem dúvida, Flávio Luiz, um dos mais europeus (?) dos autores de
BD brasileiros.
Europeu no traço, entenda-se, uma linha clara
ágil e dinâmica, de cores planas e fortes, assumidamente inspirada nalguns dos
grandes criadores da revista belga “Spirou”, mas trabalhada e desenvolvida de
forma personalizada.
Europeu no traço, escrevi, mas bem brasileiro
nas temáticas que aborda nas suas bandas desenhadas.
Depois do explosivo “O Cabra” (cronologicamente posterior a este “Aú, o capoeirista”, mas que eu li
primeiro), uma BD de ficção-científica protagonizada por um cangaceiro em luta
com os coronéis do ano 3000, este livro casa uma aventura juvenil, directa e
divertida (e nenhum destes adjectivos é pejorativo…) com aquela arte marcial
tipicamente brasileira.
Sem forçar a nota e sem artificialismos, o
protagonista utiliza a capoeira quer para impressionar a turista que se tornará
sua companheira de aventura - e que se apaixona pelo Brasil, antes de o fazer (?)
pelo herói – quer para enfrentar os bandidos que a raptam depois de tentarem à
força a compra de um imóvel bem situado no centro da cidade de Salvador, na Bahia,
que serve de pano de fundo à acção.
Ao lado de Aú, encontramos (entre amigos e adversários) uma boa galeria de
personagens secundárias (a descobrir no site do protagonista) que, pela sua consistência
acabam por esvaziar e mesmo colocar um pouco em causa aquele que deveria ser o
herói, sendo este um daqueles casos típicos em que são necessárias mais aventuras (a segunda já está a caminho...) para desenvolver o seu carácter e justificar alguns dos laços que se adivinham entre
ele e outros protagonistas.
Tal como em “O Cabra”, Flávio Luiz mostra um perfeito
domínio da técnica narrativa aos quadradinhos com a planificação a conduzir o
leitor ao ritmo desejado e com o traço enganadoramente simples (e aqui ainda
com alguma rigidez pontual, já desaparecida em obras posteriores) a sustentar
algumas boas opções gráficas. E que, refira-se, por tudo isto, merecia uma colorização
mais cuidada.
Nota final
A tudo isto, Flávio Luiz juntou a vontade de
concretizar o seu sonho de ser autor de BD – e tem tudo para se “encaixar” na “Spirou”
que claramente admira – não se importando de avançar para a auto-edição de um
álbum (no formato bem europeu, cartonado, com 48 páginas) com uma tiragem de 2
mil exemplares, capaz de fazer corar de vergonha as editoras portuguesas.
Mas, sendo edição de autor, tem distribuição limitada, sendo mais fácil encomendá-lo directamente ao autor, que promete autografar cada exemplar!
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Papel A2
07/11/2012
O Cabra
Flávio Luiz (argumento e desenho)
Artur Fujita (cor)
Papel 2 (Brasil, 2010)
250 x 380 mm, 56 p., cor, brochado
R$ 38,00
Primeiro
Todos os
álbuns de banda desenhada deviam ter (pelo menos) este tamanho.
Pelo menos
aqueles cujo desenho vibra, pulsa, transborda, chama os leitores a mergulhar no
universo desenhado.
Um formato
gigante que permite uma maior impacto da acção, onde os pormenores saltam à
vista, onde os olhares e os movimentos são mais precisos e expressivos.
Segundo
Muitas
bandas desenhadas deviam ser assim.
Capazes de
transportar naturalmente os elementos reais e específicos da cultura de onde o
autor é oriundo para os mundos ficcionados de papel que ele escolheu. (E tão
poucas vezes a banda desenhada nacional foi capaz de o fazer, perdendo
oportunidades de marcar a diferença, também por aí…).
Porque se
este é uma história do cangaço, com um fora-da-lei tipo Robin Hood que desafia
coronéis donos da terra (e dos que nelas trabalham), cuja autoridade é imposta
pela força das armas e da repressão, ela é também um relato de
ficção-científica, ambientado no ano de “3 mil e não sei quantos” num planeta
Terra devastado por guerras e experiências genéticas e assolado por uma desertificação
quase total que transformou a água no bem mais precioso.
A isto,
acresce ainda uma história de amor de contornos originais, um conseguido equilíbrio entre os vários registos combinados e um final a um tempo
previsível e inesperado.
Terceiro
Não todas,
mas muitas bandas desenhadas deviam ser assim.
Capazes de
combinar géneros, influências (assumidas e assimiladas), citações, aventura e
acção, romance e crítica social, para criar novos universos e contar velhas
histórias com nova roupagem, num registo em que se encontrem os pontos de
referência suficientes para serem identificados mas também as variantes capazes
de surpreender, estimular e cativar.
Quarto
O
responsável por esta obra é Flávio Luiz, sobre quem Sidney Gusman, editor-chefe
do UniversoHQ e responsável pelo planeamento editorial da Maurício de Sousa Produções,
escreveu, com justiça, que o seu “talento é grande demais para ficar limitado
apenas à Bahia”, afirmação que subscrevo, por isso o trago aqui hoje.
Conheci-o
(à distância) há poucas semanas quando me pediu o endereço para me enviar algumas
obras. Uma vez recebido o pacote, “O Cabra” chamou de imediato a atenção, pelo
formato, sim, mas também pela excelente linha clara à qual não consegui
resistir.
Uma linha
clara límpida, dinâmica e expressiva, servida por um traço semi-realista,
surpreendentemente (para um brasileiro) próximo do registo europeu que
associamos à revista belga Spirou.
Uma linha
clara que denota à-vontade no tratamento da figura humana e dos cenários, com soluções
narrativas diversificadas, enquadramentos dinâmicos e uma planificação que
potencia a legibilidade da história.
E que tem a
felicidade de contar com um soberbo trabalho de cor - baseado em tons quentes
para a narrativa principal e em sépias mais sombrios para os flashbacks que explicam
o porquê do ódio entre o Cabra e o Coronel - da responsabilidade de Artur
Fujita, que ajuda a definir ambientes e momentos da acção e é uma inegável mais-valia
para esta obra.
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