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03/01/2020

Blueberry: O Homem da Estrela de Prata


O álbum perdido



O álbum perdido [de Blueberry] porquê? Porque foi esquecido pela ASA - e pelo Público… - nas duas colecções - a de 2008 e a que está em curso - dedicadas a um dos melhores westerns da BD franco-belga - e da BD tout court.
Sei que volto a bater na mesma tecla, mas deixo a seguir algumas justificações para que este álbum - possivelmente o mais atípico e estereotipado de toda a série - não tivesse ficado no limbo (das reedições).

11/03/2012

Jean Giraud/Moebius (1938-2012)









Jean Giraud, aliás Moebius faleceu ontem aos 73 anos, num hospital francês, onde estava internado há cerca de uma semana. Um cancro vitimou um dos maiores criadores que a banda desenhada já conheceu.
Natural de Nogent-sur-Marne, em França, onde nasceu a 8 de Maio de 1938, Giraud após publicar as suas primeiras bandas desenhadas e cumprir o serviço militar, em 1958 conheceu Jijé, de quem se tornaria ajudante na realização de Jerry Spring, e cujo traço emulou nos primeiros episódios das aventuras de um certo Tenente Mike Blueberry, criado com Jean-Michel Charlier, para a revista Pilote, em 1963.
Progressivamente, Giraud viria a encontrar o seu próprio estilo, realista, vigoroso, limpo e pormenorizado, impondo-se como um dos grandes desenhadores realistas da banda desenhada francófona. Após a morte de Charlier, em 1989, assumiria também os argumentos, despojando Blueberry do seu lado mais espetacular e da acção a rodos que eram a sua imagem de marca, para conferir um tom mais intimista, humano e místico ao mais importante western que a BD deu a conhecer.
Seria no entanto como Moebius, a sua segunda personalidade para a BD, revelada também a partir de 1963, que este criador de excepção se revelou um visionário, abrindo novas perspectivas e potencialidades à narração em quadradinhos. Assumindo um traço linha clara, límpido e luminoso, Moebius imaginou universos fantásticos, em que combinou ficção-científica, fantástico, policial e registos mais intimistas, como até então a BD nunca tinha visto.
Fundador da editora Humanoides Associés e da mítica revista Metal Hurlant, Jean Giraud/Moebius, entre muitos outros galardões foi distinguido com o Grande Prémio de Angoulême em 1981. Para lá da BD, participou na concepção gráfica e/ou no story-board de películas cinematográficas como Dune, Aliens, Maitres du Temps, Tron ou Starwatcher.
Com mais de 60 álbuns escritos e/ou desenhados, a solo ou em parceria com Jean-Michel Charlier, Alejandro Jodorowsky, Dan O’Bannon ou Stan Lee, Jean Giraud/Moebius foi um dos grandes criadores contemporâneos e a sua obra influenciou de forma indelével gerações de artistas gráficos.
Em Portugal, a estreia de Giraud foi promovida directamente em álbum pela Editorial Ibís, em 1969, com “Fort Navajo”, primeira aventura do Tenente Bluberry, que regressaria dois anos mais tarde, na revista Tintin. As suas aventuras foram integralmente publicadas em português, primeiro pela Meribérica e, mais recentemente, pela ASA numa parceria com o jornal Público.
Quanto a Moebius, estreou-se entre nós pela Futura em 1983, com a saga do Incal, estando igualmente editadas entre nós obras fundamentais como A Garagem Hermética, Arzach ou o Mundo de Edena.



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