O álbum perdido
O álbum perdido [de Blueberry] porquê? Porque foi esquecido pela ASA - e pelo Público… - nas duas colecções - a de 2008 e a que está em curso - dedicadas a um dos melhores westerns da BD franco-belga - e da BD tout court.
Sei
que volto a bater na mesma tecla, mas deixo a seguir algumas
justificações para que este álbum - possivelmente o mais atípico
e estereotipado de toda a série - não tivesse ficado no limbo (das
reedições).
Comecemos por dissecar a última afirmação. O Homem da Estrela de Prata é a aventura mais atípica de Blueberry. E a mais estereotipada também. Explico porquê. Na sua base, está uma das situações mais revisitadas pelo western, seja na BD, seja no cinema: a cidade dominado ou assolada por um bando de malfeitores, na qual o herói - Blueberry no caso, destacado pelo seu comandante, devido à sua tendência para a insubordinação ao longo de todo o Ciclo das guerras índias - surge por acaso, contando com a ajuda de um pequeno grupo de moradores - aqui, a bela professora, o bêbada Jimmy McClure e um jovem acabado de sair da adolescência - para fazer face aos que aterrorizam a população.
Comecemos por dissecar a última afirmação. O Homem da Estrela de Prata é a aventura mais atípica de Blueberry. E a mais estereotipada também. Explico porquê. Na sua base, está uma das situações mais revisitadas pelo western, seja na BD, seja no cinema: a cidade dominado ou assolada por um bando de malfeitores, na qual o herói - Blueberry no caso, destacado pelo seu comandante, devido à sua tendência para a insubordinação ao longo de todo o Ciclo das guerras índias - surge por acaso, contando com a ajuda de um pequeno grupo de moradores - aqui, a bela professora, o bêbada Jimmy McClure e um jovem acabado de sair da adolescência - para fazer face aos que aterrorizam a população.
Só
que Jean-Michel Charlier vai dar uma nova roupagem e um tom épico a
este tema tão
batido e a este inesperado conjunto de personagens, recheando a narrativa de
situações limite, surpresas e cenas memoráveis - como tão bem (e
também) fez ao longo de
toda a
série - para deleite do leitor inveterado de westerns
- e para os outros.
É verdade que se sente a falta de mais algumas páginas para que o todo tivesse mais consistência e explorasse melhor uma ou outra situação - mas convém não esquecer que na época - 1969, data original de publicação - imperava (ainda) a ditadura franco-belga das aventuras em 46 páginas - 47, por acaso, no caso presente!
É verdade que se sente a falta de mais algumas páginas para que o todo tivesse mais consistência e explorasse melhor uma ou outra situação - mas convém não esquecer que na época - 1969, data original de publicação - imperava (ainda) a ditadura franco-belga das aventuras em 46 páginas - 47, por acaso, no caso presente!
A
atipicidade desta narrativa, originalmente
publicada em 1969,
assenta (também) no facto de ser a única a ocupar um só álbum. O
que, em meu entender, até
facilitaria
plenamente a sua inclusão em
qualquer das colecções. Na primeira, apesar dos saltos cronológicos
que apresenta, antes do superlativo díptico A Mina do Alemão Perdido/O Espectro das Balas de Ouro,
porque o antecede; na segunda, após o já citado Ciclo
das Guerras Índias,
porque de certa forma lhe vai servir de conclusão - ou posfácio.
E,
ainda mais, porque ao ser ignorada nesta segunda oportunidade, fez
com que fosse o único tomo da série a ser (desnecassariamente)
deixado de fora do que poderia - e deveria - ter sido uma colecção
integral - mesmo que a dois tempos - e vai tornar-se (mais um) dos
‘rabos por esfolar’ do histórico recente - e menos recente…. -
da ASA.
Blueberry
#6 O Homem da Estrela de Prata
Jean-Michel
Charlier (argumento)
Jean
Giraud (desenho)
Relido
na edição da Meribérica/Líber
Portugal,
1992
210
x 290 mm, 48
p., cor, capa mole
E os especuladores a esfregar as mãos, este album a 20, 30, 40 euros nas lojas online de 2ª mão.
ResponderEliminar