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29/05/2024
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15/02/2021
Lazarus: Um a Três
Momento
O
que faz a diferença no
retirar ou não prazer da
leitura de um livro? O tema, argumento, o desenho, a planificação...
Tudo isso, sem dúvida, mas há outro factor (igualmente?) relevante:
o momento. O momento em que o leitor pega no livro, se acomoda e o
abre - e entenda-se aqui a predisposição do leitor para 'aquela'
leitura, o seu estado de espírito, até o ambiente em
que está.
Foi
o que aconteceu comigo em relação a Lazarus,
cuja leitura de seguida dos tomos Um
e Dois
me
deixou pouco menos do que indiferente. E que, numa nova oportunidade
- em que acrescentei a leitura do volume Três
- afinal se (me) revelou uma proposta aliciante e cuja continuação
espero
conhecer.
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11/10/2012
Punisher – El Invierno muerto
Greg Rucka (argumento)
Marco Checchetto, Matthew Clark, Mathew Southworth, Michael Lark, Mirko
Colak e Max Fiumara (desenho)
Stefano Gaudiano (cor)
Panini Comics (Espanha, Setembro de 2012)
175 x 265 mm, 216 p, cor,
brochado com badanas
19,95 €
Resumo
Compilação dos comics originais
norte-americanos “Punisher” v7, 1-9 e “Spider-Island: I Love New York City”,
narra uma espiral de violência na sequência de um massacre ocorrido durante um
casamento.
Desenvolvimento
Escreve Javier M.
Clemente na sua introdução, citando o argumentista Greg Rucka: “[com Punisher] não
estamos perante uma personagem complexa (…) mas sim face a um conceito belo na sua
formulação básica: o objectivo de Frank Castle é eliminar criminosos e tudo
quanto faz tem esse propósito”.
Por isso, em Punisher,
mais do que em qualquer outra série da Marvel – e convém recordar que esta foi
uma criação apontada aos leitores adultos - a violência é gratuita e imperiosa
e está presente em inúmeras sequências.
Por isso, de novo, não
surpreende que este tomo abra com uma longa sequência muda – apesar do barulho
ensurdecedor dos tiros e dos gritos que ecoam na mente do leitor – que descreve
um massacre durante um casamento, com tanto de horrível quanto de inexplicável,
que servirá de pretexto ao Punisher para mais uma cruzada vingativa contra o
submundo do crime.
Depois, bem, depois o
relato segue num crescendo de violência, com Punisher a perseguir e executar os
responsáveis pelo crime inicial – apenas parcialmente explicado, o que se
revela secundário no desenrolar da trama – e todos aqueles que, de seguida, de
alguma forma, lhe estão minimamente ligados, numa orgia de sangue e morte.
A predominância de tons sombrios
e carregados – mesmo numa cena passada na neve! - e o traço algo agreste que
resiste, sem grandes oscilações, às sucessivas mudanças de desenhador,
contribuem também para acentuar o tom duro e violento.
O que acaba por
subvalorizar um aspecto que poderia ser interessante, o questionar da actuação
de Frank Castle – deve-se fazer justiça pelas próprias mãos? – de alguma forma
feito, a dois tempos, pela investigação jornalística de Norah, por um lado, e
da policia, por outro, com os dois detectives com opinião diferente sobre este
tema.
As tentativas de eliminar
Castle e o aparecimento de um outro vingador de identidade desconhecida, são outros
elementos que consolidam uma história aconselhável a leitores de que gostem de emoções
fortes.
A reter
- O conceito – incómodo
mas cada vez mais “justificável”? – por detrás de Frank Castle/Punhisher.
- O tom de policial
negro, duro e violento, que Rucka imprime à narrativa.
Menos conseguido
- As diferenças físicas
entre o Abutre do comic – praticamente a única presença relevante do universo
de super-heróis neste policial negro – e a sua representação na capa do
comic-book #3.
- A ligação - forçada - nas páginas finais, ao arco Spider-Island.
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