Greg Rucka (argumento)
J. H. Williams III
(desenho)
Levoir/Público
Portugal, 24 de Outubro de 2013
170 x 260 mm, 176 p., cor, cartonada
8,90 €
Por vezes – demasiadas… - deixamos que o acessório oculte o
que é mais importante.
Como aconteceu com este regresso da Batwoman, mediatizada
pela homos-sexualidade da protagonista – característica que se revela pouco
significativa para o desenrolar da história, pois a única vez em que é pretexto
para alguma coisa, poderia ser substituída por outras situações com desfecho
equivalente – em nome das modas, manias e sensacionalismos bacocos que cada vez
mais imperam na nossa sociedade.
Esse ruído mediático – cada vez mais omni-presente – abafou a
história de Greg Rucka que, apesar de algumas oscilações de ritmo – a que a
publicação mensal dos capítulos não será alheia - marca o reaparecimento – com
novo alter-ego e, consequentemente, nova origem - de uma heroína nascida em
1956 e falecida no final dos anos 70, regresso esse que se revelaria suficientemente
consistente para fazer dela uma das sobreviventes da remodelação Novos 52.
E, mais ainda, essa atenção desmedida pelas razões erradas quase
ofuscou o notável trabalho gráfico de J. H. Williams – num dos mais conseguidos
registos gráficos desta colecção e da sua carreira, assente em dois estilos
díspares: a planificação dinâmica e diversificada, em que vinhetas e páginas
interagem e se sobrepõem num caos ordenado e em que imperam fantasia, fantástico
e violência para retratar a nova Batwoman, ou no registo mais contido, realista
e sóbrio que relata o dia-a-dia de Kate Kane.