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19/03/2012

Une si jolie petite gueule











Une stupéfiante aventure de Viny K.
Vincent Bernière (argumento)
Erwann Terrier (desenho)
Dupuis (Bélgica, Fevereiro de 2012)
240 x 320 mm, 56 p., cor, cartonado
14,50 €


Resumo
Esta é a primeira aventura de Viny K, um jornalista em decadência, com problemas de dependência de droga e, consequentemente, de dinheiro, a hipotecar em ritmo acelerado o capital de confiança e credibilidade construída ao longo de anos.
O desaparecimento de uma jovem “de rosto bonito” de que tem conhecimento no grupo de drogados anónimos que frequenta, está na origem de uma investigação que o levará até à Índia e ao interior de uma seita de práticas bem estranhas.

Desenvolvimento
O principal problema deste álbum é a hesitação entre o tom a adoptar: mais adulto, abordando as questões de dependência de droga e a consequente decadência – física, moral, social - de quem delas depende, a (boa ou má) prática jornalística, as cenas de sexo mais ou menos dissimuladas; ou mais juvenil, privilegiando as cenas de acção e o tom vagamente jornalístico e de investigação.
Ficando num ponto intermédio, acaba por não apresentar os argumentos suficientes para conseguir conquistar completamente nenhum dos dois segmentos de leitores.
Graficamente, o problema acaba por ser o mesmo, com o desenhador hesitante entre uma linha clara relativamente simples ou um traço mais elaborado e sujo, surgindo o todo com alguns desequilíbrios e pouco ambicioso.
Tudo isto hipoteca os aspectos mais interessantes do argumento, apesar de tudo desenvolvido de forma coerente e estruturada e com bons apontamentos de humor pese embora a facilidade com que o protagonista provoca o desfecho. Desta forma, da leitura descontraída de “Une si jolie petite gueule“, uma banda desenhada de aventuras, mais ou menos tradicional, no modelo e na forma, de acordo com o que era típico na produção franco-belga de há algumas décadas, fica a sensação de que faltou algo mais para no final se reter mais do que uma vaga e passageira lembrança.

10/03/2010

Le tour du monde en bande dessinée #2

Igal Sarna (argumento)
Gipi, Erwann Terrier, Carlos Nine, Sonny Liew, Khamel Khelif, Vanessa Davis, Nick Abadzis, Mazen Kerbaj (argumento e desenho)
Rutu Modan (desenho)
Delcourt (França, Fevereiro de 2010)
226 x 298 mm, 112 p., cor, cartonado

Colectânea de histórias curtas, feitas por autores provenientes de Israel, França, Argentina, Singapura, Tailândia, Estados Unidos, Grécia e Líbano, comprova, mais uma vez, como a banda desenhada pode ser – é, sem dúvida! – uma arte plural e maior, que pode assumir todos os estilos, todos os géneros, todas as temáticas – documentário, reportagem, autobiografia, sátira política, poesia… - de acordo com a sensibilidade e a formação de cada um.
Por isso os israelitas Sarna e Modan abordam a (impossível) normalidade quotidiana em Israel e em Gaza, com (mais) um bombardeamento como pano de fundo e coelhos por toda a parte, na sequência da invasão dos territórios palestinianos no início do ano passado; Gipi põe dois mafiosos a comparar Berlusconi e Sarkozy, antes de (mais) uma execução; Terrier evoca os bons velhos tempos do bairro de Saint-Germain-des-Prés, quando era ponto de encontro de intelectuais, artistas e revolucionários; o argentino Carlos Nine elabora uma fábula política que tem a conspiração como tema; Vanessa Davis combina reportagem e autobiografia num relato sobre o Festival de Filmes Judeus de Palm Beach; Abazis aponta vantagens e inconvenientes de ser um cidadão do mundo sem/com várias nacinalidade(s); Khelif traça a (pungente) história de Mi Su, uma prostituta tailandesa, vendida duas vezes, pela mãe e a irmã; Liew, num relato em torno da própria criação, homenageia de forma curiosa alguns dos maiores autores de quadradinhos actuais; Kerbaj, desde o Líbano transforma em imagens um poema de Khaled Saghieh.
São formas, estilos, géneros, materiais, sensibilidades, educações diferentes, que marcam como se está na vida e como se faz banda desenhada,. Usando uma arte, a 9ª, uma mesma linguagem, a dos quadradinhos, para narrar quotidianos.
Como só em BD é possível fazer.
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