Joe Casey (argumento)
Charlie Adlard (desenho)
Delcourt (França, Junho de 2010)
173 x 264 mm, 112 p., pb, brochado com badanas
Resumo
Tom Dare, músico, acabou de passar por um divórcio difícil que deixou marcas profundas. Bem como a descoberta de que a jovem com quem andava está grávida. Alguns dias mais tarde, ao acordar, sente um dedo inchado e adormecido. Na semana seguinte, aquela espécie de paralisia começa a estender-se ao resto do corpo: mãos, braços, pernas, troncos, ao mesmo tempo que o seu peso aumenta de forma brutal e inexplicável. Mesmo para os médicos que consulta, que apenas podem constatar que o seu corpo se está a transformar em pedra…
Desenvolvimento
Começa então uma corrida contra o tempo, em busca de uma solução para o estranho mal. E também em busca de soluções para os conflitos e relações interrompidas (para não escrever estragadas) que Tom foi espalhando: com a mãe, a ex-mulher, a jovem que recentemente engravidou…
Um tempo em que Tom vai acabar por se descobrir e também descobrir, finalmente, quem são os seus verdadeiros amigos, conforme este buscam auxiliá-lo – mesmo que por vezes contra a sua vontade – ou tirar partido – fama, dinheiro – da sua doença.
Um tempo que se revela curto, mas durante o qual Tom (re)encontra uma paz que, possivelmente, nunca conheceu antes.
Este é um relato dramático, em que o tom fantástico da ideia base rapidamente dá lugar a uma narrativa sobre relações humanas, que surpreende por ter como autores dois nomes ligados aos comics norte-americanos, Joe Casey (Uncanny X-Men, Adventures of Superman, G.I. Joe) e Charlie Adlard (Batman e Walking Dead).
O relato, com um curioso ponto de partida, está bem escrito, tem algumas surpresas e um ou outro bom achado – como a venda de “recordações do “homem-de-pedra” – prende e cativa e apesar do crescendo do seu tom trágico, consegue com um inesperado final pacífico e até relaxante, tocar o leitor.
O traço de Adlard, fino, quase só contornos, aqui e ali manchados com o cinzento da pedra em que se está a transformar o corpo de Tom, se não deslumbra, até porque tem alguns desequilíbrios e nalgumas vinhetas se revela falho de dinamismo e expressividade, globalmente cumpre o seu propósito.
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