Estreia no passado dia 29 de Abril nos cinemas portuguesas Vingadores: A Era de Ultron, o segundo
filme da franquia que reúne os mais poderosos super-heróis da Marvel.
Na base da nova história estão problemas surgidos com o
programa de manutenção de paz iniciado por Tony Stark/Homem de Fero (de novo
interpretado por Robert Downey Jr.), que redundará em nova ameaça para a
segurança do planeta, desta vez nascida em Ultron, um robot desenvolvido por
Hank Pym, o Homem-Formiga.
Ultron, criado na BD no final dos anos 60 por Roy Thomas e
John Buscema, assumiu ao longo dos anos diversos estatutos e identidades.
Aquele que aparece no filme, numa boa interpretação de James Spader, é
inspirado na saga aos quadradinhos de 2013, a que o filme foi buscar o título -
e pouco mais…
Na época o arco principal foi escrito por Brian Michael Bendis
e desenhado por Bryan Hitch e Brandon Peterson e, a título de curiosidade,
refira-se que o português André Lima Araújo desenhou uma das histórias
derivadas.
O filme, mais uma vez dirigido por Joss Whedon, que tem uma posição
cada vez mais determinante na passagem das histórias da Marvel para o grande
ecrã, tem um excelente ritmo e, em relação ao de 2012, evidencia uma aposta
maior na acção, com cenas excelentes que mostram o que há alguns anos só era
possível nas páginas aos quadradinhos, e no humor, os elementos mais capazes de
conquistar os espectadores, sem que isso prejudique a história.
Denota igualmente maior consistência no tratamento dos
vários intervenientes, com destaque para o Capitão América (Chris Evans), mais
próximo do líder a que os fãs se habituaram ou o Gavião Arqueiro (Jeremy
Renner). Em contrapartida, outros, como a Viúva Negra (Scarlett Johansson) e
Hulk (Mark Ruffalo), perdem algum protagonismo, o que era inevitável face ao
maior número de super-heróis envolvidos. Sente-se também a falta de explicação
dos poderes de Ultron e do Visão (Paul Bettany), o que pode prejudicar a sua
compreensão pelos que não os conhecem da BD.
Outro aspecto que poderá desagradar é o facto de ficarem em
aberto diversas questões que só irão sendo respondidas nos vários filmes Marvel
já anunciados, como “Capitão América: Guerra Civil” e “Vingadores 3 e 4: Guerra
Infinita” e, previsivelmente, “Planeta Hulk”.
Deixando para trás algumas polémicas, como a quase total
ausência das personagens femininas – Viúva Negra e Feiticeira Escarlate
(Elizabeth Olsen) no vasto merchandising do filme – a verdade é que as reacções
e os primeiros resultados de bilheteira nos mais de 40 países onde “Vingadores:
A Era de Ultron” estreou antes de chegar a Portugal, são muito favoráveis e
parecem indicar que este é o caminho a seguir na actual construção de uma
cronologia Marvel no cinema.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de
Notícias de 30 de Abril de 2015)
Sem comentários:
Enviar um comentário