Chama-se José Hartvig de Freitas
e é responsável - directa ou indirectamente - por boa parte da banda desenhada
editada em Portugal nos últimos 20 anos, primeiro na Devir, agora na G. Floy
Studio e associado aos projectos da Levoir, Panini e Salvat.
Com as edições Marvel como pretexto,
fica a transcrição de um entrevista feita por correio electrónico nas últimas semanas.
As Leituras do Pedro - De quem partiu a ideia de lançar a ColecçãoOficial de Graphic Novels Marvel?
José de Freitas - Essa colecção resulta de uma parceria a nível
mundial entre o grupo Hachette (que em Portugal é dono, p.ex. da Salvat) e a
Panini, que basicamente submeteu uma lista de títulos à Marvel, que os aprovou
para licenciamento nesse formato específico em que a Salvat produz os livros. A
Hachette publica e a Panini fornece o conteúdo, isto é, trata da produção geral
dos livros, desde traduções e legendagens até textos de apoio. Ou seja, esta
colecção existe já em muitos países e Portugal é simplesmente mais um daqueles
em que a Hachette decidiu editar esta colecção. Portanto é uma iniciativa
directa da Hachette e da Panini.
As Leituras do Pedro - Qual o critério de selecção dos seus títulos?
Que condicionantes houve?
José de Freitas - Para que fique claro, a selecção dos títulos é
exclusivamente da Panini, eu não tive intervenção directamente. Dito isto, fui
consultado e dei a minha opinião. Nalguns casos isso levou a alterações do
plano editorial: livros que existem na Colecção Oficial mas que não serão
editados, e outros que foram editados por outras editoras que foram empurrados
mais para o final da colecção, especialmente no caso de títulos que a Levoir já
editou e que foram, sempre que possível, mandados para 2017 ou 2018. Ou seja: a
escolha dos livros não foi minha, mas pediram-me a minha opinião, e a selecção
dos títulos teve de sair obrigatoriamente de uma “pool” de livros previamente
aprovados.
As Leituras do Pedro - Trabalhar directamente com a Panini Itália, sem
intermediação do Brasil ou de Espanha, fez assim tanta diferença?
José de Freitas - Como nunca trabalhei com a Panini Brasil, não me
posso pronunciar. De igual modo, na altura em que trabalhei com a Panini
Espanha, o meu contrato com a empresa era a um nível não muito operacional, na
verdade, o meu contrato era com a empresa que fazia o “packaging” dos
comics. Trabalhei com o Julián Clemente, um dos maiores conhecedores de
Marvel que jamais encontrei, e ocasionalmente com o pessoal da direcção de comics.
Mas mais uma vez, não tive grande intervenção na selecção das histórias ou
do plano editorial. Mas ao contrário do projecto da Colecção Oficial, nos comics
da Panini Espanha era eu que tratava da matéria editorial. Reutilizei muita
coisa do Julián, e adaptei muitos dos artigos dele (aqueles que aparecem
“assinados” por nós os dois), mas gerei também muitos outros artigos e textos
novos. Nunca tive QUALQUER restrição nem senti qualquer imposição nesses
textos, e no geral, a minha experiência nestes comics e com as pessoas
com quem trabalhei foi óptima. Tirando a minha pena da Panini não ter dado as
informações que acho que eram devidas aos leitores portugueses pelo
cancelamento do projecto, e de não ter pelo menos editado a conclusão do
Homem-Aranha Superior, não tenho qualquer motivo de queixa da Panini Espanha.
Trabalhar com a Panini Itália
significa também voltar ao contacto regular com uma equipa de pessoas com quem
já trabalhei muito, nalguns casos há mais de 15 anos, e isso é simpático. Neste
momento, eu e a minha equipa - liderada também pelo Rui Alves - fazemos a
produção de duas colecções para a Panini, sempre com Itália com intermediário,
uma Oficial para Portugal, e uma das duas Oficiais que actualmente se publicam
no Brasil para o mercado brasileiro. São quatro livros por mês, e todos feitos
através da Panini Itália, que é o meu cliente neste processo todo. Nos livros
para Portugal, fazemos também pequenas adaptações dos textos que acompanham a
BD para ou as actualizar (alguns têm já 3 ou 4 anos, e por exemplo, em termos
de filmes Marvel houve grandes mudanças) ou para as conformar à realidade
portuguesa. Mas são menores.
As Leituras do Pedro - Não era possível reduzir ainda mais os títulos
não inéditos em Portugal ou, pelo menos, evitar a sua acumulação nos primeiros
números?
José de Freitas - Quanto ao total de livros reeditados, como sabes,
a minha opinião é de facto algo radicalmente diferente da de muitos fãs
portugueses, e claramente a Panini acha o mesmo que eu: há livros que têm de
estar SEMPRE disponíveis e que devem ser reeditados regularmente. Digo isto
para todas as colecções que produzi. Tenho muita pena que haja fãs que se
chateiem por já terem comprado o Batman Ano Um há 12 anos atrás na edição da
Devir, por exemplo, mas tenho MAIS pena dos leitores novos que entretanto
entraram para o mercado e que devem poder ter acesso a esses clássicos. O
Demolidor do Miller e Mazzuchelli, por exemplo, é um livro que devia ser
reeditado a cada 5 ou 7 anos. E na maioria dos mercados, É editado
regularmente. Para além de que, sem surpresas (com excepção dos fãs mais
envolvidos no tema) são SEMPRE estes os livros que vendem mais...
E do ponto de vista da Panini,
esta colecção também funciona como uma maneira de criar uma biblioteca de
títulos que possibilite uma espécie de “denominador comum” para os leitores.
Aqueles X livros que são importantes para entender a Marvel moderna. É esse o
objectivo da Panini. Dito isto, como a Marvel está sempre a criar eventos e
revoluções novas no seu Universo, é uma tarefa inglória!
Não me incomoda que haja um terço
de reedições em 60 livros. Já a questão dos três reeditados em 4 iniciais é
mais chata e acho que devia ter sido mais profundamente pensada. Mas as
imposições editoriais e os prazos de autorizações e aprovações que teriam de
ser cumpridos impediram isso. No entanto, os três livros são MUITO diferentes.
O Aranha teve várias edições na Devir e o Capitão América saiu numa colecção de
grande tiragem, mas em formatos bem piores que este. E o dos X-Men foi editado
numa edição com muito baixa tiragem e vendas muito fracas, devido aos problemas
de distribuição que na altura a BDMania sentiu. Não me parece que do ponto de vista
do mercado em geral, e dos leitores casuais de comics, seja um problema.
As Leituras do Pedro - De que forma esta colecção da Salvat condicionou
a colecção Poderosos Heróis Marvel, da Levoir?
José de Freitas - Condicionou bastante, porque na altura em que se
estava a escolher os livros para a Levoir, demos-nos conta de que nos estavam a
vetar alguns títulos que pretendíamos. Levou algum tempo a perceber porquê, e
no fim foi necessário “gerir” estes títulos. Foi, até certo ponto, uma situação
desagradável, em parte porque a Hachette tomou a decisão de editar cá muito
abruptamente.
As Leituras do Pedro – O trabalho de edição feito ao longo dos últimos
anos pela Levoir pela Marvel terá contribuído para esta colecção avançar?
José de Freitas – É muito difícil de dizer. Pareceria óbvio dizer
que sim, na medida em que as colecções da Levoir provaram que havia um mercado
para isso. Mas seria necessário saber muito mais coisas: numa empresa grande
como a Hachette/Salvat, existem objectivos a nível europeu, orçamentos para
gastar, questões de concorrência, e assim por diante. Seria importante, por
exemplo, saber se a colecção de 70 volumes de Star Wars da Planeta d'Agostini
correu bem ou não, etc...
Acrescento o seguinte: nos
últimos 3 a 4 meses, a Panini contactou-nos a pedir orçamento nosso para a
produção da colecção Oficial noutros países europeus (nomeadamente de Leste), o
que indica que, na Hachette, existe a noção de que a colecção vende bem e é
estratégica. Embora por enquanto não estejamos a trabalhar em nenhum desses
projectos, mostra que a nível europeu existe a vontade de avançar com este tipo
de edições, e por isso, Portugal pode ser simplesmente mais um país em que a
direcção da Hachette a nível europeu, entende que se deve editar a Colecção.
Mas no mínimo, podemos dizer que
a experiência da Levoir deve ter servido de algum tipo de confirmação de que há
espaço para este tipo de iniciativas.
As Leituras do Pedro - Se as vendas desta colecção atingirem os valores
desejados pela Salvat, será provável nova colecção da Marvel ou até uma
iniciativa semelhante com títulos da DC Comics, como a que está a ser publicada
no Brasil?
José de Freitas - Não faço ideia. Normalmente, a
Panini comunica-me os resultados das vendas, a percepção que têm, etc... mas
ainda é MUITO cedo para saber. Se se fizer essa colecção, de certo modo para
mim, seria uma boa notícia. Tem sido a mim que a Panini tem pedido a produção
das suas colecções, cá e mesmo no Brasil, pelo que representa mais trabalho!
Mas a seu tempo veremos.
Quanto à colecção [da DC Comics]
da Eaglemoss, não sei nada dela. A Eaglemoss é uma empresa completamente
separada, não tenho contacto com ela. Simplesmente, em Espanha, terá como
parceiro a Salvat, que nesse mercado específico não editou a colecção Oficial
da Marvel. Porque nesse mercado a Panini editou directamente uma longa colecção
de grandes obras da Marvel, que fez com que a Hachette/Salvat se
desinteressasse - e que serviu de modelo à primeira colecção da Levoir no nosso
país!
As Leituras do Pedro - É expectável o regresso da Levoir à Marvel?
Quando? Privada de novas colecções da Marvel, quais são os planos da Levoir?
Que catálogos são mais apetecíveis?
José de Freitas - Neste momento, à partida pareceria óbvio que pode estar de
parte a edição de Marvel durante uns tempos. Existem muitas outras opções de
colecções que a Levoir pode escolher, e uma delas já foi anunciada, uma nova
colecção da DC Comics em inícios de 2016.
Dito isto, a Marvel é uma propriedade importante, e nunca
podemos dizer nunca! Só o tempo poderá responder, mas na verdade isso é uma pergunta
para os responsáveis da Levoir, claro!
Penso no geral que veremos a
Levoir entrar por outros territórios de banda desenhada. A colecção das Novelas
Gráficas abriu muitas portas: em Portugal, e no mercado, por ter mostrado que
eram livros que eram vendáveis e havia espaço para este tipo de colecção -
lembro-me de uma pessoa que trabalha profissionalmente no mundo da BD no nosso
país me ter dito de modo taxativo que “era uma colecção muito arriscada, eu
nunca me meteria nisso, vai correr muito mal”! Felizmente, enganava-se
completamente. E fora do mercado português, porque permitiu abrir contactos com
muitas editoras estrangeiras e mostrar que havia uma editora de “massas”,
claramente, que lançava livros com qualidade, com vontade de fazer livros bons,
e com alguma “paixão”. Por isso, neste momento, essas portas estão todas abertas
para a Levoir, e representam outras muitas opções de colecções. E acho que em
2016 veremos os resultados disso!
As Leituras do Pedro - A colecção inviabilizou o interesse anunciado da
G. Floy em publicar títulos da Marvel?
José de Freitas - Não, por vários motivos. Ao contrário da
Levoir, a G.Floy está focada em títulos pontuais e soltos da Marvel, que não
colidem com a colecção da Salvat, e beneficia das oportunidades de co-edição
com a editora na Polónia, onde já editamos Marvel há muitos anos (e ao mesmo
tempo, fazemos a gestão da colecção Oficial!). Eu diria mais, a G. Floy
beneficia da existência de uma colecção deste género, porque ela aumenta a
visibilidade da Marvel e dos seus heróis, em termos editoriais, e porque abre a
possibilidade de satisfazer a necessidade de livros da Marvel em canais em que
a colecção da Salvat não entra (porque ela é exclusivamente distribuída em
bancas).
Existe uma espécie de período de
exclusividade, durante o qual a Salvat consolidará os seus leitores e a sua
colecção, e durante o qual não sairão novidades da Marvel noutras editoras. Mas
penso que a partir de meados de 2016, veremos o lançamento de títulos da Marvel
na G.Floy. Pelo menos, fizemos recentemente uma proposta abrangente para meia
dúzia de títulos a editar entre a segunda metade de 2016 e 2017.
As Leituras do Pedro
- No actual contexto, como comentas a distribuição em Portugal de livros brasileirosda Panini Books?
José de Freitas –
Acho que é razoável dizer que ficámos surpreendidos por essa distribuição.
Primeiro, porque nunca tinha havido distribuição sustentada de livros no nosso
país - com excepção de um ou outro caso pontual - e em segundo lugar, porque
parece um pouco coincidência forçada o facto de que a Panini comece essa
distribuição um par de meses depois de a Levoir ter iniciado discussões e
negociações sobre a edição em Portugal de alguns dos títulos lançados em
Portugal...
Contactei directamente a Panini cá, e o que me foi dito é
que, por se tratar de uma empresa muito grande e com muitos departamentos em vários
países, quase estanques uns dos outros, há decisões que são tomadas sem se
saber necessariamente o que outras partes da empresa estão a fazer. Penso, e
espero, que agora que o alerta está dado, a situação será corrigida. Não é
agradável para a Levoir sentir que o seu trabalho abre caminho e mercado para a
própria empresa que lhe vende os direitos das edições. Mas acredito que as
coisas serão contempladas em futuras distribuições da Panini, até porque o relacionamento
entre ela e a Levoir é muito cordial, e é perfeitamente possível a Panini
conciliar os seus muitos interesses no nosso país.
Dito isto, e mesmo considerando que se tratam de quantidades
pequenas de livros, eu recomendaria aos fãs que fossem MUITO selectos nas aquisições
que fazem de BD da Panini em versão brasileira. Com a Levoir um pouco afastada
da Marvel, a DC e os seus vários selos passam a ser uma das alternativas mais
fortes de edição para a Levoir, e estão em discussão MUITAS séries e títulos.
Por isso, se calhar mais vale ter um pouco de paciência e esperar por mais
anúncios antes de comprar livros da Panini, até porque os da Levoir, além de
virem em português de cá, costumam vir a um preço (inicialmente) mais apetecível.
As Leituras do Pedro – Voltando à G. Floy, que liberdade tens
para escolher títulos neste selo? Que novidades podemos esperar para 2016?
José de Freitas - A G.Floy é um caso completamente distinto.
Existe uma muito boa interacção entre mim e a minha parceira, Christine Meyer,
e ambos temos gostos muito semelhantes em comics, por isso não temos
tido grandes problemas na selecção de títulos. Numa fase inicial, fomos “na
onda”, isto é, atrás das séries que ela escolheu para a Polónia (e para outros
parceiros internacionais dela), mas agora já estamos a trabalhar mais
proactivamente. E existe da parte dela a vontade de investir para que a G.Floy
cá seja uma editora com a sua própria personalidade, e que até tenha um catálogo
diferenciado, adaptado ao nosso mercado.
Para o ano, continuaremos a ver o
núcleo central do nosso programa editorial nos livros que nos tipificam neste
momento: séries de comics americanos, independentes, mas ainda assim mainstream,
editadas com um bom ritmo e a preços aliciantes, e talvez alguns títulos da
Marvel. Para além de Southern Bastards, que sairá ainda este ano no
Comic-Con, já anunciámos mais dois títulos: a série Velvet, de Ed
Brubaker e Steve Epting, uma série de espionagem e acção em 3 volumes, que será
lançada em conjunto com o último volume de Fatale (iremos encerrar Fatale
ainda antes do Verão, com dois volumes, em Março e Maio), que é também um sinal
da nossa vontade de construir uma “biblioteca Brubaker”, das séries que ele
escreve para a Image; e Men of Wrath, de Jason Aaron e de Ron Garney,
que saiu numa mini-série de 5 revistas e será editada num único volume
auto-conclusivo por nós. Mas há muitas outras séries e histórias de que apenas
estamos à espera de confirmação da chegada do contrato para anunciarmos.
Dito isto, penso que vamos ver
outras coisas na G. Floy, nomeadamente o lançamento de um selo de romances
gráficos, no qual gostaríamos de editar 2 ou 3 livros por ano, dirigido para um
público menos “fanboy” e mais generalista; e as nossas primeiras incursões em
livros de autores portugueses, claro! A seu tempo faremos os respectivos
anúncios, mas penso que já em Beja, em finais de Maio, poderão ver uma presença
muito forte e muito variada da G.Floy.
Permite-me uma reflexão final:
este ano de edição de BD no nosso país foi excepcionalmente bom, por muitos
motivos, e devido ao trabalho de muitas pessoas e editoras. E houve um aumento
razoável do número de livros editados, e da sua variedade. Pessoalmente estive
envolvido em mais ou menos 40% dos livros que se editaram (ou editarão até
finais de 2015) em Portugal: os 38 da Levoir, os 11 da Gfloy, e a meia dúzia da
Colecção Oficial da Marvel que vão sair até final do ano. Se acrescentarmos os
cerca de 30 que a minha equipa produziu para o Brasil, passaram pelas nossas
mãos uns 85 livros, e a maioria deles bem grandes! E o ano que vem anuncia-se
igualmente prolífico. Por isso, e de certa maneira, não é mau ver que a Marvel
transitou para a Salvat - mesmo que os motivos gerais não tenham sido esses e
que o processo tenha sido desagradável - porque libertou a Levoir para outros
tipos de edições. Basta ver a experiência que foi feita com o livro Billie
Holiday, do Muñoz e Sampayo, para perceber isso. Acho que ninguém negará que,
com a série das Novelas Gráficas, a Levoir conseguiu aquele que foi sem dúvida
o acontecimento bedéfilo do ano, e que foi justamente reconhecido pelo júri dos
Prémios de BD do Festival da Amadora, por exemplo. Para o ano, a Colecção
Oficial representará 26 lançamentos da Marvel, um número que anda próximo do
que a Levoir tinha feito antes, e que parece adequado para o nosso mercado e
para os fãs da Marvel.
Mas Levoir irá provavelmente manter um número de lançamentos semelhante ao que fez este ano. E como provavelmente não serão Marvel... acho que veremos muita variedade e muita qualidade na banda desenhada editada em Portugal em 2016!
Mas Levoir irá provavelmente manter um número de lançamentos semelhante ao que fez este ano. E como provavelmente não serão Marvel... acho que veremos muita variedade e muita qualidade na banda desenhada editada em Portugal em 2016!
Estaria o mercado bdéfilo (goste-se ou não da palavra, esta é usável) abafado pela Mériberica/Liber e ASA e as suas edições FrancoBelgas? Seria problema da distribuição que aparentemete terão sido ultrapassados distribuindo os livros em banca de jornais em vez de 'livrarias tradicionais'? Terão a Levoir e G'Ffloy descoberto a pólvora? O facto é o que foi referido na entrevista que 2015 foi um excelente ano em termos de BD. Parabéns aos vários autores da proeza com especial destaque para o Jornal Público, veiculo de grande parte dessas edições.
ResponderEliminarO sucesso no cinema abriu muitas portas. O mercado escancarou-se e os consumidores estão desejosos por mais. A recear é quando a "onda" dos super-heróis morrer. Voltará o ocaso.
EliminarE da tv tambem com Arrow e Flash e Walking Dead,etc
EliminarNuma primeira versão desta entrevista, estava escrito que a Levoir não iria editar Marvel no futuro previsível, e que isso não fazia sentido, dada a actual colecção da Salvat. Mas isso era apenas uma opinião pessoal minha, e acabei por mudar, já que de facto, não sei.Nunca se pode dizer nunca, e as coisas mudam por vezes mais depressa do que se pensa. Talvez fosse bom o Pedro pedir uma entrevista à Silvia Reig, da Levoir!
ResponderEliminarComo sempre uma excelente entrevista no site do Pedro e os meus agradecimentos ao José Freitas por ainda não ter desistido de Portugal, em relação aos comics.
ResponderEliminarNo entanto, discordo da reedição do livro do Demolidor do Miller e Mazzuchelli e da saga Guerra Civil, ainda hoje, dia 16 de novembro, pude encontra-los nas bancas, neste caso na Fnac.
Mas os meus votos é que haja sucesso na venda de BD/Manga e comics, e que a Levoir, editora a qual tenho um especial carinho, venda por muitos anos comics com a qualidade e preço a que nos habituaram.
Boas leituras
Boas, Jony: de qualquer modo, esses livros sõ serão reeditados DEPOIS da Primavera de 2017, e talvez nessa altura já não seja possível encontrar a edição da Levoir em livrarias, como agora (e FNACs não são bancas...)
EliminarCompreendo em certa parte, mas para quem como eu lê e colecciona BD desde o tempo da Abril....são vários números repetidos. Comprei o 1º e o 3º número (já editados), mas dificilmente comprarei todas as edições já editadas pela Vitamina BD, ou até pela Devir. Poderiam ter guardado esses livros para uma possível, assim o desejo, 2ª colecção.
EliminarFicarei pela 1ª vez com uma colecção incompleta e sem a totalidade do desenho formado pelas lombada. Isto dito por alguém que comprou as 3 edições de Batman ano 1, duas da Devir (1ª edição normal e a 2ª que veio com imensos extras) e 1 da levoir. No caso dos 75 anos do Batman o que levou muita gente a comprar reedições, foi a lombada e o número reduzido de Livros "10".
Mas não me despeço sem antes voltar a agradecer todo o seu trabalho e contributo pela edição de Comics em Portugal.
Abraço
Olá a todos, tenho uma dúvida tremenda, eu desde que vi os esforços da Levoir/Publico adquiri todos os livros publicados da MARVEL. E estou a considerar fazer a coleção da Salvat, depois desta entrevista em que supostamente um terço é reediçoes, sao reediçoes das coleçoes da Levoir?
ResponderEliminarOlá Filipe. Não, nem todas as reedições são reedições de livros da Levoir, a maioria são da BdMania, Devir ou colecções que a Devir fez com o Correio da Manhã e JN. Existem alguns títulos que saíram pela Levoir. O primeiro desses é o volume Guerra Civil, que é o volume 45 da colecção, que deverá sair só em março/abril de 2017. Outros títulos que saíram na Levoir são Demolidor:Renascido, Homem de Ferro: Extremis, e os dois volumes de Guerras Secretas, Todos do volume 45 para lá, cinco livros só.
EliminarE também são reedições o Eternos que saiu pela Panini e o Nascimento de Venom que saiu em fomatinho pela Abril/Controljornal.
EliminarSim, mas a pergunta era especificamente sobre aqueles que eram reedições da Levoir. Os primeiros quatro volumes também são reedições várias... Há 21 (creio) reedições, mas da Levoir acho que são só os que mencionei.
EliminarNão querendo repetir sempre a mesma coisa e erradamente ser rotulado por criticar esta colecção, que por acaso vou fazer mas não na sua totalidade, acredito que o grande problema é a quantidade de números para obter a magnífica lombada, que qualquer coleccionador e apreciador da Marvel desejaria ter, e nessa colecção ter 21 edições já repetidas. Tenho ainda na minha estante as edições da Devir e até da BD Mania em excelentes condições. Compreendo que alguns títulos tenham de ser reeditados por não se encontrarem nas bancas e que os mais novos leitores merecem conhecer....mas reeditar 5 livros que ainda se encontram nas bancas (os da Levoir)??
EliminarMas já sabemos que a escolha foi da Salvat e só espero que as vendas sejam boas.
Mas se calhar, quando saírem, daqui a UM ANO E MEIO, já não estarão disponíveis.
Eliminar"mas reeditar 5 livros que ainda se encontram nas bancas (os da Levoir)??
EliminarMas já sabemos que a escolha foi da Salvat e só espero que as vendas sejam boas."
Esta coleção está a sair em 15 países diferentes, e ao que tudo indica há uns quantos volumes que são requisito obrigatório de publicação em todas as coleções, independentemente de serem inéditos ou reedições.
Olá, porque razão todos os títulos a editar não estão disponíveis no site da salvat? Ou serei eu que não consigo encontrar. Já assinei a colecção, ainda que totalmente às cegas sobre o que estarei a comprar...
ResponderEliminarAbraço a todos
A Salvat não parece ter publicado a lista completa no seu site, mas ela existe, e em vários sites portugueses. Penso que aqui mesmo no Leituras do Pedro. Pedro?
EliminarAqui vai a listagem disponível. No próximo mês vou inlcuí-la no post sobre os livros de Dezembro.
EliminarCOGNMarvel - Listagem
1 978-84-471-2794-8 O Espetacular Homem-Aranha: Regresso às Origens
2 978-84-471-2795-5 Vingadores: O Último Ato
3 978-84-471-2796-2 Capitão América: Uma Nova Era
4 978-84-471-2797-9 Os Surpreendentes X-Men: Sobredotados
5 978-84-471-2798-6 O Incrível Hulk: Planeta Hulk 1
6 978-84-471-2799-3 Supremos: Super-humanos
7 978-84-471-2800-6 Guerra Secreta
8 978-84-471-2801-3 Demolidor: Diabo da Guarda
9 978-84-471-2802-0 O Incrível Hulk: Planeta Hulk 2
10 978-84-471-2803-7 A Caminho do Inferno
11 978-84-471-2804-4 Novos Vingadores: Evasão
12 978-84-471-2805-1 Ultimate Homem-Aranha: Poder e Responsabilidade
13 978-84-471-2806-8 Quarteto Fantástico: Além da Imaginação
14 978-84-471-2807-5 Marvel Zombies
15 978-84-471-2808-2 O Espetacular Homem-Aranha: Revelações
16 978-84-471-2809-9 Supremos: Segurança Nacional
17 978-84-471-2810-5 Thunderbolts: Fé nos Monstros
18 978-84-471-2811-2 Eternos
19 978-84-471-2812-9 Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?
20 978-84-471-2813-6 Capitão América: O Escolhido
21 978-84-471-2814-3 Os Surpreedentes X-Men: Perigo
22 978-84-471-2815-0 Mulher-Hulk: Solteira, Verde, Perigosa
23 978-84-471-2816-7 Nascimento do Venom
24 978-84-471-2817-4 Quarteto Fantástico: Ação Decisiva
25 978-84-471-2818-1 O Incrível Hulk: Gritos Silenciosos
26 978-84-471-2819-8 O Poderoso Thor: Em busca dos Deuses
27 978-84-471-2820-4 Justiceiro: Bem-vindo de volta, Frank 1
28 978-84-471-2821-1 1602
29 978-84-471-2822-8 Eu, Wolverine
30 978-84-471-2823-5 Capitão Bretanha: Um Mundo ao Contrário
31 978-84-471-2824-2 Justiceiro: Bem-vindo de volta, Frank 2
32 978-84-471-2825-9 Homem-Aranha: Azul
33 978-84-471-2826-6 Thor: O Último Viking
34 978-84-471-2827-3 Vingadores: Primordial
35 978-84-471-2828-0 Vingadores Secretos
36 978-84-471-2829-7 Deadpool: A Guerra de Wade Wilson
37 978-84-471-2830-3 O Imperativo Thanos
38 978-84-471-2831-0 Vingadores: O Nascimento de Ultron
39 978-84-471-2832-7 Terra das Sombras
40 978-84-471-2833-4 Vingadores: A Cruzada das Crianças
41 978-84-471-2834-1 Hulk: Destruição Total
42 978-84-471-2835-8 Venom
43 978-84-471-2836-5 Ultimate Homem-Aranha: A Morte do Homem-Aranha
44 978-84-471-2837-2 X-Men: Cisma
45 978-84-471-2838-9 Guerra Civil
46 978-84-471-2839-6 Capitão América: Morte de Uma Lenda
47 978-84-471-2840-2 Hulk: Guerra Mundial
48 978-84-471-2841-9 Demolidor: Renascido
49 978-84-471-2842-6 Homem-de-Ferro: Extremis
50 978-84-471-2843-3 Guerras Secretas 1
51 978-84-471-2844-0 Demolidor: Som e Fúria
52 978-84-471-2845-7 Ultimate Homem-Aranha: Quem é Miles Morales?
53 978-84-471-2846-4 Marcas de Guerra
54 978-84-471-2847-1 Guerras Secretas 2
55 978-84-471-2848-8 Homem-Aranha: Ilha-Aranha 1
56 978-84-471-2849-5 Vingadores: A Guerra Kree/Skrull
57 978-84-471-2850-1 Dr. Estranho: Realidade Paralela
58 978-84-471-2851-8 Homem-Aranha: Ilha-Aranha 2
Boas leituras!
Obrigado!!!! Verdadeiro servico publico!
EliminarTenho andando cá com uma vontade de apanhar um daqueles "Watchmen" que tenho visto por aí, mas aqueles 35€, pensar que a Levoir o possa editar...e depois do que li desta entrevista do José de Freitas...hum, acho que vou refriar o ímpeto, não sei não, mas tenho cá para mim...ah e já agora, muito obrigado pelo que tem feito pela BD em Portugal :)
ResponderEliminarQuanto ao Watchmen podemos fazer uma pergunta simples e do qual a resposta pode ser muito reveladora, e sem prejudicar o secretismo destas coisas. José, a coleção DC Levoir inclui apenas o Universo DC - ou seja, o universo super-herói tradicional da editora, ou pode incluir outras coisas fora disto? Se disser que só inclui o Universo DC, à partida é porque não será publicado o Watchmen.
EliminarA colecção da DC inclui SÓ Universo DC. Mas há mais colecções este ano, e várias negociações em curso. Tudo é possível. Não há nenhum título discutido ou fechado, além da DC, mas está-se a falar de muitas coisas (e não só Watchmen). Espero que haja anúncios antes do fim do ano.
EliminarObrigado.
Eliminar"Mas há mais colecções este ano"
Aqui fiquei na dúvida. Ainda há coleções a sair este ano, para além de Marvel Salvat e Bernard Prince - Asa/Público, ou ainda há coleções a ser negociadas este ano?
Duh! Este ano já não sai mais nenhuma colecção, claro... a próxima é já em 2016, a da DC... que será a primeira da Levoir para o ano... e não a última.
EliminarDevia ter escrito "para o ano" em vez de "este ano", mas pensei que era óbvio...
EliminarAntes de mais os parabéns ao José Freitas pelo trabalho que tens desenvolvido na publicação de BD em Portugal. Deixei de comprar regularmente BD de super-heróis (Marvel ou DC para falar nas 2 grandes) desde há uns 15 anos, sendo cirúrgico nessas aquisições. Para além dos interesses se terem alterado há razões de espaço... Digo isto para "puxar a brasa à minha sardinha" e enfatizar a alegria que foi ver a publicação da primeira colecção "Novelas gráficas" e de ler nas entrelinhas da entrevista que o ano que vem poderá trazer uma segunda ou publicações do mesmo género, o que seria excelente. Saúdo também o projecto de publicarem obras em formato one-shots. Neste caso, parece-me fundamental haver uma divulgação bem pensada. Através dos blogues da especialidade o que dá longo conta dos nerds e depois mais generalizada, referindo data de publicação e locais de venda porque senão, sendo one-shots, corre-se o risco de passarem despercebidos. E de forma atempada, já que às vezes parece que a ideia é "surpreender" os leitores com uma publicação o que a meu ver não faz muito sentido.
ResponderEliminarParabéns também ao Pedro pela excelente entrevista.
"Quanto à colecção [da DC Comics] da Eaglemoss, não sei nada dela!
ResponderEliminarhttp://ovicio.com.br/veja-lista-da-colecao-graphic-novels-dc-comics-da-eaglemoss/
Basicamente é uma mistura das 2 coleçoes Dc Levoir e Batman 75 anos,mais uns Batman;Hush,JLA Torre de Babel da Devir,e inumeros titulos que nao saem desde o Formatinho (Lanterna Verde;Crepusculo Esmeralda,Morte do Super-Homem,Titas:Contrato de judas,E muitas bds ineditas tipo Jla O Prego e Flashpoint,
"Não é agradável para a Levoir sentir que o seu trabalho abre caminho e mercado para a própria empresa que lhe vende os direitos das edições. Mas acredito que as coisas serão contempladas em futuras distribuições da Panini, até porque o relacionamento entre ela e a Levoir é muito cordial, e é perfeitamente possível a Panini conciliar os seus muitos interesses no nosso país."
Coincidencia ou nao foi o que fez no Brasil com a Salvat editando em Capa Dura o mesmo que eles tipo Extremis,Planeta Hulk,etc
Eu sei isso, não me expliquei bem. O que queria dizer, é que não conheço a empresa nem sei os seus planos, nem se está presente (indirectamente) em Portugal, etc...
Eliminar"O Aranha teve várias edições na Devir e o Capitão América saiu numa colecção de grande tiragem, mas em formatos bem piores que este. E o dos X-Men foi editado numa edição com muito baixa tiragem e vendas muito fracas, devido aos problemas de distribuição que na altura a BDMania sentiu. Não me parece que do ponto de vista do mercado em geral, e dos leitores casuais de comics, seja um problema"
ResponderEliminarVendas mais fracas que Avengers que só se via nas bancas e mal e nem para as livrarias foi,o problema para mim nao e a reedição em si mas de a fazer na coleçao eu só comprei o Batman;ano pela Devir para substituir o da Abril quando saiu a 2a ediçao não comprei novamente,mas ai nao havia lombada para "vender",todos os outros tiveram fnacs e ainda se podem comprar na Mundo Fantasma,.
Olá,
ResponderEliminarGostava de perguntar ao José Freitas sobre uma possível 2ª Colecção Novelas Gráficas. Se a Levoir decidir avançar com uma nova colecção (Novelas Gráficas), existe a possibildade de mais alguma das obras do Jiro Taniguchi fazer parte dessa colecção?
cumprimentos
Haverá certamente uma segunda colecção das Novelas Gráficas, a Sílvia Reig (da Levoir) anunciou isso na entregados Prémios da Amadora, e também disse que não era de excluir mais Taniguchi. Mas os planos não estão fechados... primeiro temos de fazer a colecção da DC!
EliminarJá que anteriormente falaram de reedições, achas que O Homem que Caminha do Taniguchi que saíu em 2005, na colecção da Devir/Correio da Manhã pode ser reeditado nessa colecção, ou então numa próxima?
EliminarRed Tiger, se tiveres interessado em comprar,podes comprar via Olx. Tens lá pelo menos 3 vendedores a vender esse livro - um deles até muito barato - 5€.
EliminarEu sei, obrigado. Porreiro era que fosse lançado novamente, mas em capa dura.
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