Tesouro Verde (2ª parte)
Petra Leão (argumento)
Estúdios Maurício de Sousa (desenho)
Panini Comics (Brasil, Fevereiro e Março
de 2012)
160 x 210 mm, 128 p., preto e branco,
brochada, mensal
R$ 7,50 / 3,00 €
Resumo
Actualmente nas bancasportuguesas,
esta revista conclui o arco iniciado na “Turma da Mônica Jovem” #43,
na qual as versões adolescentes de Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e
Franjinha, vivem uma aventura em conjunto com Kimba, o leão branco, AstroBoy, Safiri (de A Princesa e o
Cavaleiro) e outros heróis criados pelo japonês Osamu Tezuka.
A aventura, que concretiza um
projecto esboçado pelos dois autores nos anos 1980, leva as personagens dos
dois até à Amazônia, para defrontarem traficantes de madeira.
Desenvolvimento
Qualquer crossover – como o
actual – para funcionar tem que obedecer a um pressuposto simples: as
personagens envolvidas têm que manter as suas identidades próprias e fazer
sentido na relação umas com as outras e no enredo que as une.
E isso, sem qualquer dúvida é
conseguido em “Tesouro Verde”, onde todos agem como o leitor esperaria, embora,
naturalmente, o registo – na construção, no tipo de humor - esteja mais próximo
do habitual em Maurício de Sousa – falta a crueldade e realismo habituais nos argumentos
de Tezuka – o que não surpreende pois esta é uma produção original dos seus estúdios.
Por isso, também, se todos interagem
naturalmente – de alguma forma foram agrupadas de acordo com as suas ambições e
desejos – grande parte da narrativa baseia-se nos choques e/ou ligações que
conseguem estabelecer. E se isto é positivo pois ajuda o leitor a integrar-se
num modelo que, sem dúvida, foge ao habitual, acaba por limitar – e nalguns
casos secundarizar – aquela que deveria ser a base narrativa.
Porque convém não
esquecer, no âmago deste projecto está uma mensagem ecológica – actual e
premente – centrada na Amazónia mas extensível a outros locais do planeta – ou
mesmo a todo o planeta – que salienta a necessidade de uma utilização
sustentada dos recursos naturais.
Apesar desse propósito óbvio,
a história, de ritmo sustentado para que todos os elementos possam ser
considerados e absorvidos, desenvolve-se em cenas paralelas que convergem para
o inevitável confronto final, mas não sem algumas surpresas e inflexões no
argumento.
Mesmo com os aspectos menos
conseguidos apontados, no geral o conjunto funciona bem e poderá ter sido, quem
sabe, o abrir de uma porta que no futuro proporcione outros cruzamentos entre a
Turma da Mônica Jovem e heróis de outros universos…