Não
existe um só universo Disney, mas muitos: o de cada um de nós, que
varia consoante o momento da vida - e da época Disney - em que o
descobrimos. O
universo Disney deste livro é o da animação dos anos 1950, com um
Donald constantemente zangado e furioso com o mundo e com o mundo
ansioso por lhe retribuir a má disposição. O
‘meu’ Donald. E como foi bom reencontrá-lo!
A
grande vantagem das versões autorais de heróis consagrados é a
possibilidade de cada um apresentar uma abordagem diferente -
evidentemente umas são mais conseguidas do que outras, umas mais
ousadas, outras mais tradicionais - mas todas elas trazem um olhar
novo e estimulante sobre heróis que já conhecemos. Isto
tem acontecido, de forma mais continuada, com Spirou, com Lucky Luke e também com os heróisDisney nas versões alternativas que a Glénat tem proposto.
Como o têm mostrado as Graphic MSP, os “Spirou de…” ou esta
colecção “Mickey vu par…” as retomas de heróis clássicos dos quadradinhos só
têm um limite: a imaginação e o talento dos autores.
A par de Cosey, a ‘honra’ de
inaugurar a colecção Mickey vu par… coube igualmente ao duo Lewis Trondheim/Keramidas
e o resultado, inevitavelmente, é diferente. Muito mais louco e com um ritmo
alucinante.
Embora siga o espírito vigente nos últimos anos, esta não
deixará de ser, sem dúvida, uma das mais surpreendentes propostas editoriais de
2016.
Imaginez Mickey vu
par… é uma colecção de BD recente da Glénat que tem a particularidade de
reunir grandes autores franco-belgas e as mais conhecidas personagens Disney. À
imagem, do que aconteceu em tempos recentes com Ric Hochet, Chlorophylle,
LuckyLuke. Ou com os heróis de Maurício de Sousa na colecção Graphic MSP. Ou, em breve, nos EUA, com os heróis Hanna-Barbera…