Duas leituras
Há duas leituras possíveis - pelo menos… - para este Capitão América: Branco.
A primeira, mais simplista é encará-lo - apenas... - como uma história ambientada na II Guerra Mundial.


Jeph Loeb (argumento)
Sei que há (boas) excepções a esta regra, mas normalmente as “sequelas” deste tipo ficam aquém das expectativas. Digo eu. (Também) por isso, possivelmente, o género de super-heróis nunca esteve nas minhas preferências, embora confesse um fraquinho (controlado!) pelo Demolidor, Homem-Aranha ou Batman (possivelmente por serem dos super-heróis menos “super-heróicos”).
Graficamente próximo do estilo de Spirit – o de Batman é indefinido, em função de cada autor que o assume –, uma espécie de linha clara estilizada, nostálgica q.b., de traço largo e com bom uso de sombras, a obra é chamativa – cabendo uma boa quota-parte ao excelente trabalho de cor de Dave Stewart -, merecendo destaque a forma como Cooke uniformizou o estilo dos dois protagonistas, conseguindo inserir credivelmente Batman no “universo gráfico” do Spirit. A par disto, a planificação clássica mas diversificada marca o ritmo da narrativa, proporcionando uma leitura dinâmica e fluida e revelando mesmo alguns momentos memoráveis como a (falsa) splash page que “apresenta” o Spirit (preparada ao longo de duas pranchas) ou as belas e sensuais heroínas e, principalmente, vilãs.
A partida dos dois polícias para o Havai, local da convenção, obriga Batman e Spirit a seguir no seu encalço – perdendo aqui a narrativa pela retirada dos heróis do seu habitat natural, os mais negros e sombrios becos urbanos -, pois descobrem que ela afinal não passa de uma artimanha dos vilões para os atrair. Multiplicam-se então as surpresas, os encontros, os recontros e as cenas de acção, até ao esperado mas surpreendente desenlace final, bem conseguido e à altura do restante relato, que conta com uma breve aparição do Superman e do qual os “bons” sairão vencedores - mas também ninguém esperava o contrário…